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Coronavírus afetou a procura por travestis e garotas de programa

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A pandemia provocada pelo coronavírus está afetando toda a economia. Em vários setores, já são sentidos os efeitos da crise.


Até agora, o principal impacto é no mercado informal de trabalho. Com menos gente circulando nas ruas e com o decreto do governo que determina o que pode ficar de portas abertas, o que pode trabalhar com delivery e o que dever permanecer de portas fechadas, quem atua na informalidade sente até agora bem mais as consequências do coronavírus.

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A crise também chegou ao mercado do sexo. O ac24horas conversou com mulheres e travestis que são profissionais do sexo e que sobrevivem fazendo programas sobre os impactos do coronavírus em suas atividades. A resposta é uma só: os clientes sumiram, o dinheiro acabou e ficou difícil pagar as contas.


Os mais atingidos são aqueles profissionais que ficam nas ruas à espera dos clientes. A crise no setor é visivelmente percebida no período da noite na Via Chico Mendes, um dos principais redutos de prostituição da capital acreana. Com a circulação de pessoas bem menor do que o normal, as poucas garotas de programa e travestis que se arriscam sair de casa não conseguem clientes e voltam de bolso vazio.


A crise também afetou quem marca programas pela internet. A ac24horas conversou com profissionais do sexo cadastrados em um dos principais sites de programa e ouviu prejuízos de quem chegava a faturar tranquilamente mais de dois mil reais por semana.


Uma delas, que tem 27 anos, conta que fazia vários programas por dia, mas desde que começou a crise, a procura diminuiu muito. “Diminuiu muito. O pior é que como nossa profissão não é reconhecida pelo governo, não temos ajuda. Em média eu faço de 2 a 3 atendimentos por dia, mas não tive mais clientes desde que começou a quarentena”.


Mesmo no prejuízo, ela defende o fechamento dos motéis. “Eu vi que o MPF está pedindo para o governador fechar os motéis. Eles estão certo, não é caso de necessidade e todo mundo precisa se cuidar”, diz.



Outra de apenas 19 anos, cobra 200 reais por hora e conta que normalmente faturava 800 reais por dia. “Essa crise afetou bastante. Fazia 4 programas por dia, agora só 1 e mesmo assim é muito difícil porque não tenho local, e os motéis estavam fechados. Mesmo voltando a abri como aconteceu nos últimos dias procura diminuiu muito”, diz.


Opinião também compartilhada pela transex de 22 anos. Apesar de ter local próprio para atender e seus clientes e não depender do funcionamento dos motéis, ela explica que os clientes estão receosos. “Não prejudicou apenas quem trabalha nas ruas. Os clientes estão com medo por causa do coronavírus. Atingiu muito. Eu recebia até 6 ligações por dia. Hoje, é muito difícil receber uma ligação”, afirma.


Consciente de como funciona a economia, a profissional do sexo explica que a falta de clientes é resultado da diminuição da movimentação de dinheiro no comércio. “Afetou muito. É que com o comércio fechado, muita gente precisa desse dinheiro que parou de circular para vir pagar e usufruir. Passamos necessidade sim, já que a procura tem sido baixíssima. Essa é a vida que estamos levando, sem saber até quando vamos conseguir aguentar”, diz ela.


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