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Fala de Kimpara sobre PMs investigados cria mal-estar dentro da caserna

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As declarações feitas pelo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Marcos Kimpara, durante coletiva de imprensa no fim da manhã desta quinta (12) ao lado do governador Sebastião Viana (PT), sobre a punição a policiais militares investigados por suposta relação com o crime organizado criou um clima de insatisfação entre a tropa, que durou até o início da noite.


Kimpara foi questionado por jornalistas se sua corporação, assim como o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen), investiga policiais que exerceriam dupla-função: uma para o Estado e outra para organizações criminosas.

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Neste mesma coletiva, o governo anunciou que 25 agentes penitenciários seriam demitidos por estarem “contaminados” pelas facções que atuam dentro dos presídios. Em resposta, o comandante afirmou que a PM, por meio de sua Corregedoria, também investigava situações como estas dentro da tropa.


“A Polícia Militar do Acre é uma das mais honestas do Brasil. Nós não toleramos nenhum tipo de desvio de conduta. A gente manda por ano, é porque a gente não divulga, mas tem um número não tão grande de policiais que são excluídos por envolvimento não só com drogas, mas também com outros ilícitos, e a gente tem também essa investigação nessa situação, já estão monitorados”, disse o coronel.


As declarações de Kimpara viraram reportagem cujo conteúdo já daria a entender que policiais teriam envolvimento com as facções criminosas. De imediato foi criado um clima de mal-estar dentro da caserna para que o comandante apontasse quais militares seriam estes.


Para evitar danos maiores no moral de seus homens, o comandante redigiu uma nota e a espalhou pelos grupos de WhatsApp. Nela, o coronel nega que tenha feito tais declarações, dizendo que sua fala foi distorcida pela imprensa.


“Em nenhum momento falamos ou citamos que existe casos comprovados de policiais militares envolvidos com organizações criminosas, pois sabemos que não existe no momento nenhum policial militar nessa situação comprovadamente“, escreveu Kimpara.


O comandante completa: ”Ao ser indagado pelos jornalistas se existia na PMAC policiais comprovadamente envolvidos com organizações criminosas, informei que qualquer denúncia nesse sentido seria apurada pela Corregedoria e que seríamos rigorosos nesse tipo de apuração. Entretanto, distorceram como sempre as declarações e tiraram de contexto buscando sempre causar conflitos no velho jogo de dividir para conquistar”.


Na nota, o coronel voltou a destacar que o comando-geral investigará de forma firme toda denúncia sobre possíveis relações de algum de seus membros com o crime organizado; “não podemos permitir que nossa briosa corporação seja contaminada com esse verdadeiro vírus social que afeta muitas instituições no nosso país.”


Após os esclarecimentos, o clima voltou à normalidade dentro dos batalhões. “A tropa ficou satisfeita. Ele pelo menos deu o retorno daquilo que se esperava dele”, afirma o sargento Joelson Dias, presidente da Associação dos Militares do Estado do Acre (AME). Dias também ressaltou que os associados não compactuam com a prática de ilícitos.


Para o presidente da AME, a forma como alguns veículos abordaram a fala do comandante passou a sensação de que ele fazia acusações a membros da corporação. Dias elogiou o gesto do comandante de fazer um rápido esclarecimento, contribuindo para apaziguar os ânimos.


“Nós estamos vivenciando um momento muito delicado. A gente precisa estar unido, estar focado. O nosso problema maior hoje é a segurança pública e não podemos ter nada que nos crie atritos, ou que crie dificuldades para que a sociedade possa sonhar com um clima de paz”, disse.

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