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Estudantes com internato suspenso: “podíamos estar ajudando no combate à Covid”

Médicos estrangeiros e brasileiros que se graduaram em outro país, fazem a segunda etapa da edição 2017 do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos Expedidos por Instituições de Educação Superior Estrangeira (Revalida).
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O internato hospitalar corresponde a reta final do curso de graduação em medicina. É quando os quase médicos passam a fazer estágio em vários hospitais, antes de se formarem.


No Acre, 39 internos da Uninorte viviam a puxada, mas doce rotina de um profissional de saúde. O sentimento de viver na prática o trabalho da medicina era a materialização do sonho de se tornar médico.

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Ocorre que por causa da pandemia da covid-19, desde o início de março que as atividades do internato foram suspensas por decisão da Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) e Secretaria Municipal de Saúde de Rio Branco (Semsa). Quatro meses depois, os estudantes se preocupam com a situação. Sem um cronograma de volta do internato organizado, a reta final do curso de medicina se tornou um pesadelo.


“Nos dois primeiros meses a situação era complicada, porém o tempo foi passando, o estado foi se organizando e a faculdade não fez um cronograma, não se reorganizou em colocar a gente em outros campos de prática”, diz um estudante que prefere não se manifestar.


O ac24horas procurou o Centro Universitário Uninorte. Indira Kitamura, Pró Reitora de Mercado disse que a suspensão das atividades do internato foram decisões da Sesacre e da Semsa. “Os atendimentos foram suspensos pela Sesacre e Semsa, como medida de contenção a Covid. Não depende da Uninorte. Os órgãos proibiram a entrada de todos os alunos Uninorte e UFAC. Nós estamos desde início do isolamento conversando com todos órgãos (Prefeitura e governo) solicitando possibilidade de retomada e tivemos negativas. No caso específico da medicina, criamos um comitê composto por : coordenadores, professores e alunos, que sabem de todas as nossas tentativas.


A reportagem também conversou com a prefeitura de Rio Branco. O médico Osvaldo Leal, coordenador do Comitê Municipal de Enfrentamento à Covid-19, disse que, por enquanto, não há possibilidade de retorno. “Enquanto estivermos na bandeira vermelha não há possibilidade de retorno. Por mais que aleguem a possibilidade de ajudar, o risco de contrair a doença é real e será imputado aos serviços que receberem. Essa é a mesma lógica da não continuidade das atividades do internato no Hospital Santa Juliana por exemplo, preservação da saúde dos estudantes e não submissão à riscos adicionais. Este é o posicionamento da maioria absoluta dos serviços de saúde no país que acolhem estudantes em treinamento prático. A partir da bandeira laranja o Decreto do Governo do Estado de 22 de junho (Pacto Acre Sem Covid) e a complementação deste decreto publicada no dia 03 de julho remete as decisões relacionadas ao sistema de educação como estratégicas dentro do comitê estadual”.


Já a Secretaria Estadual de Saúde também se posicionou contra a volta do internato neste momento. De acordo com Maria Inês de Araújo Silva, Diretora de Atenção à Saúde, enquanto houver pandemia, não há como a Sesacre se responsabilizar pelos estudantes.


O que, na verdade, o governo teme é que um estudante seja contaminado e morra por causa da Covid-19, a família acione o estado na justiça, já que ainda não se tratava de um profissional formado.


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