Acusado de ter transformado o Palácio Rio Branco no “clube dos amigos”, Sebastião refuta e diz que seu governo prioriza competência

Luciano Tavares – da redação de ac24horas – lucianoavares.acre@gmail.com

O governo de Sebastião Viana foi apelidado por oposicionistas e até aliados de “o governo dos amigos e da panelinha”. A acusação deve-se ao fato de o petista ter se cercado no Palácio Rio Branco nos últimos quatro anos de pessoas de sua cozinha que tinham ligação com Sebastião da época em que ele era senador. Ou melhor dizendo, de pessoas de sua mais alta confiança.

De fato, Sebastião Viana não nega suas amizades, porém refuta a afirmação de que seu governo seria uma espécie de “clube dos amigos”.

“Eu sempre priorizei a competência”, diz o governador ao citar como primeiro exemplo o ex-secretário de Pequenos Negócios, o seu amigo José Carlos dos Reis [ex-segurança], que se afastou da função no executivo para ser candidato a deputado estadual e foi derrotado nas urnas.

Reis, que tem amizade antiga com Viana da época de Senado, é usado como exemplo de competência pelo governador como alguém que deu conta do recado na missão que lhe foi designada, a pasta dos Pequenos Negócios.

“Você veja o que começaram a dizer de que era uma coisa de amigos. O Reis, secretário de Pequenos Negócios, formado em Direito, um homem de conduta pública e vida pública exemplar e que permitiu gerar empreendimentos a 14 mil famílias em pequenos negócios. Como é que podem dizer que tem uma relação de amigos? Isso é uma relação de competência, de critério ético dos melhores valores pra nomear uma pessoa. Porque eu conhecia os valores dele”, afirma.

Sebastião acredita que independentemente de ter amigos no governo, sua administração é aprovada por 69% da população. “Se não fora assim eu não teria sido reeleito com uma diferença de quase 10 mil votos sobre seu adversário”, justifica.

Ele cita como outro membro do primeiro escalão de seu governo: o diretor do Deracre, Ocírodo Junior, o Zabumba, também amigo do petista, que o assessora desde os tempos do Senado.

“Isso reflete que eu tenho uma equipe correta e que me honra muito, que me honra pelos critérios. Todos os critérios foram absolutamente técnicos. O Ocírodo é um homem que tem duas pós-graduações, que eu ajudei a formar. É formado em administração e tem pós graduação em gestão pública e planejamento pela Fundação Gama Filho, com cooperação com a Fundação Getúlio Vargas; como é que eu vou dizer que esse rapaz não está habilitado para assumir a direção do Deracre? O Deracre hoje consolidou no nosso governo com atenção total as rodovias federais e as rodovias estaduais. E foi esse rapaz que me ajudou a estabelecer uma relação com movimentos sociais de infraestrutura. Não se trata de um amigos, mas de um homem da maior competência e dignidade”, garante.

Perguntado sobre a possibilidade de nomear no seu próximo governo, como se comenta nos bastidores, os ex-secretários Gildo Cesar [[destaque na foto] e Aurélio Cruz, ambos presos na Operação G7 em maio do ano passado, Sebastião não vê problemas, mas também não confirma as possíveis nomeações. Porém, levando em consideração o que diz Sebastião Viana, os dois se encaixariam bem em sua equipe de governo, que segundo o próprio chefe do Palácio Rio Branco, é escolhida levando em consideração o “critério técnico, de competência e de antecedentes morais”. “Contra essas pessoas eu não tenho nenhuma prova de que eles desonraram algum dia a função pública”, diz.

O governador petista confirmou que vai fazer modificações em seu segundo mandato de governador e que o anúncio deve ser feito na primeira semana de dezembro.

“Eu vou fazer modificações porque eu tive secretários que foram eleitos deputados estaduais e até deputado federal. Eu tenho pessoas que tomaram outro destino na vida, então vamos ter novas nomeações e é evidente que eu vou fazer ajustes no governo. Eu só vou fazer isso na primeira semana de dezembro”, informou Sebastião, que não quis adiantar em que setor irá fazer as mudanças.