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O governador que não ria

No meu bunker de isolamento social, resolvi caminhar pela história política acreana. Da safra de governadores biônicos do Estado nomeados durante o período da ditadura militar, nenhum foi mais enigmático do que Geraldo Gurgel de Mesquita, um feijoense atarracado, sempre cara fechada, de pouca conversa e muita ação. Mesquita vinha da militância comunista, seu governo tinha o viés socialista, por isso sempre foi alvo de discussões de como uma figura de formação na esquerda tinha sido escolhida pelo regime militar ditatorial para governar o Acre. Um dos argumentos levantados nas discussões era o seu prestígio com o presidente Ernesto Geisel. Mas ninguém sabia explicar onde nasceu esta amizade. Atendendo a um convite da secretária de Comunicação, professora Edir Marques, uma das mulheres mais cativantes e inteligentes, com quem já trabalhei, fui ser o chefe do Departamento de Comunicação do governo. Isso me permitiu ter um convívio mais próximo com o Mesquita. Suas atitudes eram muitas das vezes conflitantes. Proibiu a polícia de participar de operações para desalojar os seringueiros de suas posses, que agiam como capangas dos fazendeiros que chegavam como enxames na década de 70, para montar suas fazendas. Mas ao mesmo tempo cortou o programa que o Bispo esquerdista Dom Mocyr Grechi, que era direcionado na defesa dos seringueiros, tinha na Difusora Acreana. Mesquita foi diferente até no slogan do seu governo: a figura de um quatipuru, uma espécie da fauna amazônica, que tem o hábito de ficar esfregando as patas dianteiras, como se as estivesse lavando. Explicou a escolha: “como o quatipuru, meu governo é um governo de mãos limpas”. O deputado Alberto Zaire (MDB), um dos deputados de melhor oratória que já conheci, seu adversário político, ironizava nas sessões da Assembléia Legislativa: “O quatipuru é um bichinho de mãos limpas, mas de rabo sujo.” Mesquita foi duro com a oposição. É sua a frase: “no meu governo, o MDB não toma nem água.” Mais que, um governante que amava o homem do campo, Mesquita foi um político de uma habilidade extrema. Certa feita, perguntei por qual razão não respondia aos ataques do deputado Alberto Zaire (MDB). Coçou a mão, que era hábito, e respondeu: “meu filho, quando você quiser deixar um político com mandato com raiva, não fale no nome dele. Sem estar em destaque perde a importância”. Mesquita todos os dias chegava 5 horas da manhã na Rádio Difusora Acreana, para participar do programa do Compadre Lico, voltado para os seringueiros. Lá se soltava conversando e mandando recados aos seringueiros e agricultores. A sua identidade com o homem do campo não era apenas nas palavras. Gostava mesmo do meio. Criou um projeto chamado Núcleo de Apoio Rural Integrado – NARI, em que colocava em cada núcleo um trator, caminhões para escoar a produção, peladeiras de arroz e máquinas de arar. Tudo gerido pelos parceleiros. Quando saiu tudo foi destruído. Criou órgãos para o fomento industrial e agrícola como CODISACRE, COLONOCRE e CAGEACRE. Criou a Estação de Piscicultura, ele foi o primeiro a incentivar a criação de peixes. “Um dia vou ver quem for comprar um pão, ganhar um peixe de presente”, disse durante a inauguração da unidade. Os fazendeiros tinham um horror ao Mesquita, o tratavam como “comunista,” por ter dado um basta nos jagunços que expulsavam os seringueiros de sua colocações. Uma frase sua que pincei e guardo: “meu filho (assim me chamava), na política acreana você só vale pelo mal que pode causar ao adversário.” Não me lembro de no seu governo, eu ter assistido ele dar uma gargalhada. Certa feita, após a condecoração do comediante Ronald Golias, com a Ordem da Estrela do Acre, lhe perguntei o que colocaria na matéria. Respondeu de forma irônica: “acho que é a única pessoa que me fez um dia rir”. Era cruel com a corrupção. Criou o chamado “Livro Branco da Construção”, onde colocava os nomes dos empreiteiros que não cumpriam contratos com o governo e os bania da licitação pública. Este é um pouco do que foi a administração do Geraldo Mesquita, o “Barão”, o governador que não ria.


O PÁDUA DO BOCALOM


A posse do Valtim, fiel escudeiro do ex-prefeito Tião Bocalom, na direção da EMATER-ACRE, é uma prova de que o velho boca está prestigiado pelo governador Gladson. Em termos de proximidade, o Valtim está para o Bocalom, assim como o Pádua Bruzugu está para o Flaviano Melo. Carne e unha. O Valtim é o Pádua do Bocalom.


