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Banco de Alimentos garante segurança alimentar para mais de 8 mil pessoas

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O Banco de Alimentos mantido pela prefeitura de Rio Branco e Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) garante alimentação para cerca de oito mil pessoas em situação de vulnerabilidade social na capital do Acre. Entre os assistidos: crianças, idosos, internos de casas terapêuticas, de casas de passagem e famílias consideradas carentes.


Localizado na CEASA, o Banco de Alimentos é parte do Programa de Segurança Alimentar e Nutricional do Governo Federal, criado pelo então presidente Lula e administrado pela Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social (SEMCAS).

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O Banco recebe semanalmente frutas, verduras, legumes e peixes. Os alimentos são entregues no local por agricultores de Associações de Produtores por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), doações de empresas privadas e da própria CEASA e, depois, repassados para às entidades de assistência.


Toda terça-feira, os representantes das 62 instituições filantrópicas inclusas no Programa, recebem os itens na sede do próprio Banco na CEASA. O volume atual de recebimento por parte dos agricultores e de doações para as entidades filantrópicas é de 32 toneladas (32 mil quilos) por mês.


A cada seis meses, a CONAB repassa o recurso do Programa de Aquisição de Alimentos para as associações de produtores e colônia de pescadores. O montante chega a R$ 400 mil.


 


Logística


No Banco de Alimentos, os itens passam por várias etapas: seleção, limpeza e identificação, tudo sob supervisão da nutricionista da Prefeitura de Rio Branco, Glenda Toscano, e da chefe do Setor de Operações e Programas Institucionais da CONAB, Carla Davanzo. Carla explica que todos os critérios do projeto têm que ser cumpridos, a qualidade do produto tem que ser atestada. “Os produtores que estão no projeto sempre entregam produtos de muita qualidade. Muito raramente alguma coisa é descartada”.


O trabalho no Banco de Alimentos como recebimento, separação, limpeza, acondicionamento e entrega, é realizado por funcionários da SEMCAS e do Serviço Social do Comércio (SESC), parceiro do programa por meio do Mesa Brasil.


A secretária Municipal de Cidadania e Assistência Social, Dôra Araújo, fala da importância da ação. “É um programa de grande alcance social porque chega à pessoas que realmente precisam de auxílio e também beneficia os trabalhadores da agricultura familiar, que produzem e têm toda sua produção adquirida automaticamente por meio do PAA, todos ganham”.


Alcançando 8 mil pessoas


Entre as instituições beneficiadas pelo Banco de Alimentos há escolas mantidas por igrejas, Casas de Passagem, Casas Terapêuticas que atuam na recuperação de dependentes químicos e que alimentam moradores em situação de rua, além de famílias carentes.

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No bairro Hélio Melo, no Distrito Industrial, a Paróquia Sagrada Família, mantém o Espaço Nossa Senhora da Glória, que garante o reforço escolar para 15 crianças da comunidade. É com os itens recebidos no Banco de Alimentos que a direção do Espaço consegue alimentar diariamente as crianças que ficam no local no contra turno escolar.


O trabalho iniciado pela irmã Pilar, que atualmente está em tratamento de saúde, é mantido por um grupo de voluntários. Seu Mauro Souza, um dos voluntários, explica que sem o auxílio do Banco de Alimentos, não teriam como dar continuidade ao trabalho. “As famílias daqui são realmente carentes e precisam tanto do reforço no aprendizado como na alimentação e as frutas e verduras são muito importantes neste contexto de segurança alimentar”.


Já no Belo Jardim II, a Associação Karem Albuquerque dá o peixe e também ensina a pescar. A entidade oferta cursos gratuitos de corte e costura, panificação (vai iniciar outros em breve) para a comunidade local e também garante sacolões de frutas e verduras semanalmente para 22 famílias.


Karem explica que a distribuição de alimentos, além de garantir nutrição, “funciona como uma forma de atrair as pessoas para fazerem os cursos, que é uma forma de qualificar e empoderar a comunidade do Belo Jardim”.


A Associação contempla muitos idosos do Belo Jardim, como dona Balbina, de 77 anos e dona Luzanira de 58, ambas viúvas, que vivem sozinhas e dependem exclusivamente da pensão, no valor de um salário mínimo, deixada pelo marido.


Toda semana, dona Luzanira vai a Associação buscar uma sacola cheia de frutas e verduras, que garantem sopa e salada para a idosa. “Quando o material da sacola está se acabando aí chega a outra e assim vai. Como eu sou só, como bem. Essa ajuda é muito importante porque eu consigo manter uma boa alimentação e só com a pensão não daria. Ainda faço cursos lá na Associação e aprendo várias coisas, como costurar com overloque, que eu não sabia”, conta ela, que ainda ajuda os vizinhos com as frutas e verduras que recebe.


Aos 77 anos, dona Balbina cita que além de se alimentar, compartilha as frutas e verduras com os filhos e vizinhos. “O pouco com Deus é muito”, cita ela.


Venda garantida para os agricultores


O programa de Aquisição de Alimentos e o Banco de Alimentos beneficiam que quem produz e quem consome os alimentos. A Associação Unidos Pelo Progresso, do Km 21 da Transacreana, entrega verduras, mandioca, milho e frutas para o Banco de Alimentos uma vez por semana. São ao todo 3,5 toneladas. O presidente Jairo Ribeiro, ressalta que atualmente os associados “só têm que se preocupar com a qualidade do produto, porque o mercado é garantido. Não temos que ficar atrás de supermercados ou feiras, é só tirar do campo, trazer para cá e receber o dinheiro”.


Outras doações


Além dos produtos do PAA, o Banco de Alimentos também recebe itens de empresas privadas e da CEASA. A Banana Rio Branco, que funciona na CEASA doou uma quantidade de banana, o equivalente a R$ 18 mil, em apenas um dia. O empresário Francisco de Assis Melo conta que quando as frutas estão muito maduras, não sendo mais adquiridas pelos supermercados, são doadas para o Banco de Alimentos “que é uma instituição séria e dá uma boa destinação aos itens”.


A coordenadora do Banco de Alimentos, Dalcicléia Alves, lembra que além de serem distribuídas para as instituições filantrópicas, as frutas também vão para escolas e são repassadas para pessoas que vão ao local em busca de doações, como Maria Lindomar e Maria da Conceição, aposentadas que precisam reforçar a alimentação em casa. Dona Maria Lindomar, que mora com o marido na Baixada do Sol, conta que “tem dia que se não fosse esses alimentos que ganho aqui não teria o que comer”.


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