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Alta do dólar eleva dívida do Acre e de outros quatro estados

Em meio à dificuldade para equacionar a delicada situação fiscal, estados como o Piauí, Ceará, Pernambuco, Acre e Amazonas terão de encarar mais uma fonte de dor de cabeça: a alta do dólar nas últimas semanas e seus efeitos sobre a dívida em moeda estrangeira. É o que informa uma reportagem do jornal Folha de São Paulo publicada em maio passado.


A partir de janeiro, conforme o jornal, o endividamento externo dos estados cresceu R$ 15,1 bilhões. Ela saiu de R$ 97 bilhões e atingiu R$ 112,1 bilhões, segundo estimativas feitas com base em dados do Banco Central e no comportamento do dólar.


A moeda americana encerrou o pregão desta sexta-feira (1º) com alta de 0,8%, cotado a R$ 3,767. No acumulado da semana, o dólar se valorizou 2,68% frente ao real. Na máxima do dia, a moeda dos Estados Unidos chegou a ficar em R$ 3,771.


O levantamento sobre o endividamento dos estados foi feito por Vilma da Conceição Pinto, pesquisadora do Ibre da Fundação Getulio Vargas, a pedido da Folha, com base em dados do Tesouro.


Os dados mostram que a pressão do câmbio não atinge de maneira uniforme todos os estados. De um lado, acerta em cheio justamente os governos que vinham controlando melhor as suas contas. De outro, acrescenta desafios a quem já está no vermelho.


“Os números mostram que os estados mais expostos às flutuações da moeda americana são aqueles com baixo endividamento. Esse é o grupo que está vendo a dívida aumentar”, diz Vilma Pinto.


O endividamento total deles pode até ser pequeno, mas, como a parcela em moeda estrangeira é expressiva, a alta do dólar vai pesar na conta.


O Ceará, por exemplo, tem R$ 5,8 bilhões de dívidas em moeda estrangeira -valor que parece pequeno diante dos quase R$ 20 bilhões de São Paulo.


Ocorre que, no Ceará, a parcela em moeda estrangeira representa 49% da dívida total. Em São Paulo, não chega a 7%.


Por outro lado, os estados mais problemáticos devem sofrer menos os efeitos do dólar mais alto, pois reduziram o endividamento externo entre 2016 e 2017. Isso não significa que não terão desafios.


Procurado pela reportagem da Folha de São Paulo, o governo do Acre não se pronunciou.


Segundo especialistas, os governos mais saudáveis foram os que mais se aproveitaram do movimento de expansão de limites de financiamento de bancos internacionais para o Brasil desde 2011.


Isso, conjugado ao ambiente de alta da liquidez externa, fez com que estados (e também municípios) substituíssem dívidas mais caras por juros mais baixos de empréstimos oferecidos pelo Banco Mundial ou pelo Banco Inter americano de Desenvolvimento.