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Enchente e violência os temas que devem dominar as eleições no Acre

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O jogo eleitoral começa pra valer depois do Carnaval. E pelo menos dois temas devem predominar os debates nesse primeiro momento de pré-campanha, as enchentes de Rio Branco e do Alto Acre e a violência que tomou proporções catastróficas no Estado. Em relação a subida das águas do Rio Acre esse é um problema recorrente que tem como primeira causa a destruição das suas matas ciliares. Nesses muitos anos morando por aqui ainda não vi nenhum dos nossos políticos se preocuparem efetivamente e desencadearem ações práticas para a preservação do Rio Acre. As suas margens precisam passar por um reflorestamento urgente. A equação do sofrimento é muito simples, no verão o rio seca demasiadamente, colocando em risco o abastecimento de água da Capital e no inverno inunda desabrigando milhares de pessoas. E a pergunta que não quer calar: Por que ninguém olha para a causa principal do problema? É obvio que o Rio Acre não segura o volume de água no seu leito por ter as suas margens desmatadas e espalha o fluxo da sua corrente nas ruas da cidade por não ter a contenção da vegetação ciliar. Agora, o mais triste e estúpido é ver os nossos políticos preocupados com as consequências e não as causas do movimento de seca e cheia do Rio Acre. Pura demagogia. Quem ganhar a eleição para o Governo em 2018 deve começar urgente um trabalho de reflorestamento das margens do Rio Acre. Jogam tanto dinheiro fora em obras desnecessárias com caráter unicamente eleitoral e esquecem da importância social e econômica de um rio que empresta o seu nome ao Estado. Estão tratando os sintomas do “doente” e não as causas que o fazem adoecer. Acho que o motivo é que acham “bem bacana” tirar fotos pousando de solidários diante da tragédia de milhares de famílias que perdem todos os seus bens com as cheias do rio. Já passou da hora dos nossos políticos acordarem e colocarem a mão na massa para salvarem o Rio Acre.


Violência desmedida
Mal começou o ano de 2018 e já temos uma média macabra de mais de um assassinato por dia no Acre. O mais triste é que a maioria das vítimas são jovens que se iludem com a oportunidade de adquirirem status e riqueza no tráfico de drogas. Se unem às facções na esperança de dias melhores e acabam encontrando a morte na primeira esquina da desilusão. Uma tragédia.

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Remédio errado
Podem aumentar os efetivos das policias, armarem a população e construírem mais presídios que não resolverão o problema da violência no Acre. Podem até mesmo chamar o Exército para vigiar as ruas que a mortandade irá perdurar. A causa do envolvimento dos nossos jovens com a criminalidade está na falta de oportunidades. Escolas e empregos são os remédios eficazes.


A chave da educação
É inegável que a educação no Estado deu um salto durante os 20 anos de governos do PT. Mas infelizmente não foi suficiente para o aumento populacional. Na minha opinião, ainda falta uma política educacional engajada
com a realidade do Estado.


Ferida aberta
Outra questão que é relevante para a violência no Acre é êxodo populacional da zona rural para as nossas cidades
que, de fato, melhoraram as suas infraestruturas e se tornaram mais atrativas. Muitos vêm nas cidades uma oportunidade para uma vida melhor. Acabam sendo jogados nas suas periferias e ficando à margem da nossa deficitária economia e se associam à criminalidade cada vez mais organizada. O remédio para curar essa ferida é produção agrícola e extração de matérias-primas. Achar que o Acre pode concorrer industrialmente com os grandes estados brasileiros é devaneio.


