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Guerra entre partidos pode decretar implosão do governo

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Mesmo sendo os dois partidos mais beneficiados com cargos com a chegada de Gladson Cameli ao poder, a guerra entre o PSDB e Progressistas poderá gerar uma crise descontrolada que poderá implodir o governo antes de 2020. A briga por cargos e também pelo protagonismo nas eleições municipais na capital do ano que vem fez com que tucanos e militantes do partido do governador fossem para as redes sociais expor toda ânsia de poder que geralmente são tratadas em gabinete.


O estopim para essa guerra foi o fato do governador Gladson Cameli prometer que exoneraria o secretário de Agricultura e Pecuária, Paulo Wadt, mas não cumprir e ainda afirmar que não aceitará pressão para tal ato. Isso fez com que a deputada federal Mara Rocha, (PSDB) acenasse com a possibilidade de abandonar a base de apoio do governo do Acre em Brasília e até mesmo a mudar o seu voto na Reforma da Previdência. Cameli quer contar com pelo menos sete votos dos oito deputados acreanos na Câmara e inclusive já teria usado esse argumento para conseguir benefícios com o presidente Jair Bolsonaro (PSL), como a manutenção de seu cunhado e irmão da primeira-dama, Ana Paula Cameli, Paulo Roberto Correia, na Superintendência da Sudam.

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No último dia 17 a comitiva acreana liderada pelo governador se encontrou com o presidente da república Jair Bolsonaro (PSL), no Palácio da Alvorada, em Brasília (DF), e fez o pedido pelo seu cunhado causando desconforto nos parlamentares presentes. O ac24horas apurou que o presidente já estava com o decreto de exoneração de Paulo Roberto Correia, assinado sob a argumentação de que ele “era comunista”.


Durante a audiência, na presença dos parlamentares, antes de falar dos problemas do Estado, Gladson foi direto ao ponto. “Presidente, antes de mais nada, quero aqui, diante da minha bancada, lhe pedir um grande favor. O meu cunhado – Paulo Roberto Correia – não é comunista; é um profissional capacitado, que está sendo vítima de interesses de políticos que querem o seu cargo de superintendente. Por favor, mantenha ele na sua equipe que saberei lhe agradecer”, disse o governador ao se referir aos votos dos deputados e senadores em favor da reforma da previdência.


Bolsonaro, de fato, de acordo com os presentes na reunião demonstrou saber do que se trata e sorrindo falou que o governador salvou o cunhado da degola aos 45 minutos do segundo tempo e de imediato pediu a um assessor que estava na reunião que fizesse uma ligação para ele. E no telefone – não se sabe com quem falou -, determinou ordem expressa. “Olha, a demissão do comunista da Sudam eu quero que cancele. O cunhado dele está me garantindo que ele não é comunista e sim simpatizante do nosso modelo de governo”, teria afirmado o Chefe do Palácio da Alvorada. Depois de atender o pedido de Gladson, Bolsonaro continuou rindo e começou a despachar sobre os assuntos relacionados ao Estado.



O fato é que a manutenção de Paulo Wadt comandando o setor de agropecuária do Estado por decisão de Cameli gerou reações que vão além da guerra por espaço, mas sim pelas eleições do ano que vem, tanto que militantes dos Progressistas vendo uma brecha, resolveram atacar simultaneamente o vice-governador e sua irmã, a deputada Mara Rocha.


O ainda Superintendente do Ministério de Agricultura e Pecuária do Acre, Luziel Carvalho, que se lançou recentemente com suposto apoio de Cameli como pré-candidato a prefeito de Rio Branco, usou as redes sociais para espalhar vídeos lembrando o episódio em que uma Bíblia foi queimada na Universidade Federal do Acre, no período em que Minoru Kinpara era o reitor da instituição, com o objetivo de responsabilizá-lo pelo ocorrido. Esse caso gerou um bate-boca pelo WhatsApp com o vice-governador que foi exposto pelo ac24horas.


Outro fator para a crise entre as siglas ficar mais intensa foi o fato de pescadores fazerem um protesto em frente a Sede do Ministério de Agricultura e Pecuária pedindo a manutenção de Luziel no cargo. A informação que circulou é que Mara teria indicado o seu irmão, Pang Rocha. O ac24horas apurou que de fato o cargo foi disponibilizado pelo governo federal para a deputada, mas quem foi indicado teria sido um advogado identificado como Sérgio. A manifestação deixou o clima ainda mais tenso entre PSDB e Progressistas.


Momentos depois da divulgação das conversas entre Rocha e Luziel, Mara Rocha divulgou uma nota acusando membros do partido do governador de atacá-la nas redes sociais devido ela aparecer bem colocada na última pesquisa de intenção de votos realizada pelo Instituto Real Time Big Data, contratado pela TV Gazeta. No levantamento, Minoru e Mara aparecem liderando a preferência das intenções dos eleitores e isso teria causado a furia de Luziel e seu grupo que registraram apenas 1%. Outro ponto exposto por Mara para revolta de Progressistas seria o fato de ela cogitar ser candidata ao senado federal nas eleições de 2022, ameaçando assim a coalizão que poderia se formar em nome da senadora Mailza Gomes, que certamente será candidata a reeleição.


Mesmo com os ânimos entre governistas exaltados, o vice-governador Major Rocha tem ido a Assembleia Legislativa diariamente conversar com deputados no intuito de unir a base. Rocha informou a imprensa que “essa guerra exposta não é bom para ninguém. Devemos trabalhar para o governo dá certo”. Já Gladson, após a últimas declarações que não aceitaria pressões, resolveu não comentar mais o assunto.


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