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Estudos concluem que armas não são suficientes para vencer o crime

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O mês de janeiro foi sangrento. Em 31 dias, foram contabilizados 47 assassinatos no Acre.


Números que assustam a população e que comprovam que o poder público não tem conseguido vencer a guerra contra o crime, principalmente, os provocados pela sangrenta guerra de facções.

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Outra conclusão que se chega é que as estratégias apresentadas até o momento não foram eficazes o suficiente para devolver a prometida sensação de segurança à população. Pelo contrário, o morador de Rio Branco se sente cada vez mais inseguro.


Mas onde buscar as informações corretas para definir as estratégias que sejam capazes de mudar o atual cenário? Esse era objetivo do Laboratório de Estudo e Pesquisa da Violência e da Criminalidade (LAPESC), criado pela gestão do então governador Sebastião Viana, época que começou a guerra entre facções, mas que foi extinto pelo atual governo.


A ideia do laboratório era ter uma estrutura dentro da Secretaria de Segurança Pública que pudesse fomentar a produção de conhecimento científico para auxiliar no combate à violência. Foram firmadas parcerias com instituições para que o trabalho não ficasse restrito às forças policias.


Dois trabalhos, que viraram livros, foram realizados por meio de uma parceria com o departamento de economia da UFAC.


Os homicídios praticados no período de 2013 a 2015 e a sensação de segurança das pessoas em 2018 foi um dos estudos.


É no ano de 2013 que os efeitos da guerra de facções criminosas começam a ser vistos com mais frequência no acre. A partir desse período, aumenta o número de homicídios praticados por causa da disputa pelo controle do tráfico de drogas.


O estudo afirma que a sensação de insegurança é presente na vida de todos, independentemente da renda, escolaridade e gênero.


O trabalho de pesquisa sugere duas ações ao poder público. A primeira é a criação de um aplicativo (APP) para celulares e tabletes que possibilitaria uma maior agilidade no processo de registro das ocorrências policiais e reduziria os custos das vítimas e do estado no processamento dos registros criminais.


A segunda sugestão é a criação de uma OCA de registros criminais, tirando das delegacias a obrigatoriedade destes registros. Esta OCA poderia funcionar em um único local em horário integral. Esta OCA enviaria os boletins de ocorrência às respectivas delegacias. Além de funcionar em horário integral e reduzir o acesso às delegacias, esta OCA ocasionará uma maior agilidade nos registros criminais.


Um outro estudo feito em parceria com a Universidade Federal do Acre (UFAC) é em relação a reincidência no mundo do crime.

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A conclusão é de que a economia e a educação são importantes. “Em última instância, isto indica, de forma clara, que educação profissional e formalização no mercado de trabalho possuem grande relevância para evitar a reincidência”, diz o estudo.


O professor de economia da UFAC, Rubicleis Gomes, autor dos dois estudos ao lado de Marisol de Paula Reis Brandt, Francisco Raimundo Alves Neto e José João Alencar, faz um alerta importante e cada vez mais presente nos dias atuais: a perda de crianças e adolescentes para o crime.


“Existe uma multiplicidade de fatores que fazem com que o indivíduo volte a praticar um crime, mas se você me perguntar o que é efetivamente mais importante para combater essa questão de reincidência prisional, vou lhe dizer que impeça que jovens e crianças adentrem o mundo do crime. Quando um jovem entra no mundo do crime, ele não sai mais. Isso é um caminho sem volta. Se não conseguirmos fazer políticas públicas para evitar que esses jovens entrem no crime, vamos ter uma geração perdida”, diz Rubicleis.


O autor dos estudos diz ainda que a aquisição de armas por si só não resolve o problema da violência. “Essa pesquisa deixa uma coisa muito clara. A gente não vai combater a reincidência prisional só com armas. É preciso evitar que os jovens sejam cooptados pelo crime. É preciso oferecer políticas que afastem a juventude das mãos das fações criminosas”, diz o professor universitário.


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