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Bolívia fecha as fronteiras com medo da bandidagem do vizinho Acre

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A decisão do Governo Boliviano de fechar as fronteiras com Brasiléia e Epitaciolândia no período entre meia-noite seis da manhã é da semana passada. Mas os fatos merecem uma reflexão. A que ponto nós chegamos de um dos maiores produtores de cocaína do planeta temer o pacato Estado do Acre. Essa notícia, já divulgada na imprensa acreana, foi dada também em rede nacional, ao vivo, na última segunda, dia 21, pelo repórter acreano Jefson Dourado, na Globo News. O jornalista entrou na edição do telejornal como um gancho complementar quando se falava das operações das forças de segurança nacional no Rio de Janeiro. A matéria dizia que as autoridades bolivianas temem a entrada das facções que atuam no Acre, em Cobija, para libertarem traficantes que estão presos na penitenciária local. A situação é, portanto, muito mais séria do que se pode imaginar. Um outro dado da reportagem são as estatísticas de assassinatos no Acre, em 2017. Ao todo são 230 mortes violentas registradas em oito meses (agosto ainda não terminou). Numa divisão simples teremos 28,74 homicídios por mês neste ano, quase um por dia. Números de arrepiar para um Estado com 900 mil habitantes. Ainda mais que, na realidade, não são apenas números, mas vidas humanas perdidas, famílias sofrendo e medo da população. Será que essa onda de crimes e violências não poderia ter sido contida antes para não chegar a esse estágio?


E tem mais…
Como sou usuário diário de táxi tenho ouvido relatos cotidianos de roubo e sequestros relâmpagos de motoristas. Os taxistas estão apavorados. E isso, infelizmente, não tem sido divulgado pela mídia. Trabalhadores em busca do sustento da família sem saber se voltarão ilesos aos seus lares.

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Não é só isso
Então atribuir todo esse estado de insegurança da população acreana apenas às disputas de facções não é verdadeiro. Soma-se os roubos de residências, assaltos aos comércios e aos cidadãos nas ruas e teremos um quadro caótico desenhado.


Mídia não resolve
E não adianta as autoridades estarem toda hora na mídia dizendo que a situação está sob controle porque não está. Não sou adepto do quanto pior, melhor. Isso é uma estupidez politiqueira. O fato é que vidas estão sendo perdidas e os patrimônios de trabalhadores dilapidados. Qualquer um está em risco. Então está na hora do Governo do Estado encetar ações urgentes que envolvam toda a classe política e a sociedade vitimizada por essa situação caótica.


Menos mal
Ouvi o discurso nesta terça, 22, do líder do Governo na ALEAC, Daniel Zen (PT) fazendo um relato do encontro de uma comissão do Governo Tião Viana (PT) com o presidente Michel Temer (PMDB), em Brasília, para tratar da segurança.


Antes tarde do que nunca
Zen elogiou bastante a postura de Temer e saiu satisfeito da reunião. Pelo que entendi foi um encontro republicano para tratar de um tema de interesse de milhares de acreanos. O presidente prometeu auxiliar em uma série de ações para minimizar o sofrimento da população à mercê da violência. E doeu alguma coisa? Só pelo fato do Temer ser do PMDB e o Governo do Acre do PT? Como dizia o Mestre Jesus: “Quem não tiver pecados que atire a primeira pedra”.


Menos política
Essa reunião já era pra ter acontecido há muito tempo. Mas a preocupação com a política eleitoreira no Acre extrapola qualquer limite. Para os petistas Temer é “golpista” e não queriam dar o braço a torcer. Seja como for Temer é o presidente da República e pode auxiliar. Deixem o debate político para os palanques.


Mais politicagem em cena
Outra questão grave que vem sendo tratada com muita politicagem no Acre é a BR 364. Enquanto milhares de usuários da estrada padecem fica um debate “idiota” dos petistas e comunistas na ALEAC com a oposição. Disputam para saber quem é mais culpado e quem fez menos. Não sai uma proposta de solução.


Oportunismo
Se a gente olhar só pelo lado político o senador Gladson Cameli (PP) errou ao tomar para si a indicação da direção do DNIT no Acre e as obras da estrada. Se tivesse ficado na dele teria discurso para 10 eleições em acusar o PT pelos R$ 2 bilhões jogados fora na BR que virou um ramal. Mas preferiu agir e ajudar já que mudou o comando do Governo Federal do qual é aliado. Por isso deve ser crucificado nas redes sociais e nas casas políticas?


Mais sensatez
Não estou defendendo o Gladson, mas a necessidade de obras em andamento para manter e melhorar o que restou do traçado da BR 364. O próprio senador Jorge Viana (PT) tem defendido um diálogo entre todos os setores da política do Estado para tentar resolver o problema da estrada. Vamos parar de politicagem.


Uma coisa por vez
Resolvam o problema da estrada. Unam a bancada federal com esse propósito. Sejam petistas ou oposicionistas trabalhem para a BR ficar transitável, já que não acredito que esse trecho entre Sena e Cruzeiro do Sul um dia esteja 100%. Depois abram uma auditoria para apurarem roubos, se aconteceram, e responsabilidades. Esse nhén nhén nhén cansa. Um fogo cruzado inútil que não resolve o problema. E como se diz no Acre, tem políticos da FPA muito bem pagos pela população que deveriam procurar uma muda de roupa suja para lavarem ao invés de ficarem enchendo… Se não conseguiram concluir a obra da BR em 20 anos de governos do PT deixem outros tentarem.


Problemas sempre existiram e a politicagem também
Quando o ex-governador falecido Orleir Cameli tentou fazer as ligações rodoviárias no Acre quase foi “linchado” pelos petistas mais radicais. Alegaram uma série de problemas ambientais e a não necessidade dessa estrada. Atualmente o Governo do PT apoia um projeto de uma madeireira, às margens do Purus, em Manoel Urbano, que pode causar danos ambientais ao Estado com o desmatamento, mesmo que digam tratar-se de “manejo”. Por outro lado, a estrada tão criticada garantiu a eleição e reeleição de vários governadores do PT que tomaram a obra para si. Agora, voltaram à carga de ataques pelo fato da oposição estar tentando tocar o projeto da BR em frente. Na segurança, os governos da oposição enfrentaram com ineficiência os grupos do “esquadrão da morte”. Realmente esse problema foi resolvido nos governos do PT. Mas se acomodaram e não se atentaram para os ovos da serpente que geraram essa batalha homicida atual em que os jovens são as maiores vítimas. O PT esteve 14 anos no Governo Federal. E por que não resolveu nesse período o problema das fronteiras? Ainda mais com uma gestão aliada aqui no Acre? Está na hora de uma reflexão mais profunda dos políticos acreanos, seja da FPA comandada pelo PT ou da oposição, para resolverem os verdadeiros problemas que afetam os acreanos e a qualidade de vida no Estado. O resto, como diria o Rei Salomão, é tudo vaidade e vento que passa…

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