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Construção de Centro Administrativo é um projeto certo na hora errada

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Aprovado pelos deputados da base governista na ALEAC, o projeto do Governo do Estado do PT de construir um Centro Administrativo, em Rio Branco merece uma reflexão. A justificativa é centralizar as secretárias e autarquias estaduais num mesmo espaço para melhorar o trânsito no centro da Capital. Além de deixar de pagar aluguéis em vários prédios que funcionam os atuais órgãos governamentais. Outro argumento é que as obras gerariam mais de dois mil empregos diretos e amenizariam a crise econômica que assola o Acre. Os deputados estaduais Chagas Romão (PMDB) e Eliane Sinhasique (PMDB) ocuparam a tribuna da Casa para criticar a iniciativa. Segundo eles, a construção necessita de um investimento de R$ 280 milhões, que seria feito numa parceria público-privada. Posteriormente, a empresa responsável pela obra cobraria um aluguel de R$ 2 milhões e 100 mil do Estado. O líder do governo, Daniel Zen (PT) explicou que esse valor não seria apenas aluguel. Inclui uma espécie de pagamento embutido do investimento à empresa construtora e o Centro, depois de um tempo, seria do Estado. Um dos argumentos que Sinhasique utilizou é que esse valor do aluguel sairia imediatamente do Acre porque certamente a construtora seria de fora. Além do fato que os atuais proprietários do imóveis deixariam de colocar o que recebem atualmente na economia do Estado.


Ponderação
Num momento delicado econômico não se empurra um projeto megalômano goela abaixo sem ouvir a sociedade. Seria necessário escutar a população através de audiências públicas para debater os prós e os contras. Senão o resultado político daquilo que parece ser “genial” pode ser catastrófico.

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O passado te condena
No tempo que era senador, e foi um dos melhores da história do Acre, Tião Viana (PT) apresentou um projeto mudando o fuso horário do Estado. Não debateu o suficiente, se precipitou e a mudança aconteceu. Foram três anos de polêmica e insatisfações da maioria da população como o Referendo que retomou o fuso anterior demonstrou.


Prós e contras
O projeto tem vários pontos positivos, mas o momento de crise que assola o país faz dele um escárnio com a inteligência dos acreanos. O Governo deve milhões a fornecedores e não faz investimentos suficientes em áreas sociais essenciais como a saúde, a segurança pública e a educação. O projeto é megalômano e inadequado ao atual momento.


Disparate
Cortam alimentação de policiais militares, viaturas rodam sem manutenção adequada, falta combustível e vão construir mais um “elefante branco”. Claro que uma obra como essa, por um tempo, vai gerar empregos para trabalhadores e deixar muitos bacanas da corte ricos. Mas custará grandes sacrifícios à população acreana.


Troca, troca
As garantias que o Estado dará para a empresa construtora serão terras acreanas e outros bem públicos. Isso vai facilitar o acesso da empresa à crédito bancário para as obras. Tudo sem debater e conscientizar a população. Um absurdo.


O espelho
Tenho a impressão que esse Centro Administrativo é uma cópia de Minas Gerais. Foi a principal obra iniciada pelo ex-governador e atual senador Aécio Neves (PSDB). Mas há de se convir que existe uma enorme diferença entre as economias do Acre e de Minas. A produtividade industrial e agrícola dos dois estados é muito diferente. Belo Horizonte tem quase quatro milhões de habitantes e Rio Branco 350 mil. O problema de descentralização da Capital acreana pode ser resolvidos de maneira mais barata.


Narcisismos
Essa obra mais parece uma tábua de salvação para o atual Governo de Tião Viana (PT) deixar uma marca. Os investimentos em projeto de produtividade não se realizaram como pretendido. A Peixe da Amazônia atravessa dificuldades, a ZPE o vento levou, a Cidade do Povo se tornou um centro de problemas sociais, como já havia sido avisado pela coluna. A BR 364 teve que voltar ao domínio do Governo Federal. E assim seguem os projetos megalômanos do atual Governo.


Falta de foco
A bancada de deputados federais e senadores da oposição parece não acertar o foco. Ficam criticando o atual Governo em assuntos fúteis. Por outro lado, não cobram uma explicação de quanto foi investido de dinheiro público em projetos público-privados como o Dom Porquito e a Peixe da Amazônia. E, o mais importante, como esses valores retornarão aos cofres do Estado.


Herança duvidosa
Quando Aécio Neves iniciou o Centro Administrativo de Minas, em Santa Luzia (MG), ainda estava no início do seu primeiro mandato de governador. Tião Viana sairá daqui há dois anos. Quem sucedê-lo receberá a obra em andamento e o compromisso de pagar o vultuoso aluguel por muitos anos. Isso pode ser um “abacaxi” para os próximos governadores.


A simplicidade eficiente
Façam como quiserem. Sou apenas um jornalista observando a política do Estado e não tenho problemas pessoais com ninguém. Mas na minha opinião, o atual Governo de Tião Viana deveria se preocupar em fazer o “feijão com arroz” nessa reta final. Abastecer com remédio as UPAs, melhorar a operacionalidade das polícias, investir numa educação de melhor qualidade. E por ai vai…Tenho certeza que o resultado será bem melhor que investimentos “visionários” para saciar a vaidade de meia dúzia de “gênios”.


Pedra no telhado dos outros
Ouvi de pessoas de dentro do atual Governo críticas em relação ao projeto do ex-governador Binho Marques (PT) das OCAs. Alegam que isso custa uma fortuna mensal aos cofres públicos para a sua manutenção. Tanto que nenhuma outra OCA foi construída no Estado, como previa o projeto inicial. Só ficou mesmo a de Rio Branco que, aliás, presta um excelente serviço à população.

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Enquanto isso a malária está comendo…
Me chega a informação de uma fonte que a epidemia de malária na região do Juruá, principalmente em Cruzeiro do Sul, alcançou números alarmantes. Quem me falou comparou com o ano de 2006, um dos mais cruéis na história da região. Não sei se é verdade ou alarmismo. Mas o número de casos é altíssimo. O que sei também é que o setor de endemias do Estado funciona com muita dificuldade operacional. Problemas de manutenção dos carros e motos e falta de equipamentos para os exames. Remédios também estão faltando, tanto que estão usando um tipo para a malária Vivax que é preciso o paciente tomar durante três meses. O remédio tradicional eram sete doses. Uma tristeza…


 


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