VISTO COMO OPÇÃO


O vice-prefeito Zequinha é visto nos meios palacianos como um nome que pode surgir como candidato a prefeito de Cruzeiro do Sul. Outro grupo defende o ex-deputado federal Henrique Afonso (PSD), como nome de consenso. Em nenhuma discussão o prefeito Ilderlei Cordeiro é cotado. É sempre citado como uma carta fora do baralho na sucessão como candidato.


NADA IMPEDE


Mas nada impede que o prefeito de Cruzeiro do Sul, Ilderlei Cordeiro, com a popularidade alta ou baixa, venha a disputar a reeleição. Pelo menos neste cenário nada impede juridicamente.


GUERRA POLÍTICA


Acho que o governador Gladson Cameli não vai perder nada em não ter assinado a “Carta dos Governadores”, que na verdade é um documento que embute uma disputa de poder entre o presidente Bolsonaro e o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia (DEM). Nada mais que isso.


MOMENTO NÃO É DA POLÍTICA


No momento atual não cabe a disputa politiqueira, a luta é pela vida humana. Briga idiota.


LOROTA DE REDE SOCIAL


Não existe nenhum medicamento comprovado que seja eficaz cientificamente no combate ao Covid-19. E tampouco uma vacina. O que existe são experimentos. Fora disso é notícia falsa.


CONTINUEM COM A BRINCADEIRINHA


O contágio pelo Covid-19 já chegou a 163 casos no Estado, e de forma acelerada, número que deve crescer ao longo da semana. Continuem brincando que á uma “gripezinha”, que o governo deve liberar todas as atividades. Afrouxar agora seria o colapso do sistema de saúde.


NÃO SE BRIGA COM A CIÊNCIA


Não se briga com a ciência, milhares de pessoas já morreram em todo mundo e os números vão subir, segundo a previsão das autoridades da saúde. O isolamento social é a única saída. Não tem teoria da conspiração, são dados reais. Apenas os maluquetes insistem no contrário.


 ELEIÇÃO POPULAR


Não entro nem no mérito do destempero do presidente Jair Bolsonaro, mas o que deputado federal Rodrigo Maia (DEM) vem armando, conspirando, não tem nada de patriótico. Maia quer ser primeiro ministro parlamentar, num regime presidencialista. Mude o regime, ora!


PETECÃO NO BERÇO


Quem aniversaria hoje sem festa no “Boi Cagão”, devido à pandemia do Covid-19, é o senador Sérgio Petecão (PSD). Petecão é um político que quebra todos os paradigmas, não se fecha no mandato e vive metido nos bairros e municípios. É do povão! Se o Gladson não disputar a reeleição, Petecão é candidato ao governo em 2022. Este cavalo não vai deixar passar selado.


VOTO QUE NÃO DECIDE


Os meios palacianos não dão muita bola aos ataques ao governo pelo deputado Roberto Duarte (MDB), por um fato pragmático: seu voto isolado não tem peso na aprovação de projetos enviados pelo governo. O que fala será sempre uma voz no deserto, na ALEAC.


NEM UM POUCO


Não acredito nem um pouco em perda de maioria da base do governo, na Assembléia Legislativa, por um fato simples: todos estão com cargos abarrotados no governo, indicações que na verdade beneficiam seus afilhados. Para ir para a oposição teriam de entregar os cargos no governo. Alguém acredita em Papai Noel? Iam acomodar os afilhados em que lugar?


O JOGO É FISIOLÓGICO


O jogo político na base do governo na ALEAC é fisiológico, nunca foi e nunca será ideológico.


POINT DO PATO DELIVERY


Ligue 99246-6692 ou 99938-3414 e receba o seu pedido em casa.


NOME POPULAR


Abdias da Farmácia, este é o nome que o DEM vai lançar como candidato a prefeito de Tarauacá. Falando nisso, Tarauacá deve ter um candidato a prefeito em cada esquina da cidade, tantos são os que já se lançaram.


LENE PETECÃO


Está entre os vereadores mais atuantes da Câmara Municipal de Rio Branco. É uma credencial que lhe permite na disputa eleitoral deste ano, pedir votos para a sua reeleição.


FRASE MARCANTE


“Viva todos os dias como se fosse o último. Um dia você acertará.” Luís Fernando Veríssimo


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