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Comenda Volta da Empreza será entregue nesta quarta, 28, na Praça da Revolução

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O prefeito Marcus Alexandre entrega nesta quarta-feira, 28, às 18h30 na Praça da Revolução, a Comenda do Mérito Volta da Empreza 2016 ao líder comunitário João Eduardo, pioneiro no movimento urbano de luta pela terra em Rio Branco; ao desembargador aposentado Pedro Ranzi, que trouxe a Rio Branco os costumes sulistas através do Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Plácido de Castro, localizado na Vila da Amizade, no 2º Distrito da capital; e ao Mestre Daniel Mattos, fundador da igreja Barquinha, vinculada à doutrina do Santo Daime.


A entrega da Comenda é parte da programação de aniversário de Rio Branco, que neste ano completa 134 anos de fundação. João Eduardo receberá, in memorian, a Comenda no grau Fundador; Pedro Ranzi no Grau Comandante, e Mestre Daniel, também in memorian, no grau Chanceler.

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A cerimônia será ao ar livre com shows musicais de André Dantas, Leila Hoffman, Bruno Damasceno e o Maestro Sandoval, que apresentarão repertório que leva em conta o perfil de cada homenageado. A cada ato um artista faz a leitura da biografia do homenageado. Um grupo folclórico faz uma apresentação da cultura gaúcha. Em 2015, não houve entrega da Comenda devido ao agravamento da crise econômica no País mas neste ano a Prefeitura fez esforço e promoverá mais uma singela homenagem às pessoas que de algum modo contribuíram ou contribuem para o desenvolvimento do município de Rio Branco.


O nome da Comenda é uma referência à primeira denominação dada à cidade de Rio Branco no período de sua transição de seringal à povoado. A Comenda Volta da Empreza é constituída de três graus com distintos: O grau Fundador, cujo patrono é Neutel Newton Maia, destina-se a reconhecer os que se destacaram por sua significativa contribuição nos campos social, cultural, econômico, humanitário, desportivo, ou outros de notável importância para a cidade, bairro ou comunidade.


O grau Comandante tem o Coronel José Plácido de Castro como patrono e destina-se a homenagear os que contribuíram, através de atos extraordinários com a comunidade, para a consolidação da cidade em nível regional.


O grau Chanceler, cujo patrono José Maria da Silva Paranhos Junior, o Barão do Rio Branco, é mais alta distinção da Ordem, que se destina a homenagear aqueles que tenham reconhecidamente prestado relevantes serviços ao município, ou que, no exercício da sua atividade, tenham destacado o nome do município de Rio Branco nos cenários nacional ou internacional.


Conheça a biografia dos homenageados:


Desembargador Pedro Ranzi


Natural de Soledade (RS), o Desembargador Pedro Ranzi nasceu em 29 de junho 1947. Chegou ao Acre em fevereiro de 1969. Em Cruzeiro do Sul foi secretário-geral do Município em 1970 e prefeito no ano seguinte. É formado em Direito pela Universidade Federal do Acre (UFAC).


No âmbito acadêmico, coordenou o curso de Direito da UFAC e também chefiou a assessoria jurídica. Atuou no Grupo Tarefa, encarregado da conclusão do Projeto de Construção da Escola de Ensino Fundamental de Rio Branco; integrou a Comissão que procedeu à eleição dos acadêmicos que integram os conselhos de ensino, pesquisa e extensão e de administração da Universidade Federal do Acre (UFAC); foi subchefe do Departamento de Direito, Coordenou o curso de Direito e chefiou a assessoria jurídica da mesma Universidade.


Também atuou como assessor técnico administrativo do Tribunal de Justiça do Acre. Em fevereiro de 1988, foi nomeado Juiz de Direito Substituto, atuando na 1ª Entrância na Vara Criminal da Comarca de Cruzeiro do Sul; na 2ª Entrância da 3ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco, além de coordenador do Juizado Especial Criminal da Comarca de Rio Branco e Juiz eleitoral da 9ª Zona.


Em junho de 2005 assumiu o cargo de Desembargador do TJAC. Foi vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE) entre 2005-2007 e vice-presidente do Tribunal de Justiça no biênio 2007-2009.

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Exerceu a Presidência do TJAC no biênio 2009-2011 e a Presidência do TRE-AC no biênio 2011-2013, período em que também foi Presidente da Câmara Criminal do TJAC e Corregedor Geral da Justiça do Acre (biênio 2013-2015).


Em 1974, fundou, junto com companheiros, o Centro de Tradições Gaúchas (CTG) Plácido de Castro e 2001 estreou o Programa de Gaúcho, sempre aos domingos, contando histórias gaúchas, promovendo a integração entre gaúchos e nordestinos. O programa está no ar há quinze anos e é considerado um dos grandes representantes da comunidade gaúcha no Acre.


O povo gaúcho historicamente contribuiu com a cultura e a economia do Acre desde os tempos da Revolução Acreana, movimento libertador comandado pelo gaúcho Plácido de Castro.


