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Mães dizem que filhas com sequelas da vacina anti-HPV “estão sendo dopadas” pela SESACRE

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Familiares dos adolescentes que sofrem problemas de saúde alegando ser decorrentes da vacina contra o HPV, no Acre, foram ao Ministério Público Estadual nessa segunda-feira, 16, em Rio Branco, para receber do promotor de Saúde do Acre, Gláucio Oshiro, os documentos em mãos que comprovam o diagnóstico concluído pelos médicos da Universidade de São Paulo (USP). Das 12 adolescentes atendias na USP, 10 receberam diagnóstico de crise psicogênica não-epilética e outras duas de epilepsia. As mães reclamam que a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) não está tratando as jovens como deveriam, apenas “dopando-as”.


Edilene dos Santos é mãe de Maísa, de 15 anos. A menina tomou a segunda dose da vacina em 2018. Segundo Edilene, foi quando a adolescente começou a apresentar as sequelas mais graves, como desmaios e dormência pelo corpo. “Nunca fomos convidadas para nenhuma reunião. Sempre que o Ministério Público se reúne com o estado é a portas fechadas”, reclama a mãe.

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Ela e outras dezenas de mães foram ao local para verificar se o diagnóstico enviado pelos especialistas condiz com a portaria nº 1.820 do Ministério da Saúde. “Queremos saber se foram feitos todos os exames e se os documentos apresentam todo o material que foi colhido. Queremos resultados de todos os exames que foram feitos lá”, disseram.


Bruna Alita é mãe de Sabrina, de 16 anos. Ela conta que o governo do Acre propôs a criação de um núcleo de apoio para funcionar a favor das jovens, mas, segundo ela, não funciona de forma alguma. “Quando precisamos de um atendimento urgente, não tem. Ninguém sabe o que fazer. Eles [governo] se prontificaram em encaminhar as meninas para a UPA da sobral ou para o Pronto-Socorro. Quando chegamos lá, os profissionais não sabem o que fazer”, diz a mãe.


As mães reclamam que a única coisa que os profissionais de saúde no Acre fazem para com os jovens com sequelas é “dopar”. “Dopam as meninas. Eles não estão tratando, estão apenas dopando as meninas. Já estou nesta luta há mais de quatro anos, então eu sei como é o procedimento”, salienta Bruna.



Segunda opinião

As famílias foram ao Ministério Público para também exigir da promotoria uma segunda opinião médica a respeito do diagnóstico recebido pelas pacientes. “Para mim, esse diagnóstico não é válido”, disse Bruna. “Aproveitamos para conhecer o posicionamento do promotor Gláucio, de como vai ser feito daqui para frente também com as meninas que não foram para a USP”, disse uma das mães.


O que diz o MP-AC

Doze pacientes foram levadas até a USP para passar por avaliações. De acordo com o promotor Gláucio Oshiro, os médicos da USP fizeram um relatório geral de toda a situação levantada no estado após a polêmica da vacina e após isso fecharam os relatórios individuais das pacientes. “Os diagnósticos foram dados verbalmente no momento da alta das meninas e nessa segunda-feira foram encaminhados para entrega”, explicou.


Segundo Oshiro, foi mobilizada toda a secretaria de Saúde e equipe de assistência social para entregar o diagnóstico às famílias, pessoalmente. “Nos documentos contam os laudos, os exames, diagnósticos de imagem, tudo a fim de que elas [as mães] tenham acesso documental a tudo que foi orientado [pelos médicos].


De acordo com os documentos, das 12 adolescentes atendias na USP, 10 receberam diagnóstico crise psicogênica não-epilética, e outras duas de epilepsia. “Em todos os 12 casos foram descartados qualquer relação com as vacinas”, garante o promotor.


Questionado sobre os exames que ainda são exigidos pelas famílias, a promotoria afirma que a reunião dessa segunda também buscou discutir com as mães as evidências científicas que tornam os exames mais apropriados para cada caso. “Não se trata de fazer todos os exames que a tecnologia dispõe, porque vários dos exames não são recomendados”.


Para Oshiro, a equipe médica da USP é referência internacional na área e para cada adolescente foram providenciados todos os exames passíveis, de acordo com as necessidades clínicas de cada uma. “A crise psicogênica não-epilética é uma doença pouco conhecida, portanto, de tratamento diferenciado. Nós estamos cobrando da Sesacre e do Ministério da Saúde uma capacitação para tratamento de dessa doença com os profissionais do estado. A reunião também é garantia desse tratamento”, afirmou.


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