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Investir dinheiro público do Acre em iniciativa privada é temerário

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O Governo do Estado do PT deveria ter aprendido a lição com a Álcool Verde, em Capixaba. Um empreendimento público-privado que resultou em quase nada deixando um rastro de milhões de reais perdidos aos cofres públicos. Tentaram fazer a Usina funcionar de tudo quanto é jeito, sem nenhum resultado prático para a população do Acre. O álcool barato para impulsionar a nossa economia e a geração de empregos naufragou. Então fico só observando mais dinheiro dos acreanos em novos “empreendimentos” em parceria com a iniciativa privada. A Peixe da Amazônia S/A, em Senador Guiomard, é mais um desses públicos-privados que parece não estar indo muito bem das pernas, segundo o que a imprensa tem publicado. Primeiro cobranças públicas de fornecedores, depois uma confusão de recolhimento de impostos com a prefeitura do Quinari e, para completar, a possibilidade de lotes de produtos contaminados com a bactéria salmonela divulgado pela fiscalização do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA). Inaugurada em 2014, os problemas vão se acumulando e a credibilidade da empresa público-privada colocada em xeque. O empreendimento que já recebeu as visitas do ex-presidente Lula (PT), do presidente boliviano Evo Morales, tendo o governador Tião Viana (PT), entusiasta do empreendimento, como anfitrião, seria um dos maiores complexos de produção de peixes do país. Mas os resultados, por enquanto, não são nada animadores. Não sei se o Governo do Acre investiu diretamente na Peixe da Amazônia ou se os valores foram via BNDES. Isso é coisa que os deputados estaduais deveriam apurar porque a minha pesquisa no Google não esclareceu. De qualquer maneira é certo que tem dinheiro dos contribuintes brasileiros no negócio que, infelizmente, tem gerado manchetes negativas. Passou da hora do Ministério Público Federal apurar e esclarecer à população do Acre o que está acontecendo ali.


Cada macaco no seu galho
O projeto do atual Governo do Estado de industrializar o Acre esbarra em duas questões. A logística de transporte e a falta de infraestrutura. Imagine um lote de peixes saindo do Acre para abastecer mercados do Centro-Sul do Brasil. A qual preço vai chegar? Será competitivo? O fato é que o Governo deveria investir em estradas, saúde pública, educação, segurança, etc. E deixar que os empresários gestem os seus próprios negócios.

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Quem quer dinheiro?
Quando leio que dinheiro público é colocado nas mãos de empresários para fomentar indústrias no Acre fico sempre na dúvida. Por que deram para esse e não para aquele? Por que elegeram produzir isso e não aquilo? Definitivamente um Governo é para cuidar dos aspectos sociais prementes da sua população e não para se tornar um agente de negócios.


Quem com ferro fere…
O Governo do PT, através do seus emissários, tenta mostrar que as denúncias a respeito da Peixes da Amazônia S/A, têm caráter político partidário. Mas esquecem que foram eles mesmo que usaram o modelo de industrialização público-privado como propaganda política da atual gestão. As coisas públicas e privadas não deveriam estar misturadas, na minha opinião.


A quimera da ZPE que voou
Outro tiro n’água, até agora, do atual Governo foi a famigerada Zona de Processamento de Exportação do Acre (ZPE). Por favor, me informem o quê a ZPE exportou até agora desde que teve o início em 2011? Quantas indústrias se instalaram no Parque Industrial da ZPE, em Senador Guiomard? E quanto foi investido de dinheiro público dos acreanos no projeto? Essas perguntas precisam ser respondidas com urgência à população do Estado.


Nada pessoal
Aqui no Acre, como o Governo manda em quase tudo, a gente tem que se justificar. Não tenho nada pessoal contra ninguém, mas esse projeto econômico é megalômano e tem dado poucos resultados. O Governo querer fazer papel de empresário não é nada aconselhável. Sempre achei que o simples dá melhores resultados.


Casos cotidianos
Outro dia conversei com um importante empresário de Cruzeiro do Sul que investiu num dos braços desse projeto de piscicultura no Acre. Ele estava procurando alguém para “dar” as ações que comprou da Peixes do Juruá, que, por enquanto, é apenas um prédio na Variante. Ele temia que o seu investimento se transformasse em dívida.


Investimento errado
O PT do Acre teve nas suas primeiras gestões um projeto interessante de sustentabilidade. A exploração da floresta através de produtos extrativistas só não deu certo porque não investiram em pesquisa. Peixes, porcos, galinhas qualquer estado pode produzir. Mas copaíba, andiroba e uma série de outros produtos para as indústrias farmacêuticas e de cosméticos só os estados com florestas tropicais podem. Mas parece que motivações políticas-eleitorais mudaram o foco das gestões petistas.


Tempo perdido
Para encerrar, uma reflexão para os políticos da FPA e da oposição. O foco da política no Acre está errado. Ficam debatendo um monte de frivolidades politiqueiras enquanto os problemas verdadeiros da população se acumulam. Se bobear entram em “guerra” para saber o candidato a vice das coligações em 2022. Chovem notas políticas sobre possíveis frieiras nos pés de deputados, senadores, vereadores e prefeitos. Isso interessa a quem mesmo? Enquanto milhares de jovens perdem a vida nessa guerra insana entre facções e pobres trabalhadores têm os seus escassos patrimônios roubados. A saúde pública padece de uma atenção maior dos gestores e a economia acreana não abre as oportunidades necessárias às novas gerações. O meio-ambiente sofre com a devastação de projetos madeireiros que enriquecem meia dúzia de privilegiados e a estrada sonhada para a integração de todos os acreanos continua a ser uma cratera lamacenta no meio da floresta.


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