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Trânsito: o caos urbano

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Já pensou se pilotos de avião voassem pelos céus como dirigem os motoristas de Rio Branco? Será que, lá em cima, o ar rarefeito desperta seus cuidados com a segurança, perícia, prudência e cautela?


Pois, cá embaixo, a cada dia pioramos mais. Reclamávamos dos radares que eram fábricas de multa e, sem eles, nem os semáforos são mais respeitados por uma quantidade cada vez maior de condutores.

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Mesmo na região central da cidade é comum vermos veículos atravessando os cruzamentos com o sinal vermelho, principalmente onde a fase está aberta somente para os pedestres. Os motociclistas são, de longe, os principais infratores. Quanto mais nos afastamos para a periferia, menos valem as regras ensinadas na autoescola. Noite adentro, então, o Código Brasileiro de Trânsito é pura ficção.


O caos tem suas causas: trânsito cada vez mais congestionado e pessoas cada vez mais tensas, apressadas e agressivas. Também tem suas consequências: mortalidade e quantidade de mutilados compatível com países em guerra.


Enquanto o desenvolvimento da tecnologia produz veículos cada vez mais seguros, nosso trânsito urbano fica cada vez mais perigoso para motoristas, passageiros e pedestres. Enquanto nossas normas exigem cada vez mais elementos de mobilidade e acessibilidade, fica cada vez mais difícil o ‘ir e vir’ das pessoas por aqui.


Deveríamos estar preparando nossas ruas para um futuro (que parece muito próximo) quando os veículos serão autônomos, mas nem nossas calçadas estão em condição de receber adequadamente os pedestres, tantos são os obstáculos.


O transporte coletivo, que poderia desafogar boa parte dos conhecimentos, é tão ineficiente que transporta atualmente menos passageiros que no final do século passado. Obras viárias de péssima qualidade tornaram as ruas um laboratório de defeitos crônicos de pavimento. Tapa-se os buracos no verão e reza-se para que durem até o próximo inverno. O mesmo ocorre com o sistema de drenagem, constantemente entupido.


Resolver esse caos depende de ações de todas as partes. Retomar a fiscalização eletrônica parece inevitável para que cumpra sua função educativa. A dor no bolso é ainda a mais intensa. Respeitar velocidade máxima e sinais vermelhos é básico. Celular no trânsito, nem pensar.


Mas não para por aí. O município precisa transformar o sistema de ônibus em algo que atraia mais passageiros e reduza o trânsito de carros e motos. Tem que parar de improvisar nessa área e deixar de delegar suas responsabilidades ao sindicato das empresas.Precisa também de uma política clara para sistema viário, seja em relação a expansão da malha quanto a priorização dos trechos para o transporte de massa, as exigências de infraestrutura (drenagem, calçadas, arborização, iluminação, estacionamentos) e a qualidade dos pavimentos e da sinalização.


Também, é fundamental resgatar serviços já realizados pelo Detran de reciclagem de condutores. Principalmente dos profissionais (táxis, ubers e mototáxis) e dos flagrados em infrações. Direção defensiva é um tema urgente.


Não dá mais para empurrar esse problema com a barriga. O custo em vidas está grande demais.




 


Roberto Feres escreve às terças-feiras no ac24horas


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