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Fechamento das fronteiras por causa do coronavírus pode desencadear o aumento do preço das drogas e da violência

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Devido a essa escassez de drogas com o fechamento das fronteiras, os traficantes sobem o preço do produto no mercado negro até que a oferta se iguale à demanda. Dependentes podem passar a cometer mais crimes como furtos e roubos para conseguir recursos de manutenção de suas metas comerciais e até de consumo das drogas como a maconha.


Desde as 18 horas desta segunda-feira, 16, a fronteira entre as cidades de Epitaciolândia e Brasileia foram fechadas. À medida que representa um certo alívio no enfrentamento do coronavírus (Covid-19), pode aumentar a violência em áreas consideradas vulneráveis para o tráfico de drogas.

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É o que aponta dois estudos que a reportagem teve acesso. O primeiro que aborda Segurança Pública nos Municípios de Fronteira, com pesquisa feita em 588 cidades brasileiras em toda a extensão de fronteira do país, aponta as regiões de Epitaciolândia, Brasileia e a Serra do Divisor como mais vulneráveis para o tráfico de drogas no chamado Arco Norte; e o segundo, por pesquisadores da Harvard University que analisa economicamente quais os efeitos das possíveis tentativas de o Estado intervir na venda e uso das drogas ilícitas.


Pesquisa feita com a participação de professores da Universidade Federal do Acre mostra que o mercado de drogas pelas cidades de Epitaciolândia e Brasileia e na região da Serra do Divisor nunca esteve tão em alta como nos últimos anos. Se avolumam os fluxos de drogas, produtos falsificados, contrabandos, tráfico de armas, de pessoas e outras atividades ilegais.


Outro ponto apontado na pesquisa solicitada pelo Ministério da Justiça é que além do mercado internacional abastecido pela rota Solimões, grande parte do que passou a ser produzido nos andes passou a ser consumido em pequenas bocas de fumo na região.


Com o fechamento das fronteiras anunciado pelos países do Peru, Bolívia e Colômbia, maiores produtores de drogas ilícitas do mundo, a tendência é de movimentação do mercado. “E de tensão no mercado também”, analisa um especialista em segurança pública que preferiu não ter o nome revelado.


A tese do militar é comprovada pelo estudo de pesquisadores da Harvad University. O estudo afirma que os traficantes, como quaisquer comerciantes, querem ganhar dinheiro para satisfazer suas necessidades básicas.


“Se o preço da droga aumenta no mercado, a quantidade ofertada tem alta, pois a relação benefício/custo (pode-se entender custo como o risco que o traficante corre) se torna maior”, diz o estudo.


Com o aumento do preço da droga, devido a estratégia de equilíbrio – até que o mercado volte ao normal – além de fortalecer e muito, os grandes traficantes, pelo menos em curto prazo, os usuários mais dependentes podem passar a cometer crimes como furtos e roubos para conseguir recursos de manutenção de suas metas comerciais e até de consumo das drogas como a maconha.


“É preciso redobrar as atenções nas regiões consideradas vulneráveis como as cidades de Epitaciolândia e Brasileia e a região da Serra do Divisor, apontadas pelo relatório assinado pela Policia Federal, Policia Rodoviária Federal e Senasp, como rotas do tráfico internacional de drogas”, disse o especialista.


O governador Gladson Cameli deve anunciar a qualquer momento medidas ainda mais duras para a região com a entrada do Exército na fiscalização das fronteiras. O estado quer evitar que turistas andinos possam ajudar a proliferar o coronavírus na região.


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