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Morte de mecânico ligado ao PSOL gera onda de equívocos

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O corpo de Josemar da Silva Conde, o Tripinha, mecânico e pequeno empresário assassinado com um tiro de espingarda na tarde da última quarta-feira, 20, em Xapuri, chegou à cidade na noite de ontem, 21, depois de ser autopsiado no Instituto Médico Legal (IML) de Rio Branco. O velório está sendo realizado na igreja Assembleia de Deus e o sepultamento ocorrerá nesta sexta-feira, 22, por volta das 10 horas da manhã, segundo informação divulgada por familiares em uma rede social.


A morte de Josemar é mais uma daquelas que ainda consegue causar comoção em uma pequena cidade como Xapuri, onde ele era uma pessoa muito conhecida. Tripinha Motos era a sua marca empresarial, e o seu ofício, a mecânica de motocicletas com sua loja de peças e acessórios, era o que lhe identificava, além da sua índole e reputação, visto que era uma pessoa notoriamente do bem, trabalhadora e de origem humilde. O apelido adotado como nome veio do pai, já falecido, que era conhecido como Tripa de Galinha.

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Mas, mais do que o impacto e a consternação causados em Xapuri, o fato repercutiu em alguns veículos de alcance nacional por conta da ligação de Tripinha com o Partido Socialismo e Liberdade – PSOL. Ele era presidente do diretório municipal da sigla partidária em Xapuri, tendo sido candidato ao cargo de vice-prefeito nas últimas eleições municipais compondo chapa com o ex-prefeito Wanderley Viana de Lima, naquela ocasião do Partido Republicano da Ordem Social – PROS.


No entanto, as informações sobre a morte de Josemar da Silva Conde que foram repercutidas além do Acre com a ajuda de membros do PSOL reproduzem alguns equívocos. O maior deles é a afirmação de que o crime foi político. Já está claro tanto para a família quanto para a polícia que a motivação para o bárbaro assassinato foi um desentendimento que se arrastava há anos entre a vítima e o autor, que, inclusive, era afilhado de Josemar, também segundo a família.


“Acabo de ser informado que o presidente do PSOL em Xapuri, cidade do grande Chico Mendes, foi barbaramente assassinado.


Nosso companheiro Josemar da Silva Conde também era seringueiro e foi candidato a vice-prefeito pelo PSOL. Exigimos apuração do crime. Chega de impunidade!”, denunciou o presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, no Twitter.



Também no Twitter, o ex-candidato a presidente Guilherme Boulos comentou: “Mais uma vítima de crime político no Brasil: o companheiro de lutas e do Psol50, Josemar da Silva Conde foi assassinado em Xapuri, no Acre. Exigimos investigação imediata para punição dos assassinos!”


Segundo informações prestadas à imprensa pela viúva de Josemar, ele e o acusado, Francisco da Silva Barroso, o Chico Doido, compraram juntos duas colocações na Reserva Extrativista Chico Mendes, mas depois de algum tempo surgiram divergências sobre os limites entre as duas propriedades. Foram parar na justiça tendo Josemar, inclusive, chegado a indenizar o afilhado com certo valor monetário em determinado momento da contenda judicial. A vítima já teria, também, registrado queixa contra Chico Doido por ameaças.


Esse é o enredo do crime que não tem nada de político e muito menos se relaciona com os históricos conflitos que tiveram como símbolo maior o assassinato de Chico Mendes. Outra inverdade é que Josemar fosse um seringueiro propriamente dito. Ele foi apenas mais um morador da cidade a se interessar pela produção de borracha tendo para isso adquirido uma colocação na Resex para se dedicar a esse complemento de renda e, segundo um amigo, ele estava muito feliz com a atividade.


Josemar Conde também não era um “militante político”. Não era reconhecido como político, nem por sua atuação pelo PSOL, apesar de representar a sigla no município. Era reconhecido como um mecânico dos bons que resolveu ser candidato a vice-prefeito em determinado momento da vida. Sua morte é uma enorme perda para Xapuri, para os amigos e para a família, pela grande contribuição que deu ao município como empreendedor apaixonado por sua terra.


A desinformação e os equívocos sobre o fato, seja por qualquer razão que se manifestem, não contribuirão em nada com o bom currículo de cidadão que teve o Tripinha.

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