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“Quem balançava bandeira nunca foi valorizado”, diz militante ao explicar porque saiu do PT

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As campanhas políticas da Frente Popular do Acre, por muito tempo, foram um diferencial nas eleições no estado. A reconhecida disposição dos militantes que ocupavam as ruas da capital com um colorido e uma alegria contagiante, sem dúvida, foi um fator que muito ajudou o PT a dominar a política no estado durante 20 anos. Afinal, quem não lembra das icônicas blusas da primeira campanha de Jorge Viana que eram pintadas em praça pública e os próprios militantes compravam o material para ajudar com recursos para custear a campanha.


Mas, o tempo passou e quem era militante, ou boa parte, virou cargo comissionado e naturalmente as campanhas que tinham como protagonistas pessoas anônimas que acreditavam na promessa de um Acre melhor foram substituídas por bandeiraços após o horário de expediente, com cargos comissionados que muitas vezes não escondiam que estavam ali insatisfeitos e pressionados em razão de suas nomeações.

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O desgaste político depois de tantos anos de poder fez com que militantes que se confundem com a história da Frente Popular do Acre se afastassem das campanhas e o colorido das passeatas, visitas aos bairros e cicletas perdessem o tom com o tempo.


E as baixas continuam. Quem acompanha as campanhas da Frente Popular há mais tempo não tem como não lembrar de uma figura que sempre foi marcada por ser a militante de rua, aquela que enfrenta sol e chuva para defender seus candidatos. Sandra da Silva incorporou tanto o partido que defendia, que virou conhecida como Sandrinha do PT.


A ex-militante petista conta que foi o partido que a ensinou sobre política. “A minha vida na política começou no PT. Eu tinha 16 anos. Lembro quando o Jorge foi candidato à prefeito fizemos uma campanha lindíssima. Eu já entrei no partido coordenando as equipes de rua, que são os verdadeiros militantes. Nós íamos de casa em casa porque acreditávamos no projeto político. Era o partido que vinha pra mudar a realidade do povo acreano, que os invisíveis como nós, seriam finalmente ser reconhecidos”, diz.


Sandrinha conta que chegou a coordenar 80 jovens diariamente em campanhas e se mostra magoada quando é perguntada se os verdadeiros militantes petistas foram valorizados pelas lideranças. “Eu cuidava de 40 jovens pela manhã e mais 40 pela tarde. Íamos para os bairros, de casa em casa, conversar com as pessoas sobre a importância da mudança. Eu nunca virei às costas para o PT e nunca pulei de barco. Eu apenas me desfiz de um casamento que não era recíproco”.


A ex-petista se desfiliou do PT e vai coordenar uma campanha de vereador no PSL, partidos que estão em campos totalmente opostos no campo ideológico. “Eu não tenho nenhum cargo no atual governo. Saí do PT porque nunca fui valorizada, porque só era vista em tempo de eleição. Quando terminava a eleição, quem tinha brigado, quem passava dia e noite na rua não era reconhecido. O único petista que ainda votaria era o Angelim, onde fiz parte da gestão na prefeitura. Vou coordenar uma campanha de uma candidatura do PSL, que elegeu o Bolsonaro por quem eu tenho asco e não tenho nenhuma admiração. Vou fazer o que sempre fiz porque conheço a pré-candidata e sei que ela que lutar pelos invisíveis”, diz.


Sandrinha reconhece que foi o PT quem a ensinou a militar na política. “Tudo que eu sei agradeço ao PT. A única coisa boa de tudo isso é que eles me proporcionaram muito conhecimento. Participei de muitos cursos de formação, de seminários e isso foi muito importante na minha vida. Hoje eu bato no peito eu posso dizer que ainda bem não tive nenhum cargo de confiança no PT”, afirma.


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