Menu

Donos da Telexfree entram em novo negócio suspeito

Receba notícias do Acre gratuitamente no WhatsApp do ac24horas.​

Gazeta de Vitória (ES)


Ainda sob investigação após denúncia do Ministério Público Federal (MPF) por participar de um esquema que recrutava investidores para um sistema piramidal, Carlos Costa e Carlos Wanzeler, donos da Telexfree, vão lançar na próxima quinta-feira (27) dois novos serviços no mercado capixaba, o VoxZap, um aplicativo de troca de mensagens, e o Pipz, programa de fidelização e acúmulo de pontos que podem ser trocados por produtos. As propostas já levantam suspeita das autoridades.

Publicidade

Em conversa com jornalistas, o diretor comercial do VoxZap e do Pipz, Américo Maia, explicou como os dois serviços deverão funcionar. Segundo ele, o VoxZap será um aplicativo gratuito para fazer ligações, troca de mensagens e videoconferências, que terá pequenos prêmios para a realização de “tarefas simples”, como a realização de check-ins, atualização do perfil e a visualização de vídeos pela plataforma.


“A cada tarefa dessa uma publicidade vai aparecer para o usuário, inicialmente do Google Adsenses e posteriormente dos nossos parceiros. Daí virá o dinheiro. É uma publicidade que se alimenta sozinha. Além disso, o VoxZap terá planos Voxzap Max, com vantagens ilimitadas e acúmulo de pontos no Pipz, programa de fidelidade, que poderão ser trocados por produtos nos estabelecimentos dos nossos parceiros”, afirma Maia.


A partir do pagamento de uma mensalidade de R$ 179,90, segundo o diretor, o usuário poderá juntar pontos no Pipz, que poderão ser aumentados ”a cada amigo que entrar para o plano VoxZap Max e os amigos destes amigos”. Esses pontos podem ser sacados em dinheiro em bancos ou pagarem por produtos, por meio do Pipz Pay, em lojas cadastradas. O programa, até o momento, possui “entre oito e 10 parceiros”, entre padarias e postos de gasolina do Estado.


A operação se baseia na recuperação judicial da empresa de telefonia Voxbras, de Castelo, comprada pela Telexfree, em 2013. Carlos Costa responde a uma denúncia do MPF na Justiça Federal sobre a suspeita de que a compra da VoxBras tenha sido realizada com o propósito de lavar dinheiro da Telexfree, que teve os bens bloqueados desde junho de 2013.


Uma das unidades da Voxbras está no mesmo escritório onde funcionava a sede da Telexfree em Vitória, no Edifício Petro Tower, na Enseada do Suá. O imóvel pertence à Telexfree e está entre os bens bloqueados pelo Judiciário para indenizar a União pelos supostos crimes cometidos contra os Sistemas Financeiro e Tributário Nacional.


Questionados sobre a participação de Costa no VoxZap e no Pipz, a VoxBras disse que vai agendar novos encontros com o empresário no próximo mês. Eles se recusaram a entrar no assunto das denúncias contra a Telexfree durante o evento.


O aplicativo será lançado em evento que deverá reunir 150 empresários interessados na parceria com o Pipz. Carlos Costa é um dos nomes confirmados.


No início do ano, o Ministério Público Federal, na medida cautelar que definiu o bloqueio dos bens da empresa e dos sócios em 2014, solicitou a 1ª Vara Federal Criminal para impedir que a Voxbras lançasse esse novo empreendimento devido aos indícios de irregularidades. Segundo a Procuradoria da República no Estado o investimento foi financiado com dinheiro do crime de lavagem de dinheiro.


Na decisão, em 17 de janeiro, o juiz substituto Vitor Berger Coelho disse que, apesar de haver fortes indícios de que a Voxbras foi adquirida com recursos fraudulentos, ele não iria paralisar as atividades da empresa porque ainda não havia provas de que há uma nova pirâmide financeira em formação. Segundo ele, o plano de negócio da companhia foi aprovado pela Vara de Recuperação Judicial de Castelo. A suspensão do serviço poderia trazer prejuízos aos credores do grupo que participaram das renegociações das dívidas.


INSCREVER-SE

Quero receber por e-mail as últimas notícias mais importantes do ac24horas.com.

* Campo requerido