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Acre poderá ser o último bastião petista em 2018

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Numa batalha um bastião é o último reduto fortificado para resistir ao ataque dos inimigos em maioria. Com o avanço do antipetismo no Brasil, o Acre ainda resiste com uma representatividade política considerável. Prova disso, é que Rio Branco foi a única capital brasileira a eleger um prefeito do PT, em 2016. Agora, resta saber se essa resistência irá perdurar, em 2018. Pelo que acompanhei da plenária do partido, neste fim de semana, os seus membros estão otimistas para continuarem a dar as cartas no Estado. Mesmo depois de quase 20 anos de governos petistas, que acarretam desgastes naturais e, com todo o quadro político nacional desfavorável, os petistas parecem animados. Estão formando uma chapa forte para disputar as próximas eleições majoritárias. Pelo andar da carruagem a tendência deve ser Marcus Alexandre (PT) como candidato ao Governo e Jorge Viana (PT) e Ney Amorim (PT) ao Senado. Não tem amador e nem cachorro morto nesse trio. Todos são políticos com mandatos importantes no cenário estadual. Marcus é o prefeito da Capital, Jorge está no Senado e Ney é deputado estadual, presidente da ALEAC, que tem um dos maiores orçamentos no Estado. Não será empurrar bêbado ladeira abaixo a próxima eleição como inocentemente alguns membros da oposição podem avaliar.


União, na hora H
Os petistas brigam como em qualquer outro partido. Mas na hora de começar as articulações para uma disputa se unem. Acho que o instinto de sobrevivência fala mais alto do que as rusgas geradas pelas naturais fofocas internas. E a sua convenção mostrou isso.

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Fortificação
Numa análise rápida, durante a campanha de 2018, o PT estará no Governo do Estado, na prefeitura da Capital e no comando da ALEAC. As principais casas políticas estaduais com recursos financeiros nas mãos dos petistas. E todo mundo sabe que isso no Acre conta muito.


Te cuida Jorge Viana
Por outro lado, não é o ideal para o senador Jorge Viana, que concorrerá à reeleição, ter o Ney Amorim como parceiro de chapa. Ney sabe operar como poucos numa eleição. Está com uma máquina poderosa nas mãos, a ALEAC, e pode chegar no próximo ano com muito gás para ser o mais votado.


Sombras na janela
Partindo da tendência das mais recentes eleições ao Senado em que ganhou sempre um do PT e outro da oposição, Ney será um risco para Viana. O presidente da ALEAC está presente diariamente no Estado. Tem 23 deputados estaduais sob o seu comando e poder para influenciar as Câmaras Municipais.


Recordar é viver
Quem não se lembra do poderio de campanha de Ney Amorim, em 2014? Tinha mais visibilidade a sua propaganda que a do próprio candidato ao Governo do PT. E era apenas uma candidatura a deputado estadual. Imaginem numa corrida majoritária? Ney é forte dentro e fora do PT.


Tudo pode acontecer
A entrada de Ney no jogo também é um alerta vermelho de atenção para a oposição. Se forem vários candidatos ao Senado ficará mais fácil para Jorge e Ney sonharem em emplacarem a dobradinha petista no Senado. Com todos os problemas que o PT enfrenta no momento a articulação da chapa majoritária está correta.


Leitura nas entrelinhas
O prefeito Marcus Alexandre deu uma declaração na convenção do PT de que agora não é a hora de pensar em eleição, mas de trabalhar por Rio Branco. Típica conversa de candidato. O quê Marcus tem a perder? Dois anos de mandato na prefeitura? Isso é muito pouco diante da perspectiva de poder.


Questão de lógica
Marcus ainda é novo na política e já ganhou duas eleições na Capital. Apesar das reclamações com os buracos na cidade e outras falhas, no geral, tem feito uma gestão eficiente. Não é candidato fraco em nenhuma hipótese. Se perder em 2018 ainda terá muito caminho a percorrer no futuro.


Migalhas da mesa
Essa possível chapa majoritária do PT repete novamente a tendência dos outros partidos da FPA ficarem com as sobras do banquete. Como parte dos seus membros têm o “rabo preso” em cargos nas gestões petistas a gritaria não vai durar mais de dois minutos. O prêmio de consolação será a candidatura a vice-governador.


O fantasma da balsa
As lideranças da oposição deveriam parar e analisar com frieza o quadro eleitoral que está se desenhando para 2018. Terão um adversário forte no comando dos três principais orçamentos estaduais. Se as lições de outras derrotas não servirem a uma reflexão correm o risco de acordarem novamente em Manacapuru.


Será?
Leio em algumas colunas políticas que Ney Amorim terá apoio de alguns deputados estaduais da oposição. Se isso realmente acontecer a prática do “oportunismo” e da “trairagem” estarão institucionalizadas no Estado.

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Servir a um senhor
É bíblico o ditado que não se pode servir a dois senhores. Mas para isso é preciso que a oposição se concentre em articulações para a aparar as mágoas deixadas pelas eleições municipais de 2016 e comece a debater com a população um projeto concreto de gestão ao Governo do Estado e às casas legislativas.


Mais vale um na mão
Trabalhando há mais de uma década na política acreana e tendo coberto jornalisticamente várias eleições conheço a psique dos nossos eleitores. Por incrível que pareça, o fator pagamento de salários em dia dos funcionários estaduais e municipais conta muito. O que deveria ser uma mera obrigação, vale como um caminhão de milho na disputa eleitoral do Acre. Muitos não querem trocar o certo pelo duvidoso e o PT sempre soube explorar bem essa situação.


Narciso acha feio o que não é espelho
Parafraseando Caetano Veloso está na hora das principais lideranças de oposição descerem do salto para trabalharem duro nas articulações eleitorais de 2018. Chega de ficarem olhando o espelho e se achando lindos. As vaidades e os interesses pessoais devem ser colocados de lado. É preciso definir se haverá um ou dois candidatos ao Governo e quem são os com mais chances na disputa ao Senado. Também essa conversa de que os debates televisivos entre candidatos ao Governo não conta na hora do voto é perigosa. Quem vai enfrentar o desafio que se prepare. Numa eleição majoritária todos os detalhes contam para apontar a vitória para um lado ou outro.


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