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Ideologia que emburrece

O programa Balanço Geral, de Governador Valadares (MG), exibiu na quinta-feira, 10, uma matéria sobre os aulões que alguns professores têm ministrado aos estudantes que seguem ocupando as escolas do Estado. O objetivo dos educadores é ensiná-los sobre a Proposta de Emenda Constitucional do Teto de Gastos (PEC 241) e sobre a Medida Provisória 746/2016, que propõe a reestruturação do ensino médio.


Pesquisa divulgada recentemente pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) revelou que apenas 53% dos estudantes brasileiros entre 13 e 18 anos afirmam conhecer as mudanças propostas pelo governo federal para o Ensino Médio. Mais: dos estudantes que dizem estar acompanhando o tema, quase 52% admitem estar pouco ou mal informados sobre ele.


Na terça, 8, o presidente Michel Temer (PMDB) criticou o movimento de ocupações de escolas ao falar para empresários no seminário de Infraestrutura e Desenvolvimento do Brasil, que ocorreu em Brasília. Segundo reportagem do jornal Folha de S. Paulo, ele ironizou os estudantes que não sabem o significado da sigla PEC.


As críticas à MP 746/2016 e à PEC 241/2016 têm motivado os alunos de escolas do ensino médio e universidades a ocuparem as unidades de ensino, o que acabou por impedir a realização do Enem em 304 escolas e blocos universitários em 18 estados, além do Distrito Federal. O prejuízo com o adiamento das provas do Enem foi calculado pelo Ministério da Educação, devendo ficar em R$ 8 milhões. Entre 190 mil e 240 mil estudantes não puderam fazer os testes devido às ocupações.


O Acre não está na lista dos Estados em que as escolas foram fechadas pelos manifestantes. A razão parece simples: estivessem o PT e o PCdoB na oposição, e não no governo, veríamos movimento semelhante por aqui – com prejuízo aos alunos.


Temer tem razão quando critica os jovens que abraçam uma causa sem saber por que o fazem. São massa de manobra para partidos que se alimentam da ignorância alheia, sobretudo de jovens que precisam de uma razão pela qual lutar.


Em entrevista ao apresentador Ratinho, do SBT, o ministro da Educação, Mendonça Filho, afirmou não ter dúvidas de que partidos políticos estão por trás das ocupações.


O mais dramático desse episódio, conforme mostrou a imprensa, é que ocupantes de escolas em todo o país deixaram os locais ocupados para fazer o Enem em outras unidades de ensino. Trocando em miúdos, impediram os colegas de exercer um direito enquanto usufruíram do mesmo direito de participar dos exames.


Mas voltando aos aulões dos professores de Governador Valadares, eles certamente são escolhidos consoante o matiz ideológico, a fim não destoar do que pretendem os dirigentes da manifestação.


A aula a que nos referimos foi dada em uma mesa em que havia uma bandeira da UJS – a União da Juventude Socialista, da qual muitos integrantes são ligados ao PT e ao PCdoB.


E o professor, ao final da preleção, foi categórico em assegurar que tanto a MP do Ensino Médio, quanto a PEC do Teto de Gastos são – ora vejam! – prejudiciais ao país.


Estivessem as informações do professor livres do crivo da ideologia esquerdizante, ele saberia que não há como prever se a PEC 241 vai tirar dinheiro da educação e da saúde, como alegou, uma vez que o cálculo do que seria destinado às duas áreas dependeria de variáveis como PIB, inflação e taxa de juros, que devem ser afetadas caso a proposta seja aprovada.


Pelo visto, não é apenas a educação que precisa de reformas urgentes.


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