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Queda de braço na oposição pelo Senado poderá facilitar a vida do PT

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Bocalom (DEM) garante que será candidato ao Senado. A informação que publiquei anteriormente na coluna veio de uma fonte próxima ao ex-prefeito de Acrelândia. Tenho certeza que o Bocalom sabe quem é. Tanto que numa mensagem que me enviou ele desqualificou a fonte. “Quem lhe passou a informação não tem influência sobre mim. Eu tenho personalidade própria e jamais fiz o que acham que devo fazer,” escreveu Bocalom. Feito o registro. Então, no momento, a oposição tem cinco pré-candidatos ao Senado. E pelo andar da carruagem todos adotaram uma postura parecida com a de Bocalom. Numa análise rápida: o ex-prefeito Vagner Sales (PMDB) tem dito em Cruzeiro do Sul que quantos mais candidatos houverem no Alto Acre melhor pra ele que tem força política no Juruá. Também que vai mostrar as suas obras na prefeitura durante a campanha. Portanto, não abrirá mão de ser candidato pelo PMDB. Márcio Bittar tem os planos B e C, ou seja, o Solidariedade e o PTB, caso não consiga legenda no PSDB. O deputado federal Major Rocha (PSDB), como presidente estadual do PSDB, tem ascensão sobre a maioria dos tucanos e poderá ser candidato sem interferência de nenhuma outra legenda. O senador Sérgio Petecão (PSD) tem uma candidatura natural à reeleição. Então quem vai abrir mão de ser candidato ao Senado para oposição se unir e ter apenas dois concorrentes? O que certamente seria mais prudente. Se o quadro permanecer será uma guerra de foice no escuro. Um verdadeiro salve-se quem puder que não vai faltar fogo amigo para todo lado. Sem falar que será preciso ter mais um ou dois candidatos ao Governo para comportar os pretendentes ao Senado. Assim chego à conclusão que a oposição novamente se envereda pelos mesmos erros das outras eleições facilitando as coisas para o PT.


Não tem bêbado ladeira abaixo
Os candidatos ao Senado da FPA são o atual senador Jorge Viana (PT) e o presidente da ALEAC Ney Amorim (PT). Duas candidaturas fortes. Jorge foi prefeito de Rio Branco, duas vezes governador do Acre e está no Senado. Ney vem se elegendo para deputado estadual com votações crescentes e dirige o poder Legislativo do Estado. E tem articulação política em todo o Acre.

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Questão de lógica
Com cinco candidatos ao Senado na oposição se digladiando a dobradinha Jorge e Ney se fortalece. Esquecem que ainda existem milhares de cargos de confiança ligados ao Governo e as prefeituras comandadas pelo PT e os partidos satélites da FPA. É uma imprudência grande a oposição sair com cinco candidatos.


“Quase” não é vitória
Tenho o maior respeito pelo Bocalom. É fato que foi uma das poucas vozes de oposição no Acre nos tempos das “vacas gordas” do PT. “Quase” ganhou o Governo e “quase” ganhou a prefeitura da Capital. Mas na eleição de 2014 ao Governo a sua votação diminuiu bastante.


Teoria da Conspiração
Quem me passou a informação da desistência do Bocalom usou um argumento, na minha opinião, correto. Ele não poderá ficar novamente sem um mandato eletivo em 2018 se quiser continuar a ser um político de destaque no Acre. Não vi conspiração a favor de nenhuma outra candidatura nesse caso. Mas cada um que sabe de si.


Ciência inexata
A política tem a sua própria lógica que, na verdade, não obedece nenhuma lógica racional. Tudo pode acontecer numa eleição. Mas existem alguns fatores que diminuem os riscos se o quadro social e político do momento for bem analisado.


A história se renova
Fatores que foram determinantes para o resultado de uma eleição deixam de ser numa próxima. O processo político é dinâmico. Quem está forte pode se enfraquecer em questões de segundos. Ainda mais em tempos de Lava Jato e de instabilidade política no país.


Perguntas ao vento
Muita gente me indaga nas ruas do Acre qual a minha visão sobre a tendência ao Governo do Acre e ao Senado, em 2018. A minha resposta tem sido sempre a mesma, melhor esperar o que vai acontecer no quadro nacional. Algumas candidaturas no Estado poderão ainda ser impedidas por questões jurídicas.


Volatilidade
A gente não consegue prever nem o que vai acontecer na política brasileira no dia seguinte o que dirá fazer uma previsão com mais de um ano. Mas uma coisa posso afirmar, o PT não está tão enfraquecido como alguns oposicionistas acreditam. E as razões são óbvias, o partido ainda está no poder.


Não existe um partido chamado “oposição”
Uma reflexão importante. Muita gente acha que existe uma unidade na “oposição”. Mas na realidade o que é a oposição senão a reunião de muitos partidos que têm a intenção de tirar quem está no poder no Acre há 20 anos, no caso, o PT. Cada partido que compõe a oposição tem vida orgânica própria. Alguns estão à direita e outros à esquerda. Mas são de oposição aqueles que não rezam a cartilha do PT. Isso não quer dizer que por terem um ponto em comum tenham uma identidade entre eles. Os diversos partidos de oposição são heterogêneos e isso dificulta a unidade. Mas vale destacar que essa diversidade faz parte da democracia. Só será possível mudar a tendência de comando político do Acre se um desses partidos tomar a dianteira e tiver um nome forte para conduzir o processo. Sem falar que também é preciso ter uma proposta de gestão convincente. Nesse sentido, acho um erro os partidos da “oposição” começarem sempre as articulações políticas que antecedem as eleições por nomes e não por um projeto para governar o Estado. As vaidades pessoais acabam protagonizando o processo e o resultado a gente tem visto nos mais recentes 20 anos.


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