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Queimadas florestais em 2020 podem ser piores do que em 2019

Foto: ac24horas.com/Sérgio Vale
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Um novo relatório do WWF e do Boston Consulting Group mostra que o número de alertas de queimadas em todo o mundo, a partir de abril, subiu 13% em relação ao ano passado –que já havia sido um ano recorde.

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O clima persistentemente mais quente e seco devido às mudanças climáticas e ao desmatamento causado principalmente pela conversão de terras para a agricultura são os principais fatores. Esse é o caso da floresta amazônica, que tem no desmatamento uma das principais causas de queimadas. A expansão da agricultura, extração ilegal e insustentável de madeira continuam a impulsionar a conversão e a degradação dos habitats naturais, aumentando assim o risco de queimadas.


“A tragédia que testemunhamos em 2019 não ficou restrita àquele ano e vem se repetindo em 2020: se nada for feito, veremos um ciclo de altos níveis de desmatamento e queimadas se repetindo anualmente, já que as áreas desmatadas são bem mais vulneráveis às queimadas na Amazônia”, alerta Mariana Napolitano, gerente de Ciências do WWF-Brasil. “Infelizmente as ações do governo não estão sendo eficientes para interromper esse padrão”, declara. Além de um retrato da situação global, o relatório “Queimadas, Florestas e o Futuro: Uma Crise Fora de Controle” também inclui recomendações para reversão desse cenário.


Os dados mais recentes mostram que os incêndios na Amazônia brasileira, de 1 de janeiro a 23 de agosto de 2020, são 45% maiores do que a média de dez anos e 35% maiores do que nos últimos três anos. O número de queimadas na região atingiu a maior alta em 13 anos em junho, no início da estação seca. Em julho, foram detectados 6.803 focos de incêndios, 28% a mais do que o mesmo período em 2019. Simultaneamente, o desmatamento tem crescido de forma constante na Amazônia brasileira. Entre agosto de 2019 e julho de 2020, os alertas de desmatamento foram 33% maiores no do que em igual período do ano anterior. O WWF pede a implementação de medidas emergenciais imediatas, como banir o desmatamento na Amazônia por cinco anos.


A ação humana é responsável por três em cada quatro queimadas em florestas no mundo, destaca o relatório. Se as tendências atuais continuarem, haverá consequências devastadoras no longo prazo devido à liberação de milhões de toneladas extras de dióxido de carbono. Isso se soma aos impactos imediatos que dizimam a biodiversidade, destruindo ecossistemas vitais, ameaçando vidas, propriedades e meios de subsistência e economias, junto com o risco de graves problemas de saúde no longo prazo. Todos os anos, há cerca de 340.000 mortes prematuras por problemas respiratórios e cardiovasculares atribuídos à fumaça de incêndios florestais. E em 2020, nos países mais atingidos por queimadas, a fumaça está aumentando o perigo da Covid-19: um estudo de Harvard mostrou que um pequeno aumento na exposição de longo prazo a partículas contidas na fumaça pode aumentar as taxas de mortalidade de Covid-19 em até 15%.


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