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“Que sirva de lição”, afirma delegada aposentada ao comentar suicídio de estudante

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A delegada aposentada Wania Lília usou as redes sociais para comentar a morte voluntária da estudante da Universidade Federal do Acre (Ufac), Bruna Andressa Borges, de 19 anos. O suicídio ocorreu nesta quarta-feira, dia 26, dentro da casa dela. Tudo foi transmitido, ao vivo, pela rede social Instagram.


Ainda que as imagens não fiquem salvas nem em dispositivo, nem no banco de dados da plataforma digital, sozinha a transmissão demonstra o quão forte foi o desprezo relatado pela estudante minutos antes de pôr fim à própria vida. Além de falar em traição, deixou claro que fazia de tudo para ser bem vista, reconhecida em sociedade.

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“Uma pessoa que demonstrava fazer tudo para permanecer inserida numa realidade, mas depois olhava e via que nada ao redor realmente existia (estruturas frágeis). Talvez o tempo todo ela tenha dito ‘ei, eu tô aqui’. Mas talvez pessoas olhavam sem ver. e para se fazer ver, ser notada, põe fim à vida, mostrando a todos ‘ei, eu existo. eu tô aqui’”, escreveu a delegada.


O caso, que repercute nesta quinta internacionalmente, deve se tornar um exemplo que ajude as pessoas a observar mais aos que estão próximos. Wania classifica a atitude de Bruna como uma reação às “pancadas” que ela recebeu da vida. E dpa sugestões aos que leem a postagem dela.


“Que nos sirva de lição para observarmos mais o que está ao nosso redor.(não quis entrar na esfera da espiritualidade, religiosidade, crença; vi várias postagens neste sentido – “falta de Deus”, etc…abordagem aqui é outra). E aos que já pensaram em suicídio, devo lembrar que uma forma de vencer é lutar. Morrer por vontade é desistir. E não temos o direito de desistir de nós mesmos, até se outros de nós desistirem”, completa.


LEIA A POSTAGEM NA INTEGRA

Wania Lilia Maia Viana


Sobre o suicidio: todos ficamos tristes, perplexos diante do suicídio da jovem ontem. E ela ainda gravou aquele momento. Enquanto acontecia, tudo era mostrado on line. Eu não vi a gravação. Nem pretendia ver. Mas quero abordar aqui a mensagem que vejo (alguns pontos. Existem muitos. Continuaria sendo motivo para teses e teses de mestrado e etc). Uma pessoa que tira sua própria vida, deixando escrito que queria viver, mas não sabia como, diante de tanta coisa ruim ao seu redor. Ela faz menção a uma amiga que lhe magoou profundamente. Pareceu -me, também, relatar uma tristeza, dor, diante de uma pessoa com quem teria se relacionado e a tratou com desdém; chegou até a ofendê-la. Tem momentos que ela diz que nunca soube como agir, como se comportar diante do que lhe rodeava. Parecia se culpar. Uma pessoa que demonstrava fazer tudo para permanecer inserida numa realidade, mas depois olhava e via que nada ao redor realmente existia (estruturas frágeis). E se culpa por não ter conseguido lidar com isso, para que prestassem atenção nela. Talvez o tempo todo ela tenha dito EI, EU TÔ AQUI. Mas talvez pessoas olhavam sem VER. E para SE FAZER VER, SER NOTADA, põe fim à vida, mostrando a todos EI, EU EXISTO. EU TÔ AQUI. Gerando, tambem, sentimento de culpa nos que ficaram. Uma forma de reagir às “pancadas” que recebeu. Pena que ninguém pode ir lá , agora, para com ela interagir. Só resta consolar os familiares e orar por sua família. Mas , pensando bem, podemos fazer algo mais. Como nem todo mundo tem escrito na testa um SOS, cuidemos das palavras que saem da nossa boca. Elas só deveriam sair para edificar; nunca para destruir, denegrir, maltratar, diminuir o ser humano. Desistir da vida é não encontrar nada que ligue a pessoa a este mundo; nada que a motive. Nem ela própria, pois se considerou o nada. Talvez, num milésimo de segundo, tenha pensado EU VENCI. AGORA ELES CONSEGUEM ME VER. Muito triste. Que nos sirva de lição para observarmos mais o que está ao nosso redor.(não quis entrar na esfera da espiritualidade, religiosidade, crença; vi várias postagens neste sentido – “falta de Deus”, etc…abordagem aqui é outra). E aos que já pensaram em suicídio, devo lembrar que uma forma de vencer é lutar. Morrer por vontade é desistir. E não temos o direito de desistir de nós mesmos, até se outros de nós desistirem.


Wânia Lília Maia Viana – socióloga


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