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16° Prêmio Chico Mendes contempla iniciativas de resistência e luta na Amazônia

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Na data em que o líder sindical Chico Mendes completaria 75 anos de idade, o Comitê que leva o seu nome realizou a festa da décima sexta edição do Prêmio Chico Mendes, neste domingo, 15, na Sala de Cinema do Sesc Centro, em Rio Branco.


Criada em 2004, a premiação tem por finalidade reconhecer e estimular as atividades, programas, ações e iniciativas que visam consolidar os ideais defendidos pelo líder seringueiro Chico Mendes.

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Até o ano passado, a condecoração se chamou Prêmio Chico Mendes de Florestania, quando agraciou o papa Francisco e o ex-presidente Lula. Em 2019, passou a se chamar Prêmio Chico Mendes de Resistência em Defesa da Amazônia.


A mudança da temática se deu em em razão de a primeira versão do prêmio ser de iniciativa governamental, criada durante o segundo mandato do ex-governador Jorge Viana. Agora, a premiação é de iniciativa da sociedade civil e de movimentos socioambientais, segundo explica o Comitê Chico Mendes.


A ativista ambiental Ângela Mendes, filha de Chico e coordenadora do Comitê, diz que a grande mensagem que o evento deste ano trouxe para o Acre e para o mundo foi de “união e resistência em favor da Amazônia”.


“Por isso o nome do prêmio, com os retrocessos nas políticas ambientais e as ameaças que cercam os territórios, a união dos povos da floresta, representada na Aliança, é estratégico e fundamental”.


Neste ano, foram 4 as categorias contempladas.


Os premiados em 2019 são:

Destaque Jovem – Daiane Correia do Nascimento, comunidade Porto Dias, Acrelândia. Moradora do Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Porto Dias, Daiane superou desafios, saindo de casa para concluir o ensino superior e voltando para fazer parte de um projeto de artesanato com o resíduo de madeira. Daiane foi a única a concluir a capacitação, em uma turma de 20 jovens, e até hoje dá continuidade à arte de dar nova vida a resíduos de madeira com peças de muita beleza.


Fotos: Arison Jardim

Destaque Personalidade – Jorge Rivasplata de La Cruz, artista plástico. Por meio da arte, Rivasplata expressa a importância da memória e da história acreana. A cultura e as tradições amazônicas são seus temas favoritos, com a Revolução Acreana como destaque especial. Os 30 anos de trabalho do artista no Brasil constituíram numa coleção de obras que retratam a história do Acre numa coleção de 50 quadros, denominada “Revolução Acreana”. Rivasplata também construiu uma coleção sobre a vida do líder seringueiro Chico Mendes, entre outras obras importantes sobre eventos na história de luta do povo acreano.


Fotos: Arison Jardim

Destaque Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais – Aldeia Shane Kaya, povo shanenawa, Feijó. A Aldeia Shanekaya é reconhecida pela prática de preservação e resistência do território, por meio do fortalecimento do artesanato feminino, lutas de enfrentamento por políticas públicas, principalmente para garantir os direitos a educação indígena, saúde da população, demarcação e ampliação dos territórios e educação ambiental. Nesta aldeia, as mulheres estão a frente de toda a articulação, lideradas por Edina Shanenawa, primeira cacique do povo Shanenawa do Acre, junto de Mucani Shanenawa atual cacique da aldeia.

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Destaque Institucional – Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS). Fundado em outubro de 1985, durante o I Encontro Nacional dos Seringueiros, em Brasília. Sua criação foi resultado da luta dos empates contra a expulsão da terra e a devastação da floresta, desenvolvida pelos Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STR), especialmente o de Xapuri, cujo presidente era Chico Mendes. A partir de 2009, quando da realização do 2º Congresso das Populações Extrativistas da Amazônia e o 8º Encontro Nacional, em Belém, mais de 400 lideranças extrativistas dos nove estados da Amazônia aprovaram a mudança do nome da entidade para Conselho Nacional das Populações Extrativistas, mantendo a mesma sigla CNS.


Fotos: Arison Jardim

“É uma história muito grande neste 30 anos, lá em 89, naquele Encontro dos Povos da Floresta, aqui em Rio Branco, nós não tínhamos nenhuma reserva extrativista. Hoje, temos dezenas de reservas criadas na Amazônia e no resto do Brasil, com muito esforço, luta e até perdas de vidas. Esse Prêmio vem em um momento importante, em que estamos voltando a viver as grandes turbulências iguais a dos anos 1980, quando lutamos pela possibilidade do seringueiro permanecer em sua colocação. Atualmente, nossas Reservas Extrativistas estão altamente ameaçadas”, disse Júlio Barbosa, presidente do CNS.


A programação da Semana Chico Mendes 2019 se desenvolve até o próximo dia 22, data em que o líder sindical foi assassinado, em 1988, no município de Xapuri.


Fotos: Arison Jardim


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