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Bicicleta: saúde, economia e diversão

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Depois de alguns meses olhando para a bike desmontada no canto do escritório, eu criei coragem neste final de semana para participar de uma trilha, puxado pelo amigo Paulo Maia. Sem qualquer pretensão de competir com a molecada que treina, eu, seu Paulo e o Ray no Mundo fomos os três últimos a chegar, em nossa categoria, no desafio Acre Race que mobilizou quase 200 atletas, de diversos estados e até de países vizinhos como Colômbia, Venezuela e Bolívia.


Se os últimos não são mesmo os primeiros, fomos, ao menos, os mais esperados (literalmente). Fizemos nossos 52km praticamente no tempo que a elite da corrida fez seus 130km, por trechos de asfalto, estradas de terra e caminhos por dentro da mata. Por muito pouco não saímos na foto de chegada do grande campeão, o atleta Antônio Frota.

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Costumo me inscrever em quase todos os eventos oficiais do circuito de Mountain Bike realizados no Acre. Na maioria deles faço a largada na categoria Master C, dos cronologicamente avançados, e abandono a prova após algumas voltas. Desta vez a corrida era de uma volta só e as opções eram chegar ou chegar ao final.


Mas o bom mesmo é o social da organização, rever os amigos, torcer pelos que de dedicam à competição, ver que o esporte está crescendo e mais pessoas investindo em qualidade de vida.


Entre as atrações que precederam a corrida de domingo passado houve duas palestras, uma sobre o crescimento das competições de rua no Acre e outra, motivacional, com um campeão do ciclismo nacional.


Me impressionou saber o quanto cresceram, em quantidade de eventos e de participantes, as corridas pedestres. Atualmente há em média, por aqui, uma competição a cada final de semana, proporcionando mercado para organizadores, profissionais da Educação Física, Fisioterapia, Nutrição, materiais esportivos e suplementos alimentares. De menos de uma dúzia de corridas em 2015, o movimento subiu para coisa de meia centena em 2019.


A turma da bicicleta também aumenta continuamente e já se formaram várias tribos nas modalidades “estrada” (speed), com aquelas magrelas de pneu fino que só rodam no asfalto, e “fora de estrada” (cross country), com pneus mais largos e suspensão para enfrentar a buraqueira e lama das trilhas rurais.


Em Rio Branco, uns se especializaram em praticar o esporte percorrendo estradas vicinais, outros fazem o percurso para o aeroporto ou para os municípios vizinhos do Bujari e Senador Guiomard, passeios pela madrugada, à noite, aos finais de semana, combinando pelos aplicativos nas redes sociais. E o crescimento do esporte contaminou todo o estado, criando uma rivalidade sadia entre equipes da capital, do Alto Acre e do Juruá.


Também o uso da bicicleta tem crescido como meio de transporte das pessoas. Em Tarauacá isso é uma realidade já tradicional, enquanto Rio Branco ostenta o primeiro lugar nacional na metragem de ciclovias por habitante. Oficialmente são mais de cem quilômetros ao longo das principais vias de circulação.


Infelizmente, os trechos que foram construídos fora dosparques estão com sérios problemas para o trânsito seguro, porque perderam a sinalização, esburacaram ou são fechados por veículos estacionados indevidamente. Agora que o verão permite as operações de tapa-buraco, é um bom momento para que a Prefeitura devolva a qualidade também ao trânsito de bicicletas e articule com o DNIT e Deracre para recuperar os trechos ao longo das rodovias que cercam a cidade.


Com segurança e um pouquinho de conforto, a gente até esquece do calorão e da chuva e faz das bikes um modo de transporte eficiente para o dia a dia. A saúde e o bolso agradecem.



Roberto Feres escreve às terças-feiras no ac24horas.

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