Quem é pai ou mãe de uma criança com necessidades de atendimento especial sabe como é difícil a rotina em busca de tratamento. Na rede privada, o custo é muito alto e na rede pública, faltam materiais para os profissionais e na grande maioria das vezes, dependendo do procedimento, a capacidade é bem menor que a demanda pelo serviço.
É que o acontece no Centro de Atendimento Educacional Especializado Dom Bosco, de Rio Branco, que oferece atendimentos de fisioterapia, terapia ocupacional, nutrição e psicologia para centenas de crianças na capital acreana.
As reclamações são muitas. Lizomar Nascimento é pai de uma criança, com leve grau de autismo, atendida no Dom Bosco. Ele afirma que a principal dificuldade é a questão estrutural. Os servidores não possuem material para atender os pacientes. “Precisa renovar o material de trabalho, que quase não existe e os que ainda tem estão defasado. Os pais sofrem muito por não ter um local adequado pra ficar. Para se ter uma ideia, onde nós ficamos não existe o mínimo de conformo pras famílias, o ar condicionado tá quebrado e nem o ventilador funciona”. Elizomar reclama também que as sessões são curtas. “O tempo de terapia é muito curto, só meia horinha e duas vezes por semana, e sabemos que tem crianças que precisam muito mais o que isso para apresentar evolução no tratamento”, explica Nascimento.
Em média, por dia, são atendidas mais de 500 crianças de todo o Acre e até de estados vizinhos como Rondônia e Amazonas. Atualmente, são 14 profissionais de diversas áreas que atendem no centro.
Com a nova gestão estadual, o Dom Bosco também tem uma nova coordenação. A expectativa dos pais é que o novo governo proporcione melhores condições de trabalho aos profissionais e, consequentemente, as crianças que dependem desse atendimento tenham um tratamento de mais qualidade. “O que a gente espera é que a nova direção se sensibilize e proporcione um local mais adequado às famílias e os profissionais possam fazer melhor o seu trabalho”, afirma Lizomar.
Depois de oito anos tendo o fisioterapeuta Raimundo Castro na coordenação, o Dom Bosco vai, a partir de agora, ser coordenado por Francinete Lamar. Bacharel em Ciências Contábeis e Serviço Social com especialização em Política Social e Gestão de Política de Saúde baseada em Evidências, é servidora pública estadual há 27 anos.
Francinete reconhece que há muito o que melhor no centro especializado. Confirmou que já está fazendo as adequações necessárias no espaço físico e diz que já foi solicitada a instalação de um novo ar condicionado. “A questão da refrigeração foi um compromisso da gestão passada que não foi cumprido. O ventilador quebrou e a gestão passada não assumiu a responsabilidade, o que estamos fazendo agora, estamos encaminhando uma solicitação para a FUNDHACRE (a quem somos subordinados) a fim de instalar novos equipamentos”.
Sobre o fluxo de atendimento, a nova gerente explica que essa é uma decisão de cada profissional. “Quanto ao fluxo cabe a cada profissional avaliar a necessidade da quantidade de sessões diárias ou semanais,para cada paciente, geralmente, isso é estabelecido levando em conta a patologia de cada paciente.O intervalo entre as sessões é fundamental, pois é neste período que o corpo irá se adaptar aquele estímulo recebido. Além disso, é correto afirmar que o corpo precisa de descanso pois o exercício /esforço intenso e repetitivo pode causar estresse físico e mental.
3 Há anos que não dispomos de qualquer material de trabalho. HOJE, através de um grupo de trabalho que está sendo criado, estamos fazendo um levantamento necessários para cada atividade”, afirma Francinete.
Por fim, a nova gestora do Dom Bosco afirma que todos os esforços serão feitos para que se ofereça um serviço de qualidade às crianças. “Estamos determinados a fazer um excelente trabalho porque são crianças que necessitam da nossa atenção. Estaremos trabalhando com todo nosso empenho e em equipe para solucionar os desafios que o dom Bosco enfrenta. Temos uma equipe altamente qualificada e empenhada que está nos ajudando neste novo desafio”, finaliza Francinete Lamar.