Daniel Pereira de Mattos


Daniel Pereira de Mattos nasceu em 13 de julho de 1888, na antiga freguesia de São Sebastião de Vargem Grande, no Maranhão. Ainda criança, ingressou como aluno na Escola de Aprendizes Marinheiros, de onde vem a sua formação básica e profissional.


Foi na condição de marinheiro que conheceu o Acre, em 1905, embarcado em uma fragata da Marinha de Guerra Brasileira, que trazia o batalhão de paz para guarnecer o novo território brasileiro.


Após essa viagem e outras escolheu o Acre para viver e, desde o dia 7 de abril de 1907, aqui fez sua moradia. Trabalhou nos seringais com os líderes da Revolução Acreana, entre eles o Cel. Plácido de Castro e José Galdino. Na década de 20, morava na antiga Rua da África (atual Rua 1º de Maio) e no bairro 6 de Agosto estabeleceu sua barbearia, bem como na Rua Epaminondas Jácome, na época de sua construção, em 1925.


Tratava-se de um homem extremamente habilidoso que desempenhava diversos ofícios com igual desenvoltura. Assim, pôde ser barbeiro, sapateiro, marceneiro, carpinteiro, alfaiate, artesão, cozinheiro e músico. Na verdade, Daniel era um grande compositor e intérprete. Tocava em vários estilos, como valsa, choro, marcha e samba, e construía violão, violino e cavaquinho. Era um reconhecido tocador de violão, e dava sua grande contribuição para a sociedade acreana, principalmente nas décadas de 30 e 40, escrevendo e ofertando partituras musicais para a Banda da Antiga Guarda Territorial do Acre, que tocava suas músicas nas retretas da cidade.


Após vivenciar conflitos, de natureza familiar e problemas de saúde durante vários anos, foi acolhido pelo conterrâneo e amigo, Raimundo Irineu Serra, em 1937, época em que iniciou os trabalhos com a ayahuasca. Esse encontro trouxe um novo significado para sua existência, visto que os benefícios que Deus lhe concedeu, em cura física e espiritual através da ayahuasca, estenderam-se a centenas de pessoas desta terra.


No ano de 1945, Mestre Daniel funda uma nova prática religiosa, unindo, em meio à floresta acreana, tradições religiosas de origem afro e do catolicismo popular com o uso ritual da ayahuasca, bebida de origem indígena. Logo se estabelece em um pedaço de terra emprestada de um amigo, Manoel Julião, na Vila Ivonete, que era parte do Seringal Empresa, e constrói uma capelinha de taipa consagrando-a São Francisco das Chagas, a quem era devoto. Mais tarde, essa prática passou a denominar-se Barquinha.


Após o seu falecimento, em 1958, seus discípulos deram continuidade a sua missão, atendendo e auxiliando a todos que procuram a sua casa.


João Eduardo do Nascimento


João Eduardo nasceu em um seringal nas proximidades de Feijó em 1943. Ali, aprendeu a lidar com o corte da seringa.


Foi no seringal Capana localizado no Purus que João Eduardo conheceu Maria com quem se casaria mais tarde. João Eduardo, a esposa e filhos decidiram mudar para Rio Branco. Chegando a Rio Branco instalaram-se em uma colônia agrícola. Pouco tempo depois mudaram para o bairro 6 de Agosto. Passando muita dificuldade João Eduardo sustentava a família realizando trabalhos de pedreiro e carpinteiro sendo inclusive um dos muitos operários contratados para trabalhar na construção da ponte Coronel Sebastião Dantas.


João Eduardo e a família permaneceram no bairro 6 de Agosto até o ano de 1974 quando uma forte enchente fez com que comprassem um lote de terra no bairro da Bahia. E nesse bairro e adjacência, desprovidos de infraestrutura, saneamento e segurança que se forma a figura do líder comunitário João Eduardo, época que foi nomeado monitor da Comunidade Eclesiásticas de Base daquele bairro.


Entre os bairros da Bahia e a estrada da Sobral existia uma rua que cortava um denso matagal, via de acesso entre os dois bairros, caminho percorrido diariamente por estudantes e trabalhadores que se dirigiam até a estrada da Sobral para pegar o ônibus. O percurso da estrada era isolado e perigoso, usado para desova de corpos. Devido principalmente as questões de segurança no local, os moradores decidiram desmatar a área. A partir desse momento, houve no local uma enorme procura de terras por pessoas de todas as partes, vindas da zona rural e também pessoas que moravam de aluguel, oriundas de outros bairros.
João Eduardo do Nascimento foi escolhido pelo governador Joaquim Falcão Macedo, através do então secretário de Comunicação, Elias Mansour, como presidente da comissão demarcadora de lotes. Com o desenvolvimento do trabalho de demarcação dos lotes e a tentativa de acabar com a “especulação urbana”, cada família deveria adquirir apenas um terreno. Começaram a ocorrer desentendimentos entre a comissão de demarcação e alguns moradores. Mas, mesmo sob ameaças, a comissão continuou essa atividade, até que no dia 18 de fevereiro de 1981, João Eduardo foi assassinado por um morador insatisfeito com as demarcações.


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