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Com que roupa vai o PT para a festa de 2020?

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O PT sofreu na última eleição a sua mais fragorosa derrota desde que ficou no poder por 20 anos. No popular, foi varrido das urnas. Na campanha foi um vexame, a militância era colocada para correr dos bairros. Enfim, foi ao fundo do poço. A pergunta que pode ser feita é: com que roupa é que vai o PT para a eleição municipal de 2020, quando estarão em disputa todas as prefeituras do Estado? Jorge Viana, sua maior liderança, não será candidato. Marcus Alexandre, também não – por lei está impedido. Outro nome de peso, Raimundo Angelim teve seu prestígio destroçado na disputa passada vítima de fogo amigo. Daniel Zen (PT) vai cuidar do mandato, com certeza. Seria burrice colocar o nome apenas como anteparo. Olha-se para o quadro petista e não se nota ninguém que possa ser considerado com densidade para entrar na eleição para a PMRB, como favorito. Os secretários do Tião Viana afundaram junto com ele na rejeição popular. Este é o grande dilema sobre o qual vai se debruçar a cúpula petista: falta de um bom candidato a prefeito de Rio Branco. Em Cruzeiro do Sul, segundo maior colégio eleitoral a penúria de um bom nome é mais grave ainda. No máximo será uma zebra. O céu para o PT na eleição do próximo ano não será de brigadeiro, mas sujeito a tempestade e trovoadas. É o preço que pagará pelo descrédito.


DISCUSSÃO PEQUENA


Não entro nesta discussão pequena sobre suposta enxurrada de petistas no governo Gladson Cameli em postos chaves. Por mim, pode colocar todas as figuras carimbadas do petismo. Este é um problema que o governador terá que resolver com os seus secretários. Virou balbúrdia.


NÓ GÓRDIO DA OPOSIÇÃO


Em Brasiléia é onde a oposição terá que desatar um nó górdio na eleição municipal do próximo ano. Não tem um candidato forte, os de mais densidade eleitoral estão encrencados na justiça, e a prefeita Fernanda Hassem (PT) é a terceira prefeita melhor avaliada do Acre. Parada dura.


NOME DO ROCHA


O deputado Roberto Duarte (MDB) é o nome que o vice-governador Major Rocha tem mostrado simpatia para ser candidato a prefeito de Rio Branco. Não esconde a preferência. Mas, a viabilidade de qualquer nome estará umbilicalmente ligada ao sucesso ou não do governo Cameli.


ZEN ABSOLUTAMENTE CERTO


No comentário do deputado Daniel Zen (PT) sobre a arrumação do novo governo, publicado pela coluna, está absolutamente certo em um ponto: colocar pessoas sem preparo, apenas porque balançaram bandeira, em postos importantes, é o início de um desastre na gestão.


NÃO BASTA TER FEITO CAMPANHA


Nesta questão de ocupação de cargos no governo Gladson Cameli, eu tenho uma visão muito clara: devem ser priorizados os seus aliados, mas os partidos têm que ter a responsabilidade de fazer indicações técnicas. Indicar alguém só por ser afilhado é como fazer gol contra.


PAGAMENTO ZERO


Não deverá ser feito nenhum pagamento de dívidas salariais deixadas pelo governo Tião Viana, com o repasse do FPE do dias 10, por um motivo: o orçamento do Estado só deve abrir depois do dia 20, quando deve cair também o segundo repasse. Não esperem nada antes disso.


NÃO PERDEU O MANDATO


A situação da prefeitura de Senador Guiomard, com a posse do vereador Gilson da Funerária (PROGRESSISTAS), não ficou juridicamente como definida. O prefeito André Maia não teve o mandato cassado, se conseguir mais à frente a soltura poderá reassumir o mandato. Tudo é possível. Parece que enterraram uma caveira de burro naquela prefeitura.


CESÁRIO BRAGA ESTÁ NA PRAÇA


A Nota assinada pelo presidente do PT, Cesário Braga, pode ser filtrada num ponto: a mensagem principal é não mexam com os companheiros petistas que estão no governo porque são todos qualificados. Só faltou colocar seu nome à disposição do governador.


PERSEGUIÇÃO, COMPANHEIRO?


Outro ponto que chamou atenção na Nota do presidente do PT, Cesário Braga, foi a de reclamar que os servidores filiados ao seu partido estão sofrendo “perseguição”. É querer brincar, não é meu bom Cesário? Quem obrigava o servidor ir balançar bandeira nas ruas?


PROTAGONISTA DO NADA


O presidente do PT, Cesário Braga, não está errado em defender os interesses dos seus militantes no serviço público, afinal, eram os que iam para as ruas fazer campanhas. O seu equívoco é não ter caído na real que, com a derrota, o PT não é mais protagonista em nada.


POLÍTICA E HONRA


Não concordo em nada com os valores políticos que defende e defendeu nos últimos vinte anos. Foi uma das mais ardorosas petistas. Mas entre isso é colocar a sua gestão sob a suspeita de prática de alguma irregularidade, é um erro. No quesito honra a Raquel Moreira é intocável.


TUDO MUITO SIMPLES


Existe uma Força Tarefa da Procuradoria Geral do Estado revirando tudo dos últimos seis meses do governo Tião Viana. É esperar o fim da investigação e se culpados de desvios foram descobertos e enviar o caso ao MP. O governo não pode passar o primeiro ano neste debate.


