Menu

Jorge Viana: “eu paguei a conta dos outros”

Plenário do Senado
Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Na primeira entrevista após a derrota fragorosa do PT, as suas duas principais lideranças, senador Jorge Viana (PT) e deputado federal Raimundo Angelim (PT) foram afinados num ponto: acham que perderam pela campanha má conduzida pelo grupo político dominante do PT, a chamada Democracia Radical – DR e pela arrogância dos que comandaram de que a eleição já estava ganha. Uma frase do senador Jorge Viana (PT) deixou bastante claro o seu descontentamento com a forma como a campanha foi para as ruas: “não tivemos sucesso pelos nossos erros”. Angelim reafirmou em tons mais nítidos o que a coluna já tinha denunciado na eleição, de que foi vítima de uma orquestração para lhe destruir. “Fizeram comigo uma aberração. Espalhavam que estava velho, ultrapassado, e tudo vindo de dentro do PT”. A coluna pinçou algumas declarações da coletiva de ontem aos jornalistas e publica abaixo:


“NÃO VOU SAIR DA POLÍTICA”


O deputado federal Raimundo Angelim (PT) abriu o verbo sobre a campanha de desconstrução do seu nome por grupo do PT durante a eleição. E quando perguntado que grupo foi esse, foi pragmático: “o grupo da DR”. “Diziam para não votar num velho e que estava acabado para a política, mas quero avisar que não vou sair da política. Foi uma aberração o que eu sofri”, diz.


TRADUZINDO


DR é o grupo Democracia Radical, que tem o domínio político do PT e nos seus quadros estão nomes como Cesário Braga, Daniel Zen, Carioca, Léo de Brito, Ermício Sena, Gabriel Forneck, entre outros. É está hoje na presidência do partido, na figura do militante Cesário Braga.


“NÓS PERDEMOS PELOS ERROS”


O senador Jorge Viana (PT) foi taxativo também em condenar a condução da campanha pelo grupo dominante do PT, a DR. Foi uma luta colocar o Marcus Alexandre, o nosso melhor nome, como candidato, porque achavam que a gente ganhava com qualquer um. Nós perdemos a eleição para os nossos erros. Transformaram o PT num grupo, fizeram tudo errado, lamentou Viana.


A SOBERBA DO SEGUNDO MANDATO


Sobre o papel do governo do irmão Tião Viana na derrota do PT, o senador Jorge Viana (PT) foi macio e procurou se descolar do que foi a última administração petista. Lembrou as vezes que tentou ajudar com sugestões e foi rechaçado com críticas por seus assessores. Que no segundo mandato prevaleceu a soberba. “Eu paguei a conta dos outros”, disse JV sobre a sua derrota para o Senado. Acrescenta que não teve nenhum papel no governo do Tião. “Nem fui convidado para nada”, falou.


SETE PRAGAS DO EGITO


Ainda sobre o governo do irmão Tião Viana acha que fez um primeiro bom mandato, mas no segundo se perdeu e foi vítima de uma série de crises política econômica, como o impeachment da Dilma, G-7, cheia do Madeira e outras dificuldades, que chamou das “sete pragas do Egito”. Foi vítima do contexto, pontuou. Mas, ele já declarou que se afastou da política, avisou sobre o irmão. Há um erro em se dizer que há o “vianismo”, fomos eleitos pelo voto e em governos diferentes. Somos irmãos, se damos bem, mas política é outra coisa. Não participei do governo Tião Viana porque não fui convidado. A FPA virou um ajuntamento. E eu paguei o preço, lamentou.


DISPUTA DO SENADO


Sobre quem traiu quem entre ele e o deputado Ney Amorim, Jorge Viana foi ferino, mas sem citar nome. Disse que fez sua campanha com os companheiros da aliança, nunca se aliou com a oposição e não praticou nenhuma deslealdade com o PT. “Não fiz a minha campanha com a oposição”, destaca. Fui extremamente leal à FPA, mesmo com desgaste e sacrifício.


A SOBERBA DA SOBERBA


Na visão do senador Jorge Viana (PT), os que comandaram a campanha fizeram tudo errado. Apontou que houve muita arrogância em o PT lançar o candidato a governador e dois nomes para o Senado. “O eleitor não aceitou isso”. Defende que precisa se aprender com a derrota, com os erros. -Temos que mudar tudo se quisermos voltar ao poder. Estou mais interessado em fazer mudanças do que fazer avaliações, destacou JV. “A avaliação pragmática, já foi feita: perdemos a eleição. E para mudar tem que aceitar isso. O erro do PT foi virar grupo”, lembra. No nosso pior momento fomos a soberba da soberba ao achar que o PT podia ganhar de qualquer maneira.


PODER NÃO É ETERNO


As pessoas cansaram. Acharam que o poder era eterno. E não é assim, a campanha é focada na emoção. Pensaram que ganhar uma eleição por ocupar o poder por 20 anos era questão de tempo. Erraram! A afirmação foi feita em tom de desabafo, pelo deputado Angelim (PY).


A FLORESTANIA COMEÇOU NO MEU GOVERNO E FINDOU NO DO BINHO


Para Jorge Viana, o projeto da “florestania” nasceu com ele e acabou ao fim do governo Binho Marques. O governo Tião Viana foi outra coisa completamente diferente, tudo menos um governo da “florestania”, disparou JV. Foram outros caminhos. Fez questão de destacar este ponto.


