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Garis que atuam na Cohab do Bosque ganham jantar especial

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Garis que atuam no bairro Cohab do Bosque, em Rio Branco, receberam reconhecimento e admiração, por meio de mais um jantar, oferecido pelos moradores da Rua Luzanira Gomes. Na semana passada, quatro trabalhadores foram convidados para uma confraternização que contou com muito bate papo, mesa farta e troca de presentes.


Os jantares são tradicionais e acontecem duas vezes ao ano. As aposentadas Raimunda Sampaio e Mariete Morte são as responsáveis por reunir os moradores e organizar tudo para a noite especial. Cada morador, à sua maneira, colabora como pode e traz de suas casas não somente uma refeição preparada mais também o coração disposto a conhecer quem faz o trabalho mais pesado e ouvir as queixas daqueles que pouco tem voz na comunidade.

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“Essas jantas são oportunas para agradecer e mostrar respeito por essas pessoas. São trabalhadores que merecem a nossa total admiração. Eles zelam por nossa cidade, e nós precisamos reconhecer que são fundamentais. Eles que fazem o trabalho pesado e que poucas pessoas têm coragem de submeter. É uma honra servi-los”, disse dona Mariete Morte.


Dona Raimunda completou: “E isso não acontece só em tempos de fim de ano, aqui a gente faz sempre nos meses de junho e dezembro. Eles dão a oportunidade de sermos generosos e ao mesmo tempo recebemos boas lições de limpeza e cuidado com o meio ambiente. Não mais relevante, é uma oportunidade da gente confraternizar com os vizinhos e amigos. Não existe prazer melhor em propor uma noite especial para esses humildes colaboradores”.


Wilson Lins, 27 anos, é o mais antigo a trabalhar na região da Cohab do Bosque. Visivelmente emocionado, ele ressalta as dificuldades da profissão e até o preconceito que ainda sofrem, diariamente, por setores da sociedade. “Ainda há pessoas que valorizam o nosso trabalho e reconhecem. Como somos garis, outras nos veem com preconceito. Muitas sentem até nojo da gente. A gente vai passando, chama a gente de fedorento e acha que temos a obrigação de pegar o lixo de qualquer jeito e não é assim que deve ocorrer. Só espero que as pessoas se conscientizem que somos também seres humanos, a gente pode até estar trabalhando assim pela necessidade, mais é aqui que tiramos o nosso sustento da família”, comentou Lins.


Wendel Souza trabalha há dois anos como gari, ele revela que ainda é possível sentir alegria na lida diária. “Já fui lavador de carro, garçom e até vendedor. Posso dizer que sou um homem feliz pelo que faço. E quando acontecem essas confraternizações, o nosso trabalho rende ainda mais porque a população está aprovando nosso trabalho”, comentou.


Paulo Silva Nascimento é o mais novo do grupo composto por quatro funcionários da empresa Limpebras. Com apenas 21 anos, tem dez meses de profissão. Ele aproveitou para agradecer o gesto e lembrou que uma das formas de cooperação é guardar corretamente o lixo doméstico, evitando embalagens frágeis e respeitando a capacidade de cada saco.


“Pedimos que não joguem garrafas quebradas, que coloquem os cacos de vidro dentro de garrafas de plástico, também podem fazer isso com espelhos, e com seringas e agulhas. Isso evita da gente se machucar, cortar a mão ou ser infectado por alguma doença. Vale lembrar que seringas não são considerados lixo doméstico, e sim hospitalar, daí, ainda existem pessoas que teimam em jogar no lixo caseiro”, orientou Paulo.


No final da janta, Paulo, Wendel, Wilson e o motorista agradeceram o gesto dos moradores e já estão ansiosos para o próximo convite. “Isso fortalece nosso trabalho, reconhece o nosso esforço. Ser reconhecido é muito bom. Conversar, apesar da correria, ou oferecer um lanche, nem que seja leve, é uma forma de valorização do gari. Os moradores estão de parabéns, desejamos nos encontrar sempre não somente para comer mais também para conversar”, concluiu Wilson Lins.



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