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Duas semanas após 1º turno, Marina declara “voto crítico”

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Após duas semanas do fim do primeiro turno, a candidata derrotada da Rede à Presidência da República, a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, declarou nesta segunda-feira (22) “voto crítico” no presidenciável do PT, Fernando Haddad. O adversário do petista na disputa é Jair Bolsonaro (PSL). O posicionamento da presidenciável ocorre a seis dias do segundo turno das eleições, marcado para domingo (28).


“Diante do pior risco iminente, de ações que, como diz Hannah Arendt, ‘destroem sempre que surgem’, ‘banalizando o mal’, propugnadas pela campanha do candidato Bolsonaro, darei um voto crítico e farei oposição democrática a uma pessoa que, ‘pelo menos’ e ainda bem, não prega a extinção dos direitos dos índios, a discriminação das minorias, a repressão aos movimentos, o aviltamento ainda maior das mulheres, negros e pobres, o fim da base legal e das estruturas da proteção ambiental, que é o professor Fernando Haddad”, declarou Marina em nota oficial.

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No dia 11 de outubro, o partido de Marina Silva declarou neutralidade na disputa de segundo turno, mas recomendou que seus militantes não votassem em Bolsonaro.


“Frente às ameaças imediatas e urgentes à democracia, aos grupos vulneráveis, aos direitos humanos e ao meio ambiente, a Rede Sustentabilidade recomenda que seus filiados e simpatizantes não destinem nenhum voto ao candidato Jair Bolsonaro e, isso posto, escolham de acordo com sua consciência votar da forma que considerem melhor para o país”, disse a legenda no comunicado de 11 dias atrás.


Na nota divulgada nesta segunda-feira, Marina Silva relembrou a recomendação da Rede pelo “perigo que sua campanha anuncia contra a democracia, o meio-ambiente, os direitos civis e o respeito à diversidade existente em nossa sociedade”.


Ao longo do texto, a ex-ministra faz diversos ataques a posicionamentos de Bolsonaro. “Primeiro, promete desmontar a estrutura de proteção ambiental conquistada ao longo de décadas, por gerações de ambientalistas, fazendo uso de argumentos grotescos, tecnicamente insustentáveis e desinformados”, começa a listar, para depois continuar.


“Segundo, é um projeto que minimiza a importância de direitos e da diversidade existente na sociedade, promovendo a incitação sistemática ao ódio, à violência, à discriminação. Por fim, em terceiro lugar, é um projeto que mostra pouco apreço às regras democráticas, acumula manifestações irresponsáveis e levianas a respeito das instituições públicas e põe em cheque as conquistas históricas desde a Constituinte de 1988.”


Cada um de nós tem, em sua consciência, os valores que definem seu voto. Sei que, com apenas 1% de votação no primeiro turno, a importância de minha manifestação, numa lógica eleitoral restrita, é puramente simbólica. Mas é meu dever ético e político fazê-la
Marina Silva (Rede)


“Outro motivo importante para a definição e declaração de meu voto é a minha consciência cristã, valor central em minha vida. Muitos parecem esquecer, mas Jesus foi severo em palavras e duro em atitudes com os que têm dificuldade de entender o mandamento máximo do amor.”


Embora ataque Bolsonaro, a ex-ministra também não poupou críticas ao PT e diz que a esquerda brasileira “mantém o jogo do faz-de-conta do desespero eleitoral” e se recusa a fazer uma autocrítica. Segundo ela, alianças só são possíveis quando propósitos comuns, valores políticos e éticos, programas compartilhados são formulados em ambiente de confiança.


“A campanha de Haddad, embora afirmando no discurso a democracia e os direitos sociais, evocando inclusive algumas boas ações e políticas públicas que, de fato, realizaram na área social em seus governos, escondem e não assumem os graves prejuízos causados pela sua prática política predatória, sustentada pela falta de ética e pela corrupção que a Operação Lava-Jato revelou, além de uma visão da economia que está na origem dessa grave crise econômica e social que o país enfrenta”, analisa Marina.


“Os dirigentes petistas construíram um projeto de poder pelo poder, pouco afeito à alternância democrática e sempre autocomplacente: as realizações são infladas, não há erros, não há o que mudar”.


Marina reforçou que, independentemente do resultado no domingo, será oposição e continuará a apoiar a Operação Lava Jato.


Marina Silva terminou o primeiro turno das eleições de 2018 em oitavo lugar com 1% dos votos totais, equivalente a 1.069.577 eleitores. Em pesquisas de opinião em cenários sem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela chegou a figurar em segundo lugar. No entanto, perdeu espaço ao longo da campanha e ficou longe de passar para o segundo turno.


Haddad agradece; filho de Bolsonaro ironiza

Momentos após o posicionamento de Marina, Fernando Haddad agradeceu o apoio em mensagem nas redes sociais. Ele ignorou as críticas feitas pela candidata derrotada ao PT.

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“O voto de Marina Silva me honra por tudo que ela representa e pelas causas que defende. Nossa convivência como ministros foi extremamente produtiva e até hoje compartilhamos amizades de brasileiros devotados à causa pública. Esse reencontro democrático me enche de orgulho”, disse.


No Twitter, o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (PSC), um dos filhos do presidenciável Jair Bolsonaro, ironizou o apoio de Marina a Haddad. “‘É memo é?’ Nem imaginava! DE-MO-CRAAAAAA-TI-CA-MEN-TE!”, escreveu, inserindo três emoticons chorando de rir.


 


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