Carnavalização política
Conversei com o senador Jorge Viana (PT) sobre como entende o jogo político eleitoral que começa a ser jogado em 2018. Ele me disse: “Tenho defendido que esse modelo político partidário, que colocou alguém sem os votos das ruas na presidência da República, é uma expressão da intolerância de parte da nossa elite com a democracia. No Carnaval, as Escolas de Samba do Rio, Beija Flor e a Tuiuti, fizeram desfiles fenomenais e traduziram o sentimento de liberdade do nosso povo. A manipulação das elites retirando direitos dos nossos cidadãos e levando o Brasil para o atraso depois de termos vivido um momento de prosperidade. É o carnaval dando lições inteligentes para que possamos iniciar uma fase nova no Brasil saindo desse atual momento de todos contra todos. Aqui no Acre a mediocridade política tem feito o sucesso temporário de alguns. Eu vou seguir na minha marcha ouvindo as pessoas para criarmos um movimento que renove o nosso projeto. Acho que o Brasil e o Acre precisam de pessoas que estejam antenadas com o mundo e se renovam valorizando todos os setores da população para sairmos dessa crise.


O outro lado da moeda
Também ouvi o senador Gladson Cameli (PP) que será candidato ao Governo do Estado em 2018. “Neste ano o acreano irá decidir o que deseja para o seu futuro. Se quer continuar que tudo continue como está ira votar no candidato do Governo. Agora, se quiserem uma alternância de poder e apostar numa outra alternativa dará oportunidade para quem pode fazer diferente. Vou seguir com o meu trabalho ouvindo opiniões e respeitando a população, sem perseguição, na tranquilidade e transparência. É preciso que tenhamos um Governo para todos
sempre debatendo e dialogando com todos os setores sociais.”


Sobre o vice na oposição
Se confirmada a informação de que o Gladson colocará a jornalista Mara Rocha (PSDB) como sua vice estará acertando na escolha. Primeiro terá um dos maiores partidos do país, o PSDB, alinhado. Muitos problemas que podem surgir na campanha estarão resolvidos É uma mulher conhecida em todo o Estado e uma pessoa carismática e de bom senso.


O grito do PMDB
Não entendi porque o PMDB não gostou da escolha da Mara. Na verdade, pela lógica, o partido nem deveria se manifestar sobre o vice. Já tem o ex-deputado Márcio Bittar (PMDB) como candidato ao Senado. Esticar essa polêmica só cria ainda mais desgaste para a chapa de oposição.


Cacos ao ar
Pelo que entendi a candidatura do ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB) a deputado estadual é uma retaliação contra o atual prefeito Ilderlei Cordeiro (PMDB). O jogo é deixar a ex-deputada Antônia Sales (PMDB) na cara do gol para ser candidata a prefeita em 2020. Na verdade, esse racha entre o Vagner e o Ilderlei é altamente prejudicial para toda a chapa de oposição. Estou curioso para ver como serão os palanques em Cruzeiro do Sul e outros municípios do Juruá com o Gladson, o Vagner e o Ilderlei. Haja cotoveladas.


O pomo da discórdia
Na minha opinião, tanto o Ilderlei quanto o Vagner erraram feio em relação ao projeto político da prefeitura de Cruzeiro do Sul. Jamais o Ilderlei poderia ter lançado o seu tio Rudiley Estrela (PP) a deputado federal em confronto a atual deputada federal Jéssica Sales (PMDB). Uma ingratidão inominável. Por outro lado, o Vagner deveria ter retirado todos os seus secretários desde o começo da gestão do Ilderlei. Orientado o prefeito que ajudou a eleger a formar o seu próprio time com toda a liberdade política. O fato é que essa divergência entre os dois é uma bomba relógio que poderá explodir em cima da palanque do Gladson. Ou não?


Voltei
Passei alguns dias em um trabalho complementar para a divulgação do meu livro O Despertar de Homens Comuns (Editora Best Seller) durante o recesso de Carnaval. Agora, as atualizações da coluna voltarão a ser diárias. Entendo que essa eleição de 2018 será fundamental para cristalização da democracia brasileira. Nos próximos dias vou ouvir os principais personagens das eleições do Acre para fazer um “esquenta” da campanha e dar a oportunidade para os eleitores fazerem as suas reflexões sobre o futuro do Acre.

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