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Coronavírus pode provocar quebradeira geral de pequenos comerciantes e reduzir o PIB do Acre, dizem especialistas

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O coronavírus mudou a vida dos acreanos. Por quanto tempo e a intensidade só o tempo dirá. É claro que o objetivo principal do momento de governos e da sociedade é implantar medidas eficazes para tentar impedir a proliferação da doença.


Apesar da garantia de que estão sendo tomadas providências, o usuário de saúde pública no Acre conhece bem a realidade e sabe o quanto é difícil um atendimento de qualidade na normalidade. Imagina se o coronavírus se torna uma epidemia.

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Mesmo que a prioridade seja a saúde de toda a população, há um outro aspecto importante na vida de todos os acreanos que pode ser seriamente abalado dependendo do que vai acontecer nas próximas semana e meses de acordo com o número de novos casos do coronavírus no Acre.


Estudiosos da área econômica ouvidos pelo ac24horas são unânimes em dizer que a economia acreana pode sofrer uma redução acentuada por causa da doença.


Aliás, os impactos na economia mundial já são sentidos. As bolsas de valores, por exemplo, perderam em dez dias aproximadamente 70 trilhões de reais.


Mas trazendo para a realidade local, as medidas adotadas pelo poder público, apesar de necessárias, representam impactos diretos na economia, principalmente, neste primeiro momento, dos trabalhadores informais, que vendem seus produtos nas ruas.


“Eu espero está errado, mas a minha previsão é que a situação vá piorar. Quem não tem a proteção de um emprego com salário fixo vai sentir bem mais. Bares vão fechar, pequenos comércios que não possuem um grande capital de giro podem fechar as portas”, diz o economista, e professor/doutor da Universidade Federal do Acre (UFAC), Carlos Estevão.



Estevão lembra que a atual situação já atinge os informais que vendem nas ruas. “Eu estava pensando no pipoqueiro, por exemplo, que vende sua pipoca na frente de uma escola, quem vende picolé, quem precisa ir para rua ganhar dinheiro já está sentindo o efeito”, afirma.


Opinião que é compartilhada por outro economista da UFAC, o professor e pós-doutor Rubicleis da Silva. “Grande parte do comércio local está praticamente parado. Lojas fechadas ou vazias, redução acentuada nas vendas e no fluxo de clientes estão impondo aos empresários perdas significativas. O setor de serviço também está sendo castigado. Restaurantes fechados, fluxo de turismo reduzido drasticamente, aulas suspensas e outras medidas acentuam o impacto sobre a economia”, diz.


Rubicleis afirma que em duas semanas a situação atual persistindo ou piorando, a tendência é que o impacto no comércio seja ainda maior. “Caso esta situação perdure ou se acentue por mais de duas semanas o mercado de trabalho acreano sofrerá imensamente, postos de trabalho e pequenos negócios serão fechados ocasionando uma redução acentuada do crescimento do PIB estadual”, afirma.

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A preocupação também é das entidades que representam o comércio acreano. A Associação Comercial do Acre (Acisa) já manifestou preocupação com os impactos negativos no setor.


“Entendemos, enquanto entidade, que existe a necessidade de uma injeção de liquidez no mercado, como exemplo, a antecipação do décimo terceiro dos servidores públicos, que em outra ocasião serviu de ânimo para o mercado. A ideia seria buscar alternativas viáveis para que o dinheiro volte a circular, pensando na manutenção deste período caótico”, afirma Celestino Bento, presidente da ACISA.


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