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No meio da floresta, Rio Branco é a capital menos arborizada do país

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Mesmo estando localizada no meio da floresta amazônica, a capital acreana ainda figura entre as cidades menos arborizadas do país. O último levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado ainda no ano passado mostra que Rio Branco tem apenas 13,78% de cobertura verde, o que a coloca na última posição, ficando atrás de Belém (PA) que tem 22,3% e Manaus (AM) que tem 23,90% de cobertura verde.


Já entre as capitais mais arborizadas do país, conforme os últimos dados do IBGE, estão Campo Grande (MS) com 96,30%, Goiânia (GO) com 89,31% e Porto Alegre (RS) com 82,73%. O ac24horas procurou um engenheiro florestal Lucas Matos para comentar o assunto. Para ele, ainda falta boa vontade do poder público para fazer com que a capital acreana tenha mais cobertura verde.

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“Não se trata de um problema de agora, mas que se intensificou dos anos dois mil para os dias atuais. Os gestores fazem indicação política para o cargo da pasta ambiental, é assim a nível municipal e estadual, onde os secretários não possuem qualificação adequada para assumir tais cargos. É importante ressaltar que não coloco em xeque a competência dos atuais secretários, mas sim a falta de olhar adequado para os problemas ambientais reais do nosso município e estado”, explica o engenheiro.


Segundo Matos, ainda vale destacar o baixo orçamento da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMEIA), ao qual apenas 1% do orçamento da prefeitura é destinado para esta pasta. “Dessa forma, a pasta se transforma em apenas uma secretaria decorativa”, diz.


Uma Rio Branco bem arborizada, de acordo com o profissional, reduziria os efeitos das enchentes e erosão, já que as árvores têm capacidade de interceptar as águas das chuvas e no verão amazônico estabilizar a temperatura (diminuição da sensação térmica) e ainda reduzir o índice de doenças respiratórias causadas pela poeira.


“Estima-se que para cada R$ 100 investidos em plantios de árvores R$ 72 retornem aos cofres públicos, pela economia obtida com o menor consumo de energia elétrica e menor incidência de doenças respiratórias. Consequentemente, a arborização urbana propicia melhora na qualidade de vida das pessoas, embeleza a cidade e ainda colabora na diminuição dos gastos públicos em saúde e saneamento básico”, salienta Lucas.


Um dos fatores que ainda contribuem para uma capital pouco arborizada, segundo o engenheiro florestal, é que a própria população ainda encara a presença de árvores como obstáculos em meio aos equipamentos urbanos, como fiações elétricas, encanamentos, calhas, calçamentos, muros, postes de iluminação. Por isso, é necessário planejamento para a arborização.


“A arborização urbana pode ser melhorada principalmente com investimentos em educação ambiental nas escolas e nas comunidades, favorecendo o trabalho coletivo, e dando a responsabilidade de cuidar junto à atividade desenvolvida. Além de planejamento da cidade para a arborização e seus espaços públicos, faltam recursos para nossas secretarias, mas falta principalmente boa vontade dos nossos gestores públicos em deixar nossa cidade mais verde”, garante Matos.


Dois dos nossos principais parques urbanos da cidade, o Tucumã e o da Maternidade, apresentam mais áreas abertas e com esgoto a céu aberto do que árvores plantadas, num estado da região amazônica que têm mais de 87% de cobertura florestal.


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