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Cidade de São Paulo ganha restaurante acreano que oferece do Tacacá a Baixaria

Fachada do Tucupi: casa da Vila Mariana transformada em restaurante (Divulgação/Divulgação)

O mapa do Brasil à mesa paulistana está mais rico. Desde ontem está funcionando em sistema de soft opening o Tucupi, único restaurante acriano da cidade.


Quando se mudou de Rio Branco para São Paulo com a intenção de estudar arquitetura, a cozinha passava bem longe dos planos da proprietária Amanda Vasconcelos, que confessa até aquela época ter dificuldade até para fritar um ovo. “Não sabia nada de cozinha e fui obrigada a encarar o fogão porque morava só”, revela.


Para matar a saudade de pratos da terra natal, seu pai mandava pacotes de comida congelada. Entre uma aula e outra na Belas Artes, Amanda passou a preparar receitas acrianas a pedido dos amigos. “Comecei a cozinhar porque eles que gostavam da minha comida”, lembra. Dali a fazer parte de equipes de eventos culinários foi um pulo.


Antes do Tucupi, a primeira experiência profissional da neo-cozinheira foi num espaço temporário que havia no Mirante 9 de Julho, onde ofereceu seus pratos entre julho e setembro do ano passado. Um sucesso. Esse foi o estímulo para que Amanda abrisse o próprio restaurante com o apoio do namorado, o italiano Giorgio Rubega, responsável pelo desenho dos móveis.


Numa casa de tijolos à vista que por enquanto funciona apenas aos sábados e domingos, ela oferece receitas como baixaria, um cuscuz de milho com vinagrete de tomate e cebolinha, ovo frito de gema mole e carne moída. “Não é comida de casa, mas comida servida o dia todo no Mercado do Bosque, que funciona 24 horas. Comemos depois da balada”, diz. Amanda desenvolveu uma variação vegana do prato que batizou de santidade, preparada com cuscuz marroquino, cogumelo shimeji salteado no lugar da carne, banana frita, salada de tomate e cebolinha.


De seu estado natal, ela trouxe também dois tipos de quibe, levados para lá por imigrantes libaneses. “Como não encontravam trigo, eles substituíram por outros ingredientes”, conta. Por lá, fazem-se quibes de mandioca e de arroz recheados de carne e de queijo.


Nessa etapa inicial do Tucupi, Amanda serve um cardápio reduzido com duas entradas, uma delas vegetariana, quatro pratos, um deles vegano, e sobremesa. Neste domingo (11), os clientes encontram pedidas como o dadinho de tapioca com geleia de açaí, a casquinha de caranguejo com farofa da cidade de Cruzeiro do Sul, a baixaria, o tacacá, o baião de dois (com bastante coentro, salsinha, cebolinha, bacon artesanal defumado, carne-seca, queijo de coalho e ovo frito) e a tapioquinha recheada com geleia de cupuaçu com castanha-do-brasil.


Amanda só se queixa que é impossível receber ingredientes do Acre. “Tentei, mas acho que não há interesse no meu estado. Recebo a maior parte dos produtos de Belém. Vem um caminhão frigorífico. Em Belém, são mais profissionais em ‘exportar’ os insumos”, lamenta. “O cardápio estará sempre sujeito à sazonalidade do fornecimento.”


Tucupi. Rua Major Maragliano, 74, Vila Mariana.
Sábados e domingos, 12h às 21h. 30 lugares.
Durante a semana, estão previstos almoços e jantares fechados e por encomenda para até 25 pessoas com menu degustação.


Fonte: Veja São Paulo