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Jonas Lima une opositores políticos no mesmo palanque do irmão Isaac

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Só quem conhece o emaranhado da política de Mâncio Lima poderá entender e dar valor ao que o deputado estadual Jonas Lima (PT) conseguiu. Com aquele jeito simplório Jonas deu um nó nos seus adversários políticos do município. Converteu alguns à coligação do seu irmão Isaac Lima (PT), candidato a prefeito, e colocou em xeque outros desafetos. Jonas revelou-se nessas eleições de 2016 um habilidoso articulador. O deputado petista conseguiu unir adversários históricos de Mâncio Lima. Alinhou os grupos políticos dos ex-prefeitos Dêda (PROS) e Luiz Hellosman (PSB). E, para finalizar, ainda trouxe o PC do B, um dos maiores rivais do PT no município, atualmente ocupando a vice na prefeitura do PMDB, com Ériton Maia (PC do B). Uma costura política que deverá se refletir numa Convenção animada que acontecerá na sede do PT de Mâncio Lima no próximo dia 29, sexta, com a presença de expoentes da política acreana como o governador Tião Viana (PT), que já confirmou presença.


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Adversário convertido


As relações entre PT e PC do B, em Mâncio Lima, sempre foram conflituosas. Na eleição de 2012 o ex-deputado Edvaldo Magalhães (PC do B) chegou a chamar a coligação encabeçada pelo PT de “uísque paraguaio” se referindo a não autenticidade em relação a FPA, já que seu partido apoiava o PMDB do atual prefeito Cleidson Rocha (PMDB).


União


No entanto, com o desprezo com que foi tratado na sucessão de Cleidson os comunistas voltaram às origens e irão apoiar o PT. Ériton me falou que nem mesmo a vice foi oferecida ao partido na coligação com o PMDB, com quem compôs fielmente a gestão durante quase oito anos. “O PC do B veio por inteiro para colaborar com a campanha do Isaac,” me falou Ériton.


Chapa forte


A coligação Frente da União, que terá Isaac como candidato e Angela Valente (PSB), esposa de Hellosman, como vice terá uma chapa de 58 candidatos a vereadores. Eles querem reverter o resultado frustrante de 2012 quando perderam a prefeitura para Cleidson por apenas 45 votos.


Plantando dá


Jonas na sua habitual humildade analisou a derrota de 2012. “Uma candidatura forte tem que ser cultivada. O Isaac não ficou reclamando, mas continuou o seu trabalho durante esse período. A derrota acabou servindo de impulso para o nosso grupo político,” disse Jonas.


Espatifado


Enquanto isso, a candidata do PMDB que esperava unir a oposição, em Mâncio Lima, não contava com a candidatura de Wilsilene Gadelha (PP). O senador Gladson Cameli (PP) está apoiando as pretensões de Wilsilene de chegar à prefeitura.

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Reviravolta


Tudo indicava que o PMDB teria a cabeça de chapa na disputa de Mâncio Lima. Mas com a entrada da candidata do Gladson as coisas podem mudar. Alguns já falam no município que Wilsilene poderá ser a cabeça de chapa da oposição. A outra alternativa é PMDB e PP terem cada um a sua candidata.


“Guerra” familiar


Para se ter uma ideia complexidade da política de Mâncio Lima as três possíveis candidaturas têm laços familiares entre si. Wilselene é cunhada do Isaac e do Jonas. A candidata do PMDB é cunhada do Felipe, irmão do Jonas e a esposa do Jonas é sua sobrinha. Portanto, trata-se de uma única família em disputa.


A voz da sabedoria


A matriarca da família do ex-deputado federal Taumaturgo Lima (PT), a dona Rocilda, de quase 90 anos de idade, acompanha a política de Mâncio Lima atentamente. Ela me contou que em 2012, o pessoal ligado ao Isaac, seu sobrinho, passou na sua casa para pedir gelo para gelar a cerveja na véspera da eleição. Com a sua sagacidade Dona Rocilda despachou os militantes com a seguinte frase: “Vocês deveriam era estar pedindo votos e não preparando comemoração antecipada. Eleição só acaba quando as urnas são abertas”. A matriarca tinha razão.


Vacilo fatal


Que o atual prefeito Cleidson Rocha conseguiu fazer uma gestão bem avaliada não há dúvida. Mas não soube preparar uma candidatura para sucedê-lo com a antecedência necessária. Às vésperas das convenções as definições da chapa que apoiará se tornaram complexas e acabou perdendo um importante aliado, o PC do B.


No olho do furacão


Dois políticos do Juruá, mesmo sem serem candidatos, estão no centro das articulações políticas da região. O prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales (PMDB) e o ex-prefeito Dêda (PROS). Vagner comanda o circo nos cinco municípios do Juruá e Dêda dá as cartas em Rodrigues Alves e Mâncio Lima.


Evolução da espécie


Os críticos da deputada federal Jéssica Sales (PMDB) devem estar decepcionados. A jovem parlamentar tem um bom discurso, destinou emendas parlamentares para todos os prefeitos da região e parece estar adquirindo o gosto pela política. Se resolver continuar ainda vai dar muito trabalho aos seus adversários.


Festa da democracia


Nesse recente final de semana tive a oportunidade visitar os cinco municípios do Juruá, Cruzeiro do Sul, Rodrigues Alves, Mâncio Lima, Porto Walter e Marechal Thaumaturgo. Em todos o assunto principal é a política. O povo discute o nome dos candidatos a prefeitos e vereadores e as suas chances de vitória. Numa eleição com pouco dinheiro circulando as mudanças de posturas são notáveis. E isso é muito bom. As propostas para as gestões serão mais valorizadas. É o momento também de avaliação dos prefeitos. Mas não existe nada definido. Nem sempre a liderança política de um é transferida automaticamente para o seu candidato. Apesar de curta a campanha promete ser intensa e muito disputada. Se tem um conselho que como analista político eu daria aos candidatos e militantes seria o da Dona Rocilda, “ninguém deve ir atrás de gelo para colocar a cerveja para gelar e comemorar antes das urnas abertas.”


 


 


 


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