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Tribunal fará maior julgamento desde o caso Chico Mendes

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Começa nesta terça-feira, 13, o julgamento de um dos crimes de homicídio de maior repercussão dos últimos anos no município de Xapuri, localizado a cerca de 180 quilômetros da capital acreana: o “Caso Almir”, como ficou conhecido linchamento do pedreiro Almir de Moura Souza Filho, ocorrido no dia 3 de setembro de 2017, na saída de uma conhecida festa noturna da cidade. Ele foi morto a golpes de facão e pauladas desferidos por mais de uma dezena de pessoas. Depois de quase 2 anos, o processo chega à fase final após um arrastado e complexo inquérito policial. São nada menos que 10 réus, 10 advogados de defesa, 2 promotores e 27 testemunhas arroladas por acusação e defesa.


Ao todo, 17 pessoas foram apontadas pela investigação policial como participantes diretos no crime, sendo que 7 são menores de idade. Dos maiores, 7 homens e 3 mulheres sentarão no banco dos réus do Fórum Raimundo Dias Figueiredo em um júri que tem a previsão de ser o mais extenso da história da comarca desde o julgamento de Darly Alves da Silva e seu filho Darcy, acusados e condenados pela morte do sindicalista Chico Mendes, que teve três dias de duração – 12 a 15 de dezembro de 1990. Mesmo sem qualquer comparativo com a repercussão do julgamento que chamou a atenção do mundo, o Caso Almir vai mobilizar um aparato especial da justiça por também se tratar de um crime emblemático.

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Assim como o crime praticado contra o líder seringueiro em 1988 representou um momento da história do Acre marcado pelo embate entre latifundiários e seringueiros, o impiedoso massacre do pedreiro Almir simboliza a realidade atual que o Estado enfrenta: o crescimento alarmante da violência alimentada por uma sangrenta guerra entre grupos criminosos rivais na disputa por territórios de tráfico de drogas.


De acordo com as informações prestadas pela polícia, a morte de Almir foi motivada pela disputa entre facções. Embriagado, em um baile noturno, o pedreiro teria falado demais no lugar e hora errados. Na saída da boate, ele foi atacado por várias pessoas, sendo espancado até a morte sem que houvesse qualquer possibilidade de defesa. O laudo cadavérico apontou diversos ferimentos produzidos por instrumentos perfuro-contundentes espalhados por várias parte do corpo. O inquérito policial durou quatro meses para ser concluído e foi, aos poucos, chegando aos envolvidos. Além do homicídio contra o pedreiro, os acusados também serão julgados por uma tentativa contra uma segunda vítima.



Desde o ano de 2011 na Comarca de Xapuri, o juiz Luís Gustavo Alcalde Pinto, titular da Vara Única do município, informa que todas as medidas estão sendo tomadas pelo Tribunal de Justiça do Acre, no que diz respeito à logística do julgamento, que tem a previsão de durar dois dias.


“Está praticamente tudo pronto, toda a logística referente à segurança, alimentação e alojamentos do conselho de sentença, uma vez que os jurados devem permanecer incomunicáveis durante todo o período do júri. São providências e cuidados que devem ser tomados em razão da grande repercussão so caso, que é a maior desde o julgamento do Caso Chico Mendes há 30 anos”, explicou magistrado.


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