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O uso de drogas e o suicídio devem ser combatidos por ações silenciosas

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Obviamente que não sou o dono da verdade e nem tenho essa pretensão. Mas a minha experiência de 40 anos com comunicação social me ensinou algumas coisas. Por exemplo, nunca vi uma campanha antidroga dar resultado. Ao
contrário, incita a rebeldia dos mais jovens a conhecer o proibido e desperta ainda mais a curiosidade. Imaginem quantas campanhas contra as drogas já foram feitas no Brasil. E pergunto: diminuiu o número de usuários? Não,
aumentou consideravelmente. Quem quiser é só verificar as estatísticas. Esse é um problema social que se agrava e só pode ser minimizado através de ações concretas que diminuam a pobreza material e psíquica gerando oportunidades aos jovens. Não é com a mídia que se resolve. Quem escolhe esse caminho do vício está buscando transgredir os códigos vigentes da sociedade. Então as propagandas antidrogas funcionam como espécies de porta-vozes oficiais do “sistema” que são justamente os objetos de transgressão dos usuários. O dinheiro gasto nessas campanhas que enriquecem as agencias de publicidades poderia ter um uso mais prático com ações de aproximação direta, por pessoas preparadas, com esse público em evidente vulnerabilidade social e psíquica.


Outra coisa, gente que não conhece drogas dar palestra em tom moralista sobre o assunto é perda de tempo. Um trabalho que recomendo por já ter visto resultados positivos é o do Narcóticos Anônimos (NA). Sem nenhum tipo de
vinculação religiosa, é coordenado por ex-viciados que têm uma experiência real sobre o assunto. Mas sinceramente não sei se tem algum centro do (NA) aqui no Acre.

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Suicídio: ainda pior
O Acre está vivendo uma epidemia de casos de suicídios. Que em alguns casos estão relacionados com as drogas ilícitas (narcóticos) e as lícitas (álcool e analgésicos). Algo quase inexplicável para um Estado Amazônico em que o Sol brilha o ano inteiro. Tampouco será com campanhas publicitárias que vão desencorajar os suicidas em potencial. Na realidade, vejo um oportunismo mórbido nessas campanhas que acabam encorajando ainda mais pessoas a
atentarem contra a própria vida.


Ações silenciosas
Jesus afirmou aos seus discípulos: “Não deixe a sua mão esquerda saber o que a direita está fazendo”, se referindo à caridade. O que pode demover uma pessoa a tirar a própria vida é a atenção, o amor, a doação e a solidariedade verdadeira. E quem ajuda não deve tocar as trombetas, mas agir com discrição e silêncio.


Chamar a atenção
A dor interior que sente uma pessoa desesperada é imensurável. O suicídio não deixa de ser um grito ou uma expressão desse sofrimento. As ações para ajudar essas pessoas devem ser silenciosas. A divulgação generalizada não ajuda a conter essa onda mortal, mas incentiva novos casos de suicídios. Quem quer se matar é porque quer também ser notado. É o que acho!


Palavra amiga
Quem realmente quiser ajudar que procure identificar entre as pessoas da sua convivência aquelas que precisam de uma palavra amiga. Ouvir o outro é muito importante. Não se arvore em querer aconselhar, simplesmente, ouça e deixe o seu semelhante extravasar. Essa é realmente uma grande ajuda.


O mal da depressão
Essa é uma doença moderna. São muitas informações simultâneas para as pessoas processarem e assimilarem. Sem falar nos desejos fomentados pela sociedade de consumo que não podem ser todos atendidos e geram terríveis frustrações. Os resultados estão aí. Nota-se que a maioria de casos de depressão e atos extremos no Acre é entre jovens e pessoas de classe média. Então não é algo relacionado diretamente à carência material, mas emocional. A depressão é uma doença que deveria ser tratada a serio pelas nossas autoridades de saúde pública.


Não julgues…
O julgamento que se faz das outras pessoas é fatal. Isso intimida terrivelmente quem precisa ser quem realmente é.
Aí entram as culpas e as limitações moralistas determinadas por algumas denominações religiosas. Tenho impressão que uma das causas de depressão e consequente suicídio é a sexualidade. Entre os muitos problemas a homossexualidade ainda não aceita e discriminada pela nossa sociedade é um dos mais constantes.


Reflexão
Não sou psicólogo e nem pedagogo. Estou escrevendo baseado na minha observação do mundo ao meu redor como jornalista. E aconselho o autoconhecimento para quem quer vencer a depressão. Nesse sentido, a meditação é um instrumento poderoso para as pessoas se conhecerem. Meditar não tem nada a ver com religião e nem pertence a nenhuma delas. É uma técnica de autoconhecimento que facilita o discernimento para enfrentarmos os nossos problemas cotidianos sem entrar em desespero. A minha contribuição será em breve lançar um programa em elaboração que batizei de Medita Acre. Pretendo repassar um pouco do meu conhecimento de meditação para quem estiver interessado. Será em lugares públicos e sem nenhum custo. Como um beija flor que tentava apagar um incêndio numa floresta imensa quero também fazer a minha parte. Jay Jay!


Obs.: Sem clima nessa coluna para falar sobre política. Estou mais preocupado
com a vida. Peço desculpas aos meus leitores habituais.


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