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A curiosa ascensão do k-pop no Acre e o sutil sumiço do Chame-Chame: reminiscências do caos

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É o Youtube, que não mente, que diz: o Acre é um dos três Estados onde o k-pop tem muitos fãs e intensa audição. Junto com o Acre, Amapá e Pernambuco ocupam os primeiros lugares nas visualizações nessa plataforma. Difícil acreditar mas São Paulo aparece em 13º lugar, seguido pelo Rio de Janeiro.


Já o Google Trends, segundo apurou o  ac24horas, põe os acreanos na sexta posição entre os federados com maior interesse em buscar o gênero k-pop. Quando comparados alguns ritmos frequentes no gosto do acreano e inclui-se o k-pop (forró e rock) o forró é o que desperta mais interesse nas buscas do Google. O k-pop aparece em terceiro porém meio que colado no rock. Em alguns momentos até passa.

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Não dá para ignorar a força do gênero. Em junho de 2017 Rio Branco foi palco do Asian Music Festival, que contou com a apresentação do Blanc7 que na época, de tão louca a experiência, fizeram uma convocatória bolchevique: “kpoppeiros do Acre, uni-vos!”. Não faz muito tempo, a Usina João Donato abriu eventos regados exclusivamente a k-pop.


Segundo avaliou o R7, na comparação com o pop tradicional o k-pop está quase empatando em número de pesquisas no País. No Acre, no dia 23 de março deste ano, k-pop e rock empataram em 22 ações de buscas no Trends.


Se o leitor não lembra direito o que é k-pop, veja como a Wikipedia define esse ritmo: k-pop (abreviação de korean pop (música pop coreana ou música popular coreana) hangul: 케이팝; kei-pap) é um gênero musical originado na Coreia do Sul, que se caracteriza por uma grande variedade de elementos audiovisuais. Embora designe todos os gêneros de “música popular” dentro da Coreia do Sul, o termo é usado mais frequentemente em um sentido mais restrito, para descrever uma forma moderna da música pop sul-coreana, que abrange estilos e gêneros incorporados do ocidente como pop, rock, jazz, hip hop, R&B, reggae, folk, country, além de suas raízes tradicionais de música coreana. O gênero surgiu com Seo Taiji and Boys, um dos primeiros grupos de k-pop e formado em 1992. Sua experimentação realizada com diferentes estilos de música ´remodelou a cena musical da Coreia do Sul´”.


Em Terras de Galvez alguém chegou a dizer que o k-pop pareceu ter tomado mais fôlego com a adaptação de Gangnam Style, do PSY, durante uma campanha eleitoral. Nessa época, o cover feito pelos Cobras Dance de alguma forma ligou o personagem a uma novidade, dado o estrondoso sucesso daquele coreano cheio da boça.


Quando as caixas rufavam Cangnam Style versão “no 13 eu vou votar” o piseiro tomava conta das ruas. Aparecia curioso de tudo quanto é lado para tentar entender qual era o link do som com o candidato. Ou de qualquer coisa com o quê?


A batida estranha e pesada da música procriou cordões espontâneos pelos bairros mexendo com todo mundo como a galera que via a Banda, de Chico Buarque. Podia faltar o Chame-Chame -ou o militante -podia faltar santinho, o tal cabo eleitoral menos aquela versão de Cangnam Style. Em alto e bom volume.


E foram se juntando. O Chame-Chame que era apenas traço na pesquisa de opinião foi bicando os pontos de grão em grão até encher o bico.


Foi algo tão louco que mesmo com o PT já em fase de esfolamento eleitoral, um zumbi político no plano federal, o Chame-Chame elegeu-se. “Foi a campanha mais caótica da historia do PT no Acre”, disse um analista político que formou-se em Direito, pegou a carteira da OAB e hoje dá beijinho no ombro do espólio da Frente Popular -esta, aliás, um cadáver que apodrece bem no living room das esquerdas.


De lá para cá, todos sabem o fim dessa história. Sutil como Ramon (aquele, do Braulio Tavares) o Chame-Chame esteve aqui e acolá, depois ali e desapareceu, os buracos aumentaram na capital, todos tapam o nariz ante ao cheiro de decomposição da FPA e o k-pop nunca esteve tão pop.


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