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Órgãos do governo visitam novo modelo de gestão da Fábrica de Preservativos Natex

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Inaugurada em 2008, a 6 km de Xapuri, na rodovia AC-485, que leva o sugestivo nome de Estrada da Borracha, a fábrica de preservativos Natex esteve ameaçada de fechamento 10 anos depois, quando o governo do estado, na gestão anterior, não deu mais conta de suprir o déficit do custo de produção. Foi a constatação de que, se por um lado havia um resultado positivo, de cunho socioambiental, por outro não existia lucro financeiro, fator que tornou o empreendimento insustentável economicamente.


A saída encontrada pelo governo Sebastião Viana foi transferir a fábrica para a iniciativa particular por meio de uma parceria público-privada, firmada em 2018, cujo processo não previu uma série de entraves burocráticos que dificultariam, em 2019, o funcionamento da nova modalidade de gestão. A consolidação do novo modelo ainda está em andamento, mas começou a caminhar a passos largos após o governo Gladson Cameli manifestar confiança no futuro da indústria que produz a marca Natex.

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O grande desafio da nova gestão foi colocar a indústria em um sistema voltado para a obtenção do lucro financeiro. Para isso, o empreendimento precisou passar por uma verdadeira reforma nos seus processos de gerenciamento. O resultado foi uma impressionante redução nos custos de funcionamento da indústria com relação ao que era praticado na gestão estatal.



Nesta segunda-feira, 25, representantes do governo nas áreas de incentivo à produção visitaram, junto com diretores da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), o empreendimento estatal que, apesar da gestão privatizada, continua a ter no Estado o principal parceiro para manter vivo o projeto de uma indústria geradora de emprego e renda que ofereça ao mercado um produto feito com mãos acreanas.


Na visita, o secretário de estado de Produção e Agronegócio, Edivan Azevedo, e os diretores-presidentes da Empresa de Assistência Técnica, Extrativista e Rural do Acre (Emater), Tião Bocalom, e da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), Jander Rubem Ferreira Nobre, puderam ver de perto os novos ares que embalam o otimismo e a confiança dos 89 colaboradores que compõem o atual quadro funcional da fábrica. Todos os setores da produção foram visitados e os procedimentos e normas cuidadosamente explicados por funcionários de cada uma das áreas.



Jander Rubem, diretor-presidente da Funtac, explicou que todos os obstáculos de natureza contratual ao funcionamento da indústria foram solucionados no decorrer deste ano. Ele disse que a fábrica continua a ter uma importância muito grande para o estado por conta da recuperação de quase uma centena de empregos em Xapuri e pela capacidade de continuar representando o Acre fora do estado com um produto que tem um grande simbolismo para os acreanos.


“O retorno da fábrica foi uma conquista para nós. Por meio dela, sob a gestão da iniciativa privada, pudemos resgatar os empregos e continuar honrando o nosso compromisso com o Ministério da Saúde. Todos os obstáculos que havia foram sanados por meio de um novo contrato firmado com a empresa gestora para que essa marca tão importante, de um produto genuinamente acreano, pudesse continuar nos representando”.


O secretário de Produção e Agronegócio, Edivan Azevedo, que foi à fábrica representando o governador Gladson Cameli, disse que ficou entusiasmado com o que viu na indústria. Segundo ele, o governo do estado tem plena disposição no prosseguimento da Natex porque o empreendimento tem tudo para se consolidar com o novo modo de gestão. O secretário também afirmou que a visão de desenvolvimento do agronegócio no estado não exclui a produção industrial baseada no extrativismo.


“Tudo o que sai da terra para se transformar em dinheiro, em renda e em emprego é agronegócio. O nosso governo tem essa visão e não há dúvidas de que os nossos esforços serão sempre voltados para o fortalecimento do nosso setor produtivo. O que nós vimos aqui hoje nos enche de entusiasmo em ver um parque industrial muito bem instalado e recebendo o produto da floresta, sendo mais uma alternativa de renda para quem lá vive. Isso realmente nos anima muito”, comentou o secretário.


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Quem também relacionou a produção da fábrica com o agronegócio foi o diretor-presidente da Emater-Acre, Tião Bocalom. De acordo com ele, a relação é muito apropriada porque está sendo possível perceber que a fábrica de preservativos continua produzindo e gerando emprego, mas agora dando lucro, o que não ocorria no governo anterior. Bocalom disse também que o governo Cameli se esforçará para proporcionar aos produtores do Acre a assistência técnica para que ele possa melhorar a qualidade da sua produção.


“Eu fiquei muito feliz com essa visita porque eu já estive aqui outras vezes e queria saber dos números, mas não conseguia, era tudo muito obscuro. Depois da parceria público-privada, nós ficamos sabendo que, além dos empregos gerados na cidade e no campo, a fábrica está dando lucro, e isso nos alegra demais, uma vez que o lucro é o objetivo de qualquer negócio, a geração de renda, de dinheiro. Isso é agronegócio”, afirmou.


A Fundação de Tecnologia do Acre firmou recentemente termo de reconhecimento de dívida com a Indústria de Produtos de Látex da Amazônia, gestora da fábrica. O valor de mais de R$ 1,5 milhão é referente ao contrato de prestação de serviços de fabricação, embalagem e expedição de preservativos pela empresa entre os meses de fevereiro e junho deste ano e o pagamento já está em vias de ser realizado.



Com o recebimento dos valores constantes no contrato, a previsão do presidente da Produtos de Látex da Amazônia, Emerson Feitoza, é de que a fábrica ative todos os seus setores no próximo mês. Com isso, o número de colaboradores subirá para cerca de 120. Para o mês de fevereiro do ano que vem, a indústria poderá chegar a cerca de 180 funcionários com o lançamento da linha comercial da empresa, cuja marca ainda aguarda liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).


“Essa visita de hoje representou a solidificação da relação entre a indústria e o governo nesse novo momento de gestão privada da fábrica. Foi um ano de tratativas, o governo se empenhou muito em resolver todas as dificuldades e nós acreditamos muito na consolidação desse modelo para que a gente possa andar com as próprias pernas. A importância disso não é apenas para a fábrica, mas para os nossos colaboradores, com a garantia dos seus empregos. Já estamos programando os pagamentos de fim de ano, salários e décimo-terceiro, para que a gente possa começar o novo ano com o pé direito”, concluiu.


 


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