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São João do Guarani: pandemia interrompe celebração centenária de Xapuri

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O padre Francisco das Chagas, pároco de Xapuri há 15 anos, não fará este ano, como é costumeiro, o percurso de 42 quilômetros de ramal até a localidade rural mais visitada do município, a colocação Guarani, no seringal Boa Vista, onde ocorrem todos os anos os festejos dedicados a uma das almas milagrosas mais conhecidas do Acre: São João do Guarani.


É certo que a pandemia não impedirá que muitos devotos do seringueiro que morreu na localidade há mais de 100 anos e que passou, segundo a crença dos moradores da região, a fazer milagres, se dirijam à localidade neste 24 de junho, mas o momento vivido em razão do novo coronavírus fará com que, pela primeira vez em tantos anos, a grande festa não aconteça como de costume.

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As histórias sobre a origem do culto ao “santo seringueiro” de Xapuri não são claras, mas acredita-se que as manifestações relacionadas a João do Guarani começaram a ocorrer por volta do ano de 1906, depois que um homem se perdeu nas matas daquela região ao desviar de uma cruz, seu objeto de medo, que havia avistado no varadouro.



Para encontrar o caminho de volta o homem teria recorrido a uma promessa e, assim, encontrado a saída, avistando novamente a cruz e atribuindo o fato à alma de João. A partir daí a tradição ganhou força com os anos e o seringueiro se tornou uma das mais conhecidas almas milagrosas do Acre, sendo considerada pelos moradores locais como um informal “santo da floresta”.


Outro relato interessante é o de que João não residiria na colocação Guarani, como muitos pensam, mas sim em uma outra localidade, no seringal Recife, na região do Rio Iaco. O Guarani seria passagem para Xapuri e o seringueiro, que seria pernambucano, teria morrido ali, provavelmente vítima de malária, sozinho à beira do caminho onde foi levantada a capela em sua homenagem.



Anualmente é realizada uma grande festa na comunidade, com o apoio da prefeitura e da igreja católica, cuja programação reúne atividades religiosas, com a celebração da Santa Missa e pagamentos de promessas; esportivas, com torneios de futebol e outros esportes; e culturais, com a realização de gincanas, concursos e baile dançante.


Certamente, o maior pedido do povo do Guarani este ano à alma de João será para que todo o drama e dificuldades impostos pela pandemia de covid-19 sejam superados para que, em 2021, a romaria volte a acontecer dentro da normalidade, e que a comunidade possa, novamente, celebrar uma das maiores tradições religiosas populares do município de Xapuri.


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