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Um caldeirão, uma vice e uma forma estúpida de fazer política

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É mesmo de estupidificar: a acomodação de Socorro Neri (PSB) como pré-candidata a vice na chapa de Marcus Alexandre terá reflexos até na bancada federal. Sai o petista Sibá Machado para a entrada em cena de Moisés Diniz.


O afago nos comunistas terá ainda uma boquinha para a ex-deputada Perpétua Almeida na Educação, no lugar de Diniz. E Sibá será acomodado na Secretaria de Indústria e Comércio.

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Para quem não está afeito às manobras do poder, fica difícil entender por que tantas mudanças a partir de uma única razão – ou seja, escalar uma ex-tucana, recém-filiada ao PSB, para vice de Marcus Alexandre. Se esse for o seu caso, leitor, acalme-se: o motivo também nos parece obscuro, daí a conclusão fácil de que ele decorre da vaidade de um governador disposto a mover mundos e fundos para fazer prevalecer a sua vontade.


Se Socorro Neri, como dizem muitos presidentes de partidos que integram a Frente Popular, não soma votos a Marcus Alexandre na proporção da trabalheira que sua indicação deu a Sebastião Viana, o PCdoB tira, segundo este último. Mas se tiram votos, por que, afinal de contas, tanta malemolência com os comunistas para que não saiam magoados do episódio?


Eis a verdade: os companheiros aprenderam a suportar os camaradas não pelo que eles somam como aliados, mas pelo dano que seriam capazes de causar como adversários. Nesse aspecto, o PCdoB é apenas o mal necessário, já que o malefício poderia ser maior em caso de rompimento.


Aos demais partidos políticos que integram a chapa – à exceção do PSB, que cresceu nos últimos tempos, a ponto de poder indicar agora a vice do prefeito da capital –, sobram as migalhas do poder. Nada, portanto, a se comparar aos benefícios cedidos aos camaradas, sempre muito bem tratados pela cúpula petista.


Pelo que também se pode analisar retroativamente do noticiário, ao convencer Sibá Machado a abrir mão do mandato em benefício de Moisés Diniz, o governador Sebastião Viana jogou a toalha em sua tentativa de convencer o deputado federal César Messias (PSB) de concorrer à prefeitura de Cruzeiro do Sul. Era esse o trunfo que acomodaria Diniz na Câmara, nem que fosse pelo período que durasse a campanha eleitoral.


A mudança de estratégia, com a persuasão de Sibá, revela que Messias segue recalcitrante. A vida em Brasília deve ser boa demais para que ele encare a aventura de se meter na disputa em Cruzeiro do Sul, sobretudo depois de ter queimado o próprio filme votando contra o impeachment da presidente Dilma.


Quem achou que o PCdoB sangraria até a morte com a decisão de alçar Socorro Neri à condição de vice viu que não basta cortar apenas uma das cabeças da Hidra de Lerna, já que no lugar, conforme a mitologia, surgem outras duas.


Moisés Diniz e Perpétua Almeida vêm a ser as duas cabeças que nascem no lugar da que foi cortada – e responde pelo nome de Marcio Batista.


 


 

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