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Ótimo começo

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Há exatos 12 dias, o ac24horas publicou texto neste mesmo espaço com críticas aos líderes de oposição no Acre pelo vício político de só buscarem o entendimento às vésperas das eleições. Grafamos naquela ocasião: “A derrota de Eliane Sinhasique (PMDB) serviu apenas para mostrar o que muitos intuíam: para vencer o PT nas eleições majoritárias não basta apenas trocar as caras na propaganda eleitoral. É preciso lapidar o discurso, atualizar os métodos – e revisar as estratégias de aliança”.


Ontem, matéria do site mostrou que a advertência surtiu efeito. Os senadores Gladson Cameli (PP) e Sérgio Petecão (PSD) se reuniram com os deputados federais Flaviano Melo e Jéssica Sales (ambos do PMDB), com o ex-deputado tucano Marcio Bittar e com o ex-prefeito de Acrelândia Tião Bocalom (DEM). O tema da reunião foi a sucessão estadual de 2018.

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Faltou no encontro o presidente do PSDB no Acre, deputado Major Rocha, que durante a campanha deste ano se indispôs com os caciques do PMDB e do DEM. Os motivos não são relevantes para o que se quer tratar aqui. Cabe a consideração, porém, de que a ausência de Rocha empresta ao concerto algo de negativo, ante o aspecto positivo de um gesto conjunto que veio a público em momento propício.


O simples fato de a oposição se reunir a 21 meses das eleições de 2018 – quando os eleitores voltarão às urnas para escolher o governador do Estado, os deputados estaduais e federais, além de senadores e do presidente da República –, já é de um ineditismo digno de nota. Registre-se também – dadas as críticas feitas no editorial de 27 de outubro – que o encontro se deu no gabinete do senador Gladson Cameli, o que permite intuir que foi dele a iniciativa.


Restam outras ponderações a fazer. Uma delas é a presença de Jessica Sales no encontro, não apenas por ser ela deputada federal, mas, sobretudo, por se tratar de um reconhecimento à força política do pai, o prefeito Vagner Sales, no Juruá. Candidato a candidato ao Senado, Sales é o grande arquiteto do projeto que anulou até agora, em Cruzeiro do Sul, os representantes do petismo. E, por isso, claro, precisa ser ouvido, nem que seja por intermédio da filha.


Na ausência de Rocha, o PSDB foi representado por Marcio Bittar. Não se sabe ao certo se o atual presidente da sigla foi convidado ao encontro e recusou. Se foi, e não compareceu, o erro é dele. Se o convite não chegou a ser formulado, os presentes à reunião é que erraram.


Bittar fala em possível candidatura ao Senado. Vai depender, porém, da vontade do Major Rocha, que controla o partido – e já sinalizou que poderá disputar uma das duas cadeiras em jogo. Tião Bocalom, que falava em disputar a Câmara Federal, já aventa a possibilidade de também disputar uma vaga de senador. Ou seja, o caminho está engarrafado.


Quanto à disputa para o governo, ao que tudo indica Gladson vai trilhá-lo sem dificuldades. Não há empecilhos que o impeçam de disputar o cargo ante a fragilidade do petismo e a falta de nomes do partido capazes de substituir – à altura – os irmãos Viana. Tampouco haverá, ao que parece, dificuldades internas (na oposição) que demandem grandes esforços ou energia para ampliar as alianças que até o momento tiveram sua força reduzida pelo conflito de interesses.


Gladson tem tudo para deslanchar. Como sabem disso, os representantes do PT usam os meios de comunicação ao seu dispor para atacar diariamente o senador. Paciência.


Mas as facilidades que se apresentam no momento carregam uma enorme desvantagem. Caberá a ele ajudar a dirimir as disputas no seio da oposição. É uma tarefa ingrata, sabe-se bem. Mas, para manter-se à frente dos adversários políticos, é preciso cuidar para que os aliados estejam afinados até o dia da votação.


O encontro desta semana já é um ótimo começo.


 

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