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Governo do Acre está entre os que preferem dinheiro extra em caixa e projetos sem contrapartida

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Para analistas, o Acre tem dinheiro em caixa, mas encontra dificuldade na eficiência dos gastos


O Estado do Acre arrecadou mais e investiu menos em 2019. A fórmula apresenta a federação dirigida pelo governador Gladson Cameli entre os moderados que preferem dinheiro extra em caixa e aprovação de projetos sem contrapartida. Reportagem especial do jornal A Folha da última quarta-feira, 26, diz que a redução de investimentos influenciou a maioria dos novos governadores.

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Com nota B, o Acre figura entre os mais bem colocados no sistema de classificação do Tesouro Nacional. Três fatores são levados em consideração: endividamento, poupança corrente e liquidez. O governo federal estuda uma premiação para os estados em bom estado fiscal. 10 bilhões de reais estão reservados para empréstimos sem burocracia a essas unidades federativas.


Uma das vias que deve ser aprovada para contemplar os governadores que vem fazendo o dever de casa – reduzindo gastos – é o chamado “fast track”, uma espécie de via rápida para aprovação de novos empréstimos com aval do Tesouro Nacional para quem está com notas A e B. Seriam reduzidas as quantidades de burocracia para facilitar as operações de crédito.


Desde o início do ano, principalmente com a explosão da violência em janeiro, o governador Gladson Cameli vem anunciando investimentos na ordem de R$ 1 bilhão este ano. Cameli acredita que uma das fórmulas para diminuir os índices de homicídios e a participação de jovens nas facções criminosas é a geração de emprego e renda que viria com o aquecimento de setores como a construção civil e a indústria. Nada saiu do papel.


Há informações da perda de recursos no setor produtivo, projetos viabilizados por bancos internacionais. As mudanças na secretaria de Infraestrutura e Deracre ocorreram após a volta de alguns recursos, principalmente, por falta de capacidade de análise dos projetos dadas as mudanças no governo de Jair Bolsonaro. Os recursos dos ramais (cerca de R$ 94 milhões) e do Anel Viário de Brasileia (R$ 60 milhões) foram salvos no apagar das luzes graças ao esforço da bancada federal.


Segundo levantamento da Folha, cerca de 30% do impacto potencial do investimento público é perdido. O estudo aponta a ineficiência dos gastos. O esforço do governo ao criar a secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (SEDUR) foi para melhorar a gestão de projetos, otimizar os recursos e reduzir perdas de eficiência. O novo tripé da infraestrutura estabelecido pelo governo do Estado, regulamentado na Lei Complementar 365, 19 de dezembro de 2019, coloca o Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (Deracre) como responsável por execução de obras em ruas, ramais e rodovias estaduais, a secretaria de Desenvolvimento Urbano e Regional (Sedur) como encarregada pela elaboração de projetos e a secretaria de Infraestrutura (Seinfra) como executora de todas as obras de engenharia civil.


O governo do Acre enfrenta duras críticas do setor industrial e comercial pela falta de investimentos em 2019 em setores essenciais como a construção civil e o agronegócio. Este ano, com o incremento de mais uma merenda escolar, mais de R$ 100 milhões estão sendo licitados no setor de alimentos. Com o fardamento escolar gratuito, outros R$ 20 milhões passaram a girar na economia. Vagas foram abertas no setor têxtil. Malharias buscam por costureiras até nas penitenciárias.


Para analistas, o Acre tem dinheiro em caixa, mas encontra dificuldade na eficiência dos gastos. Em fevereiro, Cameli decidiu pelo adiantamento da folha de pagamento, possibilitando um investimento de R$ 226 milhões na economia antes do período de Carnaval. Comerciantes que apostaram nas vendas estão sorrindo com o tempo.


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