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“Não tenho o que comer porque a prefeitura não deixa eu vender água”, diz ambulante

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Nas últimas semanas, o setor de fiscalização não tem dado trégua ao comércio ambulante no centro de Rio Branco. O “rapa” como é chamada a equipe de fiscais tem intensificado o combate a este tipo de comércio, principalmente na região do Mercado Elias Mansour, Calçadão e Terminal Urbano.


O resultado é que a região onde não podia mais transitar de tanto vendedor ambulante de cigarros ganhou nova vida.

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O problema é que, ao mesmo tempo que a fiscalização coíbe o contrabando e o não pagamento de impostos, está tirando o sustento de dezenas de pessoas, principalmente idosos que fazem do comércio informal e ambulante as suas únicas fontes de renda.


Sem aposentadoria, Edmilson afirma que sobrevive vendendo água mineral no centro da cidade – Foto: Leônidas Badaró 

É o caso, por exemplo, do senhor Edmilson Apolinário dos Santos, 64 anos, que sobrevive vendendo água mineral. “Faz mais de três anos que vivo disso. E agora nem de ambulante estão deixando eu vender. Eu vou perguntar para a prefeitura como é que eu vou levar comida pra minha casa. Eu não tenho aposentadoria e não consigo mais trabalhar no pesado”, diz.


Gel para massagens e a famosa Gota do Zeca nas mãos da ambulante Antônia de Fátima – Foto: Leônidas Badaró 

Situação parecida vive dona Antônia de Fátima. Prestes a completar 64 anos, ela sobrevive da venda de gel para massagens e da famosa “Gota do Zeca” na região do Terminal Urbano. “Se não vender, como eu vou comer? Não tem nada lá em casa. Até gás já tá faltando. Eles querem proibir, mesmo a gente não ficando parado em um lugar. Situação é difícil”, afirma.


Venda ambulante é o sustento da família de Fausto nos últimos 3 anos – Foto: Leônidas Badaró 

Nem só de idosos é o comércio ambulante no centro de Rio Branco. Carlos Alberto da Cruz, tem apenas 23 anos. Ele vende carregador de celular, fone de ouvido, lanterna e mais um monte de bugiganga. Quanto ao fato dos produtos serem piratas, ele faz uma observação pertinente. “Eu só queria entender. Se pegam nossos produtos porque são piratas, tem que pegar de todo mundo. Esse comércio todo aqui, tudo é de produto comprado na Bolívia igual o nosso. Eu só quero trabalhar. Por isso é que tem tanto jovem envolvido com o crime. Quando a gente quer trabalhar, não deixam”, fala Carlos Alberto.


A reportagem do ac24horas entrou em contato com a prefeitura de Rio Branco, que não se posicionou sobre o assunto.


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