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Pesquisador alerta governo de perigos da agricultura mecanizada sobre os geoglifos

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O pesquisador Alceu Ranzi alertou ao secretário de Desenvolvimento Agrário do Acre, Paulo Wadt, quanto à agressividade da agricultura mecanizada sobre os sítios pré-históricos conhecidos popularmente como geoglifos. Os sítios estão localizados principalmente no Vale do Acre e um deles, Sitio Jacó Sá, está tombado como patrimônio histórico do Brasil. Há mais de 500 deles espalhados pela região que é alvo da política de expandir o agronegócio no Acre. “Faço um pedido, para juntos, termos em mente a necessidade de proteção do patrimônio pre histórico. Pois a agricultura mecanizada é mais danosa aos geoglifos do que a pecuária”, clamou Ranzi.


Os geoglifos são grandes sinalizações feitas diretamente no solo, principalmente em solo argiloso, sempre representando figuras geométricas, em sua maioria circulares ou quadradas. Consistem basicamente da escavação de dois fossos ou valetas com profundidades que podem atingir até três metros.

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Uma valeta é externa, protegida por uma espécie de mureta cuja terra é retirada da sua própria construção. A outra valeta ou fosso é interna e dista cerca de cinco metros da valeta externa. Ambas formam figuras geométricas, raramente vistas ao nível do solo.


No entorno das duas valetas, que formam figuras circulares, quadradas ou de outras formas, são plantadas, bem juntinhas, fileiras de ananás, planta bromeliácea espinhenta, parente do abacaxi, que funciona como proteção, tanto para humanos como para animais. O grande volume de terras retirado das valetas é acumulado simetricamente nas suas bordas, formando, para quem observa do alto, um desenho geométrico em alto e baixo relevo.


Cada desenho geométrico geralmente possui uma área maior que 150 metros. A construção dessas estruturas pode estar associada aos indígenas de línguas Jê-Pano, Karib, Kaxinawa, Aruak, que também chegaram a habitar a Bolívia e outras áreas da Amazônia brasileira.


Além das formas comuns circulares e quadradas, descobriram-se também retângulos, hexágonos e octógonos com até 350 metros de diâmetro. E, em função do acumulo de terras férteis entre as valetas, os arqueólogos vislumbram que os geoglifos foram construídos para protegerem áreas de cultivos associados à existência de ocas ou aldeias.”Acredito que existe espaço para a agricultura e o patrimônio. os geoglifos podem se transformar em indutores do desenvolvimento turístico no Acre”, completou o pesquisador. Wadt não o respondeu até agora.


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