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Após 10 anos, Natex demite funcionários e encerra atividades em Xapuri

A fábrica de preservativos Natex, em Xapuri, deu as contas de seus últimos funcionários e há pelo menos um mês encerrou sua produção. Desde 2016, o empreendimento vinha passando por dificuldades, com relatos frequentes de atraso nos pagamentos dos salários dos trabalhadores. O encerramento da operação acontece 10 anos após a sua inauguração.


Idealizada no governo Jorge Viana (1999-2006) e tirada do papel com Binho Marques (2007-2010), a Natex tinha como objetivo ser referência mundial como a única fábrica de preservativo a usar látex de seringueiras naturais. Com a falta do insumo natural, grande parte do látex usado já vinha sendo retirada dos chamados “seringais plantados”.


A Natex é gerenciada pela Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac), órgão do governo. Em 2016 o governo aprovou projeto na Assembleia Legislativa que transferia a gestão da Natex para o setor privado – dois anos depois, nenhuma empresa topou. De acordo com denúncia levada ao MPT (Ministério Público do Trabalho) no começo de maio pela oposição, a estatal estaria com um passivo trabalhista na casa do R$ 1,2 milhão.


Conforme AC24horas apurou junto aos ex-funcionários, todos os direitos estão sendo pago de forma parcelada. Segundo um deles, que pediu para não ser identificado, a Natex dispensou os quase 100 trabalhadores que ainda prestavam serviços, sem comunicar se haveria a possibilidade das atividades serem retomadas.


Outra denúncia que surgiu nos últimos meses foi a de uso da Natex como curral eleitoral. As diretoras da fábrica estariam coagindo funcionários a votarem em candidatos do PT e de partidos da Frente Popular. Um áudio vazado de uma reunião deixa claro as ameaças de demissão que os servidores sofreram.