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Fernanda Hassem e Daniel Zen representam a renovação do PT no Acre  

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A missão parlamentar dada ao deputado estadual Daniel Zen (PT) de líder do Governo na ALEAC não foi das mais simples. Entre as recentes gestões da FPA a atual de Tião Viana (PT), sem dúvidas, foi a mais complicada. Primeiro porque pegou um período em que a hegemonia do PT nos planos nacionais e locais entrou em franca decadência e enfrentou uma crise econômica sem precedentes. Segundo porque não foi um Governo popular e fazer a sua defesa requereu extrema habilidade. Mesmo assim, Zen, com 37 anos de idade, conseguiu exercer uma liderança com diálogo aberto com a oposição. Naturalmente que passou por momentos de tensões extremas, mas contornou e seguiu em frente na sua missão sem se “queimar”. Zen já foi secretário de Cultura no Governo de Binho Marques (PT) e de Educação com Tião Viana, e saiu bem avaliado nos exercícios dos cargos executivos. Em seguida nos quase quatro anos de liderança na ALEAC mostrou conhecimento inegável nas várias áreas sociais. Se conseguir a sua reeleição e, por acaso, o PT perder o Governo, não tenho dúvida que será o líder da oposição na ALEAC. Por outro lado, se o PT continuar poderá ser um colaborador importante da gestão com a sua experiência. Em qualquer das duas hipótese se fortalecerá para futuras disputas majoritárias no Estado. Já a também jovem prefeita de Brasiléia, Fernanda Hassem (PT), teve percalços “pesados” para vencer a eleição em 2016 e, sobretudo, para impor a sua gestão. Ela tem desafetos políticos que tangenciam a sua vida pessoal. Mesmo com as várias tentativas de desqualifica-la, a prefeita tem alcançado o sucesso, pelo que mostra a avaliação da recente pesquisa Data Control. Pegou um município “destruído” e tem emplacado o seu estilo de gestão na fronteira retomando a autoestima dos moradores de Brasiléia. Talvez o segredo dos bons resultados conseguidos é porque Fernanda dialoga com todos os setores da política acreana. Não caiu na “armadilha” de tornar a prefeitura de Brasiléia um “bunker ideológico” onde é preciso estar de camisa vermelha e ter senha “Lula Livre” para poder entrar. Na entrevista que concedeu ao Bar do Vaz, Fernanda esbanjou simpatia, carisma e inteligência política. Tanto Zen como Fernanda representam uma “oxigenação” para o PT no Acre e, na verdade, fazem parte de uma nova geração que poderá trazer uma importante renovação para a política do Acre como um todo.   


A hora da renovação
Se a gente analisar a disputa para o Governo do Acre temos dois candidatos jovens que lideram as pesquisas de intenções de votos. Gladson Cameli (PP) representa a alternativa de poder. Está conseguindo fazer uma pré-campanha sem muitas amarras partidárias. Isso significa que se vencer poderá desenhar uma gestão mais técnica colocando nos cargos pessoas qualificadas e não prepostos dos partidos que trazem muito mais problemas do que soluções. O próprio Gladson já me disse numa entrevista que não pretende “lotear” os cargos essenciais do Estado com os partidos. Se mantiver essa direção poderá surpreender os mais céticos em relação a sua capacidade administrativa.   

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A hora da renovação 2
Já o Marcus Alexandre (PT) se propõe a fazer uma renovação administrativa de dentro pra fora. Se vencer, terá que primeiro mudar o estilo de política do PT. Reduzir drasticamente os cargos comissionados e estabelecer diálogo aberto e democrático com todos os setores da política. O estilo bélico da atual gestão só trouxe a divisão e o fomento do ódio na sociedade acreana, na minha opinião. O resultado é que acabou dando oportunidade para o crescimento dos setores mais conservadores, mesmo dentro da FPA e naturalmente da oposição.


Jogando bem
O senador Sérgio Petecão (PSD) está cumprindo direitinho o script para a sua reeleição. Conseguiu surpreendentemente a dona Maria das Vitórias para ser a sua primeira suplente e reforçou a sua base no Juruá. Petecão não está entrando em bolas divididas. Nesse episódio em que o MDB alijou da sua chapa o seu candidato a deputado estadual Jairo Carvalho (PSD), Petecão limitou-se a procurar um plano B, sem polemizar com o partido “aliado”.


Carona
Por outro lado, pelo estilo que tenho observado da sua pré-campanha ao Senado, Márcio Bittar quer pegar uma carona no ultraconservadorismo do presidenciável Bolsonaro (PSL). Ele tem colocado pautas referentes aos costumes sociais e questões de cunho moralista. Mas Bittar tem uma pedra no caminho. O MDB, seu partido, tem a candidatura a presidente do Henrique Meirelles (MDB) posta. Além da extrema impopularidade do presidente Temer (MDB). Na vida real, Bittar é candidato do Temer e do Meirelles e não do Bolsonaro.


Satélite
O grupo do candidato ao Governo Coronel Ulysses está se tornando uma alternativa para oposição. Não acredito que ele possa mudar a tendência de polarização da disputa entre o Gladson e o Marcus. Pelo menos é isso que mostra a recente pesquisa da Data Control. Mas no plano das candidaturas proporcionais, com a adesão de novos partidos, poderá se fortalecer para futuras disputas. Se o Ulysses tiver juízo e souber jogar, mesmo que não vença a eleição, poderá sair muito forte politicamente do pleito.


Caiu na Rede
A candidatura ao Governo da vereadora de Tarauacá, Janaína Furtado (Rede), entra nessa conta da renovação da política do Acre. Uma mulher, mãe, vinda do interior que irá participar dos debates dos candidatos ao Governo. Se a Janaína souber aproveitar a oportunidade poderá ajudar a Marina Silva (Rede) a derrubar a máxima de que um profeta não é reconhecido na sua própria terra. O sucesso do seu desempenho na campanha colabora para o crescimento do candidato ao Senado Minoru Kimpara (Rede).


Luz no fim do túnel
A política do Acre está se renovando naturalmente. Não adianta ninguém ficar apavorado com as possíveis mudanças que devem ocorrer no Estado depois das eleições. Mudar sempre traz incômodos. Mas se não houver transformações na política a sociedade permanecerá estagnada, sem os avanços necessários para criar melhores condições de vida aos acreanos. Obviamente que nesse processo nem tudo serão flores no caminho e certamente haverão dores. Mas quando vejo a quantidade de novos bons candidatos na disputa de todos os cargos dessa eleição me sinto esperançoso de dias melhores para a nossa população. Agora, o importante são os eleitores prestarem atenção nas suas escolhas. Ver quem são aqueles que possam colaborar nesse processo de renovação, seja com a experiência adquirida ou o entusiasmo da juventude que sempre fomenta novas ideias e ideais.   


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