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Aleac e empresários discutem a vida econômica pós-pico da Covid-19

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Os principais líderes empresariais, representantes do Ministério Público, deputados e gestores públicos debateram nesta quinta-feira (2) o panorama do Acre no pós-pico da pandemia da Covid-19. Audiência pública promovida pela Assembleia Legislativa apresentou o cenário.


O presidente da audiência, deputado Luiz Gonzaga, disse que a ausência de um representante da Secretaria de Fazenda, considerando isso uma desfeita e um desrespeito aos empresários e à Assembleia Legislativa.

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O presidente da Associação Comercial do Acre, Celestino Bento, pediu olhar carinhoso para alguns segmentos comerciais como restaurantes, academias, lojas.


“Alguns colegas me confidenciaram que estão com dívidas impagáveis”, disse Bento durante audiência


O presidente da Associação, Paulo Brum, disse que janeiro e fevereiro são os piores para bares e restaurantes no Acre.


Brum disse também que o setor tem grande conhecimento para lidar com vírus e bactérias, já que a manipulação de alimentos está ligada a essas questões.


A maioria dos restaurantes conseguiu suspender a jornada de trabalho. Agora, diz, as empresas tem de pagar a conta. “Não chegamos no epicentro da pandemia porque as pessoas ainda tem um pouco de dinheiro”, disse, completando que isolamento social é ilusão.


Francisco Castro Nunes, presidente do Conselho de Educação Física do Acre, disse que as academias e profissionais estão repensando os protocolos de biossegurança. Alguns serviços já deveriam estar sendo praticados há muito tempo e a pandemia serviu para esse alerta.



“A maioria do contágio, segundo uma pesquisa, ocorreu no trabalho e não nas academias”, disse Nunes. De seu lado, Marcio Chaves, do Movimento Emprego é Vida, disse que há setores 100% fechados, como academia (115 fechadas) com prejuízo de mais de R$ 32 milhões para empresas e em perdas de arrecadação. “Mais de R$ 500 milhões em prejuízos”, confirmou Chaves.


O vice-presidente da Fecomércio, Marcos Lameira, disse que a atividade empresarial nunca esteve contra a vida. “Entendemos que precisamos ter cuidado com a vida de todos”, disse, afirmando que o setor não criou constrangimentos às medidas adotadas pelo poder público mas, diz ele, “o momento é de tirar de onde não tem” para ajudar as pessoas.

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Segundo Lameira, as pequenas empresas estão sofrendo muito no Acre mas os problemas de fato ainda não vieram. O acesso ao crédito é uma falácia, piada que o Governo Federal faz com os empresários.


Lameira diz que o poder público pede propostas aos empreendedores, engaveta e segue as restrições. “O isolamento não feito como deveria no início. Muitas empresas estão fadadas ao fracasso”, disse. “É preciso que o Governo do Estado saiba que não somos contra medidas de isolamento mas contra o encaminhamento que se tem dado ao fracasso e falecimento das empresas”, completou.


O presidente da Associação Comercial de Cruzeiro do Sul, Luiz Cunha, disse que tem percebido que muitos lojistas estão entregando o ponto comercial, desistindo da atividade. “O que o Estado fez para socorrer as empresas? Praticamente nada”, disse Cunha.



O secretário de Planejamento do Acre, Ricardo Brandão, disse que a gestão atual assumiu o governo com dívida de mais de R$ 350 milhões e salários atrasados, além de contas públicas desajustadas. “Estamos todos numa grande escola, diante de uma crise sem precedentes na humanidade”, disse Ricardo.


A primeira decisão do Estado foi garantir a manutenção da folha de pagamento, assegurando mínimo dinheiro em circulação -em seguida, deu suporte à saúde e garantiu os serviços públicos essenciais.



“Adotamos enxugamento para garantir prioridades aos gastos com saúde, com ajuste superior a R$ 100 milhões. Chegou o aporte do Governo Federal e estamos trabalhando com despesa crescente. A receita no entanto está atrelada a 2019”, disse o secretário.


De julho a dezembro, a União só repassará a mais os R$ 198 milhões em auxílio emergencial. A projeção de déficit de R$ 148 milhões e levando esse aporte em conta sobram R$ 50 milhões.


“O momento é de darmos as mãos”, propõe. Para novas obras a projeção é de R$ 400 milhões em dinheiro assegurado. Brandão disse também que a concessão do serviço de água e esgoto irá ajudar a economia com R$1,3 bilhão.


O Acre busca também R$ 293 milhões junto à Sudam para obras e infraestrutura.


O deputado Luiz Tchê pede que os recursos sirvam para valorizar os negócios locais.



O deputado Edvaldo Magalhães, um dos articuladores do debate, destacou a pluralidade do encontro. Ele diz que a polarização entre quantas vidas e empresas serão salvas não é algo inteligente. Magalhães também condena a falta de previsibilidade e o tratamento econômico como se o panorama fosse de normalidade.


“Do ponto de vista dos tributos até agora não foi sinalizado nada”, afirmou o deputado. Outros parlamentares, como Felipe Wagner, Antônia Sales e Cadmiel Bonfim defenderam os negócios e pediram medidas para a normalidade.


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