AGRONEGÓCIO


Jorge Viana vê como um equívoco econômico focar só o desenvolvimento do Estado no agronegócio, que não rende imposto, porque é exportado. Não gera emprego porque é uma lavoura mecanizada. Citou que os principais Estados produtores de soja já declararam estado de calamidade financeira. Não sou contra ninguém plantar soja, que isso fique bem claro. Mas não vendam algo irreal, que não é solução econômica. Se pendurar só no agronegócio vai dar problema. Agronegócio só é bom para o Brasil e para o empresário, não para o Estado como solução dos seus problemas.


PARTE POLÍTICA


Jorge Viana diz que entrou limpo e saiu limpo dos mandatos. E advertiu: a campanha não terminou para alguns que foram candidatos! A partir do dia 31 estarão perdendo o foro privilegiado. Não quis dizer a quem estava se referindo.


SOCORRO NERI


A prefeita Socorro Neri está tentando dar uma cara á sua gestão e se desvincular do perfil do
Marcus Alexandre. O que ocorre é que alguns estão antecipando o debate eleitoral, que só é
ruim para quem está no poder. Ela terá que fazer alianças se quiser se reeleger. A consideração foi feita pelo deputado federal Raimundo Angelim (PT), sobre a prefeita.


NÃO SE PODE VER SÓ A ECONOMICIDADE


Não se faz reforma administrativa apenas pensando na economicidade, mas focando na prestação de melhor serviço ao povo. Precisa ter aliados políticos, não se elege prefeito sem alianças. Mas, ela tem o meu respeito, é séria, bem intencionada, fomos colegas de UFAC. Mas acho difícil que o PT venha dar apoio na reeleição do Socorro. Observou Angelim.


NÃO SEREI CANDIDATO


O deputado Raimundo Angelim (PT) deixou claro à coluna: não será candidato a prefeito de Rio Branco. Durante toda a sua entrevista se mostrou magoado com a campanha negativa que sofreu de grupo dentro do PT. Fizeram uma nova direção sem consultar ninguém, disparou.


FICOU CLARO


Durante a entrevista ficou claro que o trio formado por Jorge Viana, Raimundo Angelim e Marcus Alexandre deverá comandar o processo de reestruturação do PT.


TUDO EM FAMÍLIA


Abri o Diário Oficial e lá estavam as nomeações do marido e mulher, Lívio Veras para o Acreprevidência e Olga Veras para cargo de confiança na CAGEACRE. E também o pai Vagner Sales para secretário de articulação política do governo e do filho Fagner Sales para uma diretoria do DERACRE. Como diz o ditado: “família que ganha unida, a grana aumenta unida”. E ponto final.


ÔPA!


Ia passando para outro assunto quando toca o celular. Era uma servidora da Saúde se dizendo
“indignada” por o secretário Alysson Bestene colocar a irmã Thais Bestene Lins como a coordenadora de compra de materiais da pasta. Protestou contra o “privilégio familiar”.


TINHA QUE FAZER OPÇÃO


Ainda sobre a Saúde, o secretário Alysson Bestene, com o cobertor curto, teve que optar por pagar os servidores do Pró-Saúde, os quais o ex-governador não pagou dezembro, na faixa dos que ganham menos de 5 mil reais. Só que, neste caso abriu uma guerra com os médicos do programa, que se reúnem hoje para deliberar cobrar o que lhes é devido na justiça.


DE NOVO?


Quando não queria mais falar em nomeações de familiares, eis que vejo a nomeação do vereador Tom Sérgio (PDT), da distante Jordão, nomeado para uma diretoria do DERACRE. Por coincidência vem a ser irmão do deputado federal eleito Jesus Sérgio (PDT). Tudo em casa.


CONTA FECHADA


Notícia de última hora de uma boa fonte. Foi praticamente amarrado um acordo pelo qual o MDB ficará com a segunda secretária da mesa diretora da ALEAC, vaga a ser ocupada ou pela deputada Antonia Sales (MDB) ou deputada Meire Serafim (MDB). Pelo acordo, o deputado Roberto Duarte (MDB) vai ser o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, uma das mais importantes do Legislativo. Na presidência ficará o deputado Nicolau Junior (PROGRESSISTAS) e na primeira secretaria o deputado Luiz Gonzaga (PSDB). Neste caso a eleição da mesa diretora não envolveria disputa por nenhum cargo, seria uma homologação.


UM PT DIVIDIDO


O que apareceu como cristalino na entrevista coletiva de ontem do senador Jorge Viana (PT) e do deputado federal Raimundo Angelim (PT), foi a divisão do partido. De um lado as lideranças tradicionais como Jorge Viana (PT), deputado federal Raimundo Angelim (PT), Marcus Alexandre (PT), e do outro o grupo Democracia Radical – DR, que domina o PT, comandou a última eleição, foi acusado pela derrota fragorosa da FPA, e ainda assim continua dando as cartas, porque tem no momento a presidência da executiva regional. Esta tentativa de tirar o PT do fundo do poço em que caiu após a última disputa eleitoral, não será fácil para o senador Jorge Viana (PT), que sabe não contar com a simpatia da DR. Para que busque novos caminhos para soerguer o petismo no Acre, suas lideranças tradicionais terão que antes se acertar internamente, sob pena de continuar o clima de animosidade existente na atualidade. Missão complicada.


Participe do grupo e receba as principais notícias na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.