SITUAÇÃO CALAMITOSA


Se o secretário de Saúde, Alysson Bestene, quer conhecer o que é uma situação calamitosa é só ir visitar o Hospital do Juruá, que foi referência no sistema estadual, com médicos de todas as especialidades e hoje está sucateado. O governo passado deixou os gestores pendurados em dívidas de vários milhões de reais. O seu melhor momento nos últimos vinte anos foi no governo Binho. Depois bateu a decadência e hoje vive uma situação de penúria extrema.


PEPINO NO COLO


O pepino de ser líder do governo deverá cair no colo do deputado Géhlen Diniz (PROGRESSISTAS), um dos mais duros críticos do governo passado. Só que se aceitar o cargo vai virar vidraça. Ser líder da situação, em qualquer governo, deixa a imagem triturada.


DESGASTE DESNECESSÁRIO


Cada um traça o seu caminho. O Alércio Dias é de competência inquestionável. Mas não sei se vale a pena depois de uma longa caminhada na vida se submeter a um debate desgastante na ALEAC, para ocupar um cargo que em nada lhe acrescenta, e revirando fatos de 20 anos. E isso vai lhe levar para manchete em todos os órgãos de comunicação. Uma observação jornalística.


NOME DA POLÍTICA


O ex-prefeito Vagner Sales foi apresentado aos prefeitos como o articulador político do governo. Nada a contestar, mas uma perguntinha: como vai se entender com o prefeito Ilderlei Cordeiro, de quem é ferrenho adversário, se ambos têm o mesmo objetivo: a prefeitura de Cruzeiro do Sul na eleição do próximo ano? É como querer juntar água e óleo.


GARANTIA DOS VOTOS


O ex-prefeito Vagner Sales (MDB) é um dos mais ardorosos defensores da candidatura do deputado Roberto Duarte (MDB) a primeiro secretário da ALEAC. Tem dito no partido que garante os dois votos comunistas, pela relação de amizade com o deputado Edvaldo Magalhães (PCdoB).


CONCESSÕES NATURAIS


Para fechar uma base de apoio de 17 deputados o governo terá de compor com os parlamentares dos partidos nanicos, isolando apenas PCdoB e PT, se quiser aprovar matérias que exijam quorum qualificado. E não terá como evitar concessões na máquina estatal.


ESQUEÇAM PARA NÃO TER PROBLEMAS


Quem for assumir uma secretaria pensando em fazer negócios trate de esquecer. Hoje temos um MP mais rigoroso nas investigações, seja na área estadual ou federal. Com recursos federais, então nem se fala, portanto, senhores, não metam os pés pelas mãos, ou se ferram.


TEMPO CURTO


Assumir um governo do qual não se conhece a intimidade da máquina e como funcionam os seus principais setores demanda tempo a quem chega. É natural que aconteçam alguns contratempos neste início de uma nova administração. Mas depois tudo se acomoda.


FUGIR DO REDEMOINHO


Depois que toda a sua equipe pronta, com a nomeação do segundo escalão, o governador Gladson Cameli tem que sair deste redemoinho de questiúnculas políticas e ir bater às portas dos ministérios e buscar recursos em bancos como o BNDES, se quiser executar projetos maiores. Ou ficará no tradicional feijão com arroz.


CONFIAR NO FPE É UMA ROUBADA


O Fundo de Participação dos Estados não pode ser visto como principal escudo financeiro. O governo passado apostou na melhoria dos repasses e saiu devendo Deus e o mundo. Recurso extra se consegue com bons projetos. É em cima disso que o governo Gladson deve mirar.


DILEMA DO MINORU


O professor Minoru Kinpara obteve uma excelente votação para o Senado no nicho do eleitorado cansado dos velhos discursos. Surgiu como uma coisa nova e promissora. Se for para uma aliança com o PT ou PCdoB, por exemplo, vai perder a aura de político diferente.


PSB EM BAIXA


O PSB tem a prefeita Socorro Neri não pela força partidária. Na eleição última perdeu a cadeira de deputado federal que tinha com o César Messias e apenas manteve o mandato do deputado Manoel Moraes (PSB). Sintetizando: o PSB saiu menor do que entrou na eleição.


INTERESSA O RESULTADO


O que me interessa como jornalista é se o novo governo cumprirá as suas promessas de campanha e vai tirar o Acre do atoleiro administrativo e econômico que recebeu da gestão anterior, se deixaremos de ter um sistema de saúde vergonhoso e caótico, se passaremos a ter uma cidade que não esteja entre as mais violentas do país, se as nossas estradas vicinais não continuarão um imenso atoleiro, que mude o vetor econômico e tenha um projeto que resulte em emprego e renda (o do governo passado foi um fracasso) e pelo menos minore o alto índice de desemprego. Entrará para o livro dos recordes negativos se conseguir ser pior do que o governo petista, que não pagou o 13º salário de todos os servidores, não pagou o Pró-Saúde, deixou dezenas de obras inacabadas, parque de máquinas sucateadas e saiu como o governo pior avaliado pela população nos últimos 20 anos e outras mazelas. Que não se repita este vergonhoso quadro é o que esperam os eleitores que elegeram Gladson Cameli. O resto é discussão periférica. Ponto final. O governo que saiu foi um fracasso, vamos ver o que entrou.


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