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De jeito irreverente, Antônio Klemer e Roberto Vaz tratam de política, vida pessoal e espiritual na TV

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“Não sou amigo, nem inimigo dos amigos do Rocha, sou amigo dele. Não tem qualquer probabilidade [de serem sócios]. Roberto Vaz


“Queria que todos os meus colegas pudessem estar hoje no lugar que eu estou. Às vezes chorava sozinho e não sabia o motivo. Percebi que o que faltava em mim era servir a Deus”. Antonio Klemer

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Dois grandes amigos que traçaram rumos diferentes na vida profissional realizaram uma entrevista inédita e ousada nesta terça-feira, 15, dia em que o Acre comemora 58 anos de emancipação política e administrativa. Os comunicadores de longa experiência falaram abertamente de assuntos polêmicos na vida pessoal, política e no âmbito espiritual. O encontro com o jornalista Roberto Vaz feito pelo programa Antônio Klemer, Agora! foi transmitido ao vivo na emissora ADTV e seus canais no Facebook e YouTube.


Vaz, chamado carinhosamente de “Bob” por Antônio Klemer, comentou assuntos nunca ou pouco mencionados por ele publicamente, como os bastidores de sua saída da TV acreana e a decisão de “abandonar” sua relação profissional com a política. O “Midas” da comunicação do Acre, como é conhecido por muitos colegas, ainda falou sobre o percurso de seus mais de 35 anos atuando como jornalista, a começar pelo jornalismo esportivo no rádio.


Klemer questionou qual trabalho Roberto considera o mais importante em sua vida profissional, e foi respondido que todos têm sua relevância. “Não tenho faculdade, quando a gente faz e as coisas dão certo, é por dedicação. Tudo foi feito em meio à dificuldade”, disse Roberto Vaz ao comentar seu início no jornalismo por meio da rádio Difusora Acreana, quando nem mesmo sua voz era ouvida, apenas a do entrevistado. À época, ele era escalado para cobrir o treino de times pequenos da segunda divisão.


Vaz está há 86 dias sem sair de casa por conta da pandemia do novo coronavírus e afirma que o período de quarentena tem favorecido a aproximação online com familiares e amigos que há muito tempo não entrava em contato. “Estou revendo fotografias e conversando com muitos amigos e pessoas que são importantes na minha vida, mas que acabava deixando de lado por conta da correria do dia”.


Sobre política – O assunto “política” não podia faltar entre dois conhecedores da arte de fazer e tratar de política no estado. “Não sou ligado a nenhum partido político, vi que a política tem interesses de momento e soube tirar isso do meu caminho”, explica Roberto Vaz. Já Klemer vai além e garante não buscar mais esse tema para sua vida. Vaz ainda tratou de dois momentos em que cogitou se candidatar a deputado pelo Acre, um deles na tentativa de salvar seu projeto na TV, o Sábado Show, que ajudava centenas de famílias vulneráveis social e economicamente. “Um programa que tinha muita utilidade para a população carente”, explica.


Ele sonhava com um mandato voltado para o povo, uma vez que já tinha um “nome” e espaço para se refazer profissionalmente. O projeto na TV e o mandato de deputado eram pensados exclusivamente para salvar o programa que estava a serviço da população. “Era um programa de 2 horas de duração que competia com o Jornal Nacional por vontade da população. Tudo que fazia ali era real”, salienta Vaz.


O criador do ac24horas diz que sempre participou de conversações políticas, mas tudo que ouviu e viu nessas conversas guardou para si. “Não voltei ao campo político, apenas tenho um produto que as pessoas vêm na minha sede comprar o meu produto. É o esforço do meu trabalho, é a credibilidade que montei nesse período. Nossa credibilidade vem dessa forma”.


Sociedade com Rocha? – Na tentativa de esclarecer um episódio que ganhou espaço nas redes sociais, Klemer fez uma pergunta esperando uma resposta que muitos também querem saber: “o ac24horas tem sociedade com o vice-governador Major Rocha?”. De maneira tranquila, Vaz esclareceu que Rocha é apenas um grande amigo. Inclusive, ele revelou que os dois não “se bicavam”, até serem apresentados por um amigo em comum e formarem uma sólida amizade. “Não gostava da linha do Rocha. O jornal pegava muito no pé dele. Um amigo em comum nos colocou para conversar e ficou uma amizade bonita”. Ele garante que quem inventou a história de sociedade entre os dois com o jornal eletrônico mais acessado do estado “é uma mente que só pensa o mal”.


Além disso, Roberto garante nem concordar com a maneira de fazer política do amigo, por isso a relação dos dois é única e exclusivamente de amizade. “Não sou amigo, nem inimigo do dos amigos do Rocha, sou amigo dele. Não tem qualquer probabilidade [de serem sócios]. Não nasci para ter cabresto, por isso fiquei fora da mídia [de governos] por 18 anos. Depois que saí da TV5 não bati na porta de ninguém para pedir emprego, então não cabe sociedade [em seu negócio]”, assegura.


Pegando gancho, ele aproveitou para explicar a permanência da jornalista e atual deputada federal Mara Rocha no ac24horas, que durou apenas uma semana. “Nessa época estávamos começando a investir em vídeo e o Rocha, antes mesmo de eu pensar nessa ideia, deu a sugestão de aproveitar a Mara, que havia saído da TV gazeta. Para mim, a imagem dela iria somar para o jornal. Mas quando eu detectei que a ideia deles era maior do que a minha ideia de apenas ajudar a profissional, a Mara ficou só uma semana no ar. Isso porque o jornal não está a serviço de grupo político nenhum”, ressalta. Mas ele lamenta não ter dado continuidade ao projeto com a agora deputada federal pelo PSDB.

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38 anos de jornalismo – Roberto Vaz carrega consigo uma bagagem de mais de 38 anos de jornalismo. Sobre isso, ele falou sobre os novos métodos de fazer comunicação. “Ao longo dos 38 anos de carreira jornalística, cumpro fielmente o respeito ao profissional colega dessa profissão. Não me meto na linha editorial de ninguém e não comento o que os outros fazem. O que penso e acho, guardo pra mim. Cada um faz o que acha certo e o público julga. Não coloco meu ponto de vista porque é uma questão ética minha. Só me preocupo com o fato de as pessoas se informarem por WhatsApp, porque ali as pessoas colocam seus pontos de vista e nosso papel em tempo de fake news é contar a verdade”.


A mudança de Klemer – Ambos inverteram os papéis durante a entrevista e, quem estava sendo entrevistado, virou o entrevistador. Foi então que Roberto Vaz questionou Antônio Klemer por sua notável mudança pessoal e profissional. Vaz perguntou se Klemer sente mágoa no ambiente político. Klemer saiu da mídia por um tempo e retornou recentemente numa TV evangélica, como pastor. Ele elenca o que o mudou em sua vida.


“Deus me mostrou durante muitas vezes que me queria para ser pastor. Desde quando eu morava no Rio de Janeiro, pelo MSN, eu pregava, até para você mesmo, Roberto”. Ele segue afirmando que foi um momento dramático quando descobriu que só tinha um caminho a seguir, que era o de se entregar a Deus.


“Queria que todos os meus colegas pudessem estar hoje no lugar que eu estou. Às vezes chorava sozinho e não sabia o motivo. Percebi que o que faltava em mim era servir a Deus”.


Klemer diz que desmarcou o início de uma campanha quando resolveu mudar de vida. “Não quero me envolver em política. Nunca estive tão bem na minha profissão e liberdade de fazer o que quero e o que gosto. Mais ainda assim posso falar de política e de igreja, só não falo de religião, pois não sou religioso, sou um dependente de Deus”.


Antônio assegura que não sente mágoa, mas que por questão de defesa prefere não se dirigir a alguns políticos. “Não uso isso [a igreja] para palanque, mas como altar”. Sobre seus trabalhos voltados ao humor, ele afirma que alguns tiveram de ser guardados, mas que Deus e a igreja não tira a alegria de ninguém. “Agora sou pastor e apenas tento me comportar como um”.


Roberto Vaz e Antônio Klemer encerram a conversa falando de família e espiritualidade. “Hoje sou feliz porque há 14 anos vivo muito para minha família. Meu tempo não é mais paro o mundo, é para a família. Meu Deus é um Deus que me protege e me concede as coisas boas da vida. A minha definição de Deus é um pouco diferente da sua, mas acredito que o seu Deus é o meu Deus, um Deus que eu acredito”, cometa Vaz.


Veja a entrevista na íntegra logo abaixo